Índice de Incerteza Econômica fica estável, após três meses de queda
Depois de três meses seguidos de declínio, o Índice de Incerteza Econômica ficou estável na comparação entre agosto e setembro, se mantendo em 107,8 pontos. Segundo a Agência Brasil, os debates em torno da taxa de juros no Brasil e a intensificação de conflitos no Oriente Médio interromperam a trajetória de queda do indicador.
Calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), o índice é um termômetro da incerteza econômica baseada em dois elementos, mídia e expectativa.
O componente “mídia” considera menções à incerteza em jornais e sites de notícia. Enquanto o elemento “expectativa” considera previsões de analistas econômicos referentes a taxa de câmbio, juros e inflação. Em maio, o índice estava em 112,9 pontos, recuando até o nível atual (107,8 pontos). Quanto menor o indicador, menor a incerteza na economia.
O patamar mais baixo já registrado foi em dezembro de 2000, alcançando 83,6 pontos. O mais alto foi no começo da pandemia de covid-19, em abril de 2020, quando chegou a 210,5 pontos. De acordo com a Agência Brasil, o marcador de setembro é o segundo menor desde abril de 2024 (106,5 pontos). A economista da FGV Anna Carolina Gouveia classifica o resultado como “região de incerteza moderada”, por figurar abaixo de 110 pontos.
Aumento da Selic
No último dia 18, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a Selic em 0,25 ponto percentual. Como resultado, a taxa básica de juros da economia para 10,75% ao ano. Foi o primeiro aumento desde agosto de 2022.
No que diz respeito ao Oriente Médio, se destacaram, em setembro, ofensivas israelenses no Líbano, tendo como alvo o grupo político Hezbollah.
Porém, uma ressalva é que a apuração do índice não considerou o assassinato de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. Isso porque ele foi morto no último dia 28. A FGV faz a coleta de informações sempre do dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.