Previsão de crescimento da economia brasileira em 2024 sobe para 2,68%
Dados divulgados pela Agência Brasil estimam que a economia brasileira deve apresentar um crescimento de 2,68% em 2024. Isso representa uma revisão de 0,22 ponto percentual para cima, considerando que a previsão anterior do mercado financeiro sinaliza um crescimento de 2,46%.
A estimativa foi veiculada no Boletim Focus desta segunda-feira (09/09). A pesquisa é divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.
Segundo a análise, a nova previsão de crescimento está atrelada ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que subiu 1,4% no segundo trimestre de 2024, em comparação com o primeiro trimestre do ano. Lembrando que o PIB representa a soma dos bens e serviços produzidos no país.
Por outro lado, os números são ainda mais animadores ao comparar o aumento do PIB no segundo trimestre de 2024 ao mesmo período em 2023. Nesse caso, a alta do PIB foi de 3,3%, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Otimismo para o futuro
Com relação às estimativas do mercado financeiro para os próximos anos, também há previsão de crescimento, apesar de os percentuais serem pequenos.
De acordo com a Agência Brasil, a expectativa para o PIB passou de 1,85% para 1,9% em 2025. No que diz respeito a 2026 e a 2027, se projeta uma expansão de 2% no PIB (tanto em um ano quanto no outro).
A previsão de cotação do dólar americano está em R$ 5,35 para o fim deste ano. No fim de 2025, a estimativa é que a moeda fique em R$ 5,30.
Inflação deve cair a partir de 2025
Conforme essa última edição do Boletim Focus, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2024, passou de 4,26% para 4,3%. O IPCA é considerada a inflação oficial do país.
A análise aponta que, apesar de essa estimativa para 2024 estar acima da meta de inflação, ainda se encontra dentro de tolerância que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em outras palavras, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Para 2025, a projeção da inflação, segundo o Focus, ficou em 3,92%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente.
A partir de 2025, no entanto, entrará em vigor o sistema de meta contínua. Como resultado, o CMN não vai mais precisar definir uma meta de inflação a cada ano. Em vez disso, o centro da meta contínua foi fixado em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
De junho para julho deste ano, a inflação no Brasil passou de 0,21% para 0,38%. Esse aumento foi impulsionado, prioritariamente, pelos preços de gasolina, energia elétrica e passagens de avião. A inflação de agosto será divulgada nesta terça-feira, (10/09), pelo IBGE.
Idas e vindas da taxa de juros
Conforme a Agência Brasil esclarece, para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic (ou seja, os juros básicos da economia). O Comitê de Política Monetária (Copom) definiu a Selic em 10,5% ao ano.
Diante de um ambiente externo adverso e do aumento das incertezas econômicas, na última reunião, no fim de julho, o BC decidiu pela manutenção da Selic. Isso ocorreu pela segunda vez seguida, após um ciclo de sete reduções, que foi de agosto de 2023 a maio de 2024.
Por outro lado, entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas. Foi um ciclo de aperto monetário que começou com a alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis.
Segundo a Agência Brasil, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete reuniões seguidas. Com o controle dos preços, o BC passou a realizar cortes na Selic.
Quando se reduz a taxa Selic é, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. Desse modo, se reduz o controle sobre a inflação e se estimula a atividade econômica.
Por outro lado, quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida – o que, consequentemente, causa reflexos nos preços. Isso porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Porém, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores. Como, por exemplo, risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Dessa maneira, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
O que vem por aí
A próxima reunião do Copom está marcada para os próximo dias 17 e 18 de setembro. O mercado estima que a Selic deve subir novamente e encerrar 2024 em 11,25% ao ano.
Porém, para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 10,25% ao ano. E essa queda deve continuar nos anos seguintes. De acordo com a análise da Agência Brasil, para 2026 e 2027, a previsão é reduzir novamente a Selic, para 9,5% ao ano e 9% ao ano, respectivamente.