B3 vai expandir ETFs depois de uma boa experiência com criptomoedas

Killian A.
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O Brasil pode ser considerado um dos mercados mais promissores quando o assunto é investimento de alto risco. Isso porque o número de investidores aumentou consideravelmente nos últimos anos, e também o número de iniciativas de fomento e novos produtos. Atualmente o Brasil está entre os dez países que mais investem em criptomoedas e o mercado brasileiro deve continuar a crescer.

Esse crescimento pode ser resultado de várias coisas, dentre elas, as ações de fomento que vêm sendo implementadas no Brasil nos últimos anos. Diversas cidades, como o Rio de Janeiro, estão abrindo caminhos para criptomoedas e colocaram em práticas ações educacionais para levar conhecimento sobre blockchain e o universo Web3 para as comunidades. Além disso, a cidade passou a aceitar criptomoedas no pagamento de seus impostos.

A Bolsa de Valores do Brasil (B3) também vem se posicionando no mercado de ativos digitais e está aderindo a algumas iniciativas que podem ser bastante compensadoras, tanto para a bolsa, quanto para os investidores. Recentemente a Bolsa de Valores do Brasil anunciou investimento em uma plataforma de soluções para o mercado digital chamada Parfin. Esse investimento ainda aguarda a aprovação dos órgãos competentes para ser efetivada, o que deve acontecer em breve.

Contudo, parece que a B3 não está interessada em diminuir o fluxo dos investimentos no mercado digital. A novidade é que a partir desta segunda, dia 30 de janeiro, os ETFs (Exchanges Traded Funds) que contenham ação locais e internacionais e que forneçam pagamentos de proventos podem ser listados e negociados na Bolsa de Valores do Brasil.

Mais detalhes sobre os ETFs

Os ETFs estão se tornando um produto bastante popular no mundo dos investimentos e podem ser bastante rentáveis. Isso porque, os ETFs são cestas que contêm ações variadas ou até mesmo criptomoedas. Essas cestas podem ser organizadas por setores, como, por exemplo, ações de diversas empresas de energias, ou tipos de criptomoedas, como tokens utilitários.  

Os ETFs são geralmente negociados nas bolsas de valores e as cestas copiam o desempenho de um índice de referência, que pode ser nacional ou internacional. Isso tudo quer dizer que, quando você compra um ETF, você está comprando uma cesta com ações ou criptomoedas diversificadas e que podem ser condicionadas pelo gestor do ETF.

Cada fundo tem um regulamento, o gestor de cada um dos fundos pode estabelecer uma regularidade para que a distribuição dos valores de lucros e proventos aconteça. Portanto, os ETFs podem garantir um lucro mensal, semestral ou anual, desde que não seja menor do que o período de 30 dias.

Essa distribuição de lucros que é feita a partir dos valores rentáveis dos ETFs têm natureza de lucro e estão sujeitos à incidência do imposto de renda que pode ser inclusive ser retido pelo administrador do ETF, aplicando a alíquota de 15%.

A boa experiência com lançamentos de ETFs de criptomoedas fez com que a B3 investisse no lançamento de novos produtos.

Como afirmamos anteriormente, a Bolsa de Valores do Brasil está aos poucos se posicionando mais no mercado digital e está apostando na diversificação das opções para os investidores. Isso se reflete na disponibilização dos ETFs de ações, isso depois de disponibilizar uma série de ETFs de criptomoedas como opção na bolsa.  

Para Marcos Skisymas, que é o atual superintendente de produtos de equities, juros e moedas da Bolsa de Valores do Brasil, a ampliação da oferta de produtos disponíveis pode ser vista de forma muito positiva. Isso porque, aumenta as opções para que o investidor possa escolher aplicações adequadas ao seu perfil de risco. Além disso, permite que o investidor alinhe suas necessidades de diversificação de carteira e seus objetivos, que é muito importante para manter os investimentos de forma saudável.

Lembrando que a B3 conta com pelo menos 91 ETFs que estão disponíveis para negociação no momento. Desses 91, pelo menos 80 são ETFs de renda variável com opção de 33 ETFs locais e 47 internacionais. Além disso, a B3 conta com pelo menos 11 ETFs de renda fixa.

Esse mercado vem se mostrando cada vez mais promissor, já que apenas em 2022, a B3 registrou a marca de 92 milhões de movimentações relacionadas com os ETFs disponíveis na bolsa. Trazendo essa marca para valores, isso corresponde a uma movimentação de cerca de R$ 1,4 bilhão por dia.

A Bolsa de Valores do Brasil no mercado cripto brasileiro

A interação cada vez mais presente da Bolsa de Valores do Brasil no mercado de investimentos de alto risco é extremamente benéfica para o mercado digital brasileiro, que vêm sendo destaque mundial. Isso porque, alguns investidores ainda têm certas resistências ao mercado cripto e a atuação das exchanges, em grande medida por medo de quebras, como aconteceu com FTX, por isso, a segurança da B3 pode ser um diferencial. 

Além disso, a B3 está se posicionando em um momento crucial da expansão do mercado brasileiro, onde diversas corretoras estão atuando de forma bastante presente. Esse é o caso do Mercado Bitcoin, que é uma exchange com grande atuação na América Latina, está sediada no Brasil, faz parte do grupo econômico Mercado Livre e tem criado iniciativas de fomento a novas ideias ligadas ao mundo cripto e a Web3.

Ou então a gigante Binance, que já vêm explorando o mercado brasileiro há algum tempo e está de olho em uma parcela bem específica dos investidores brasileiros, os clientes institucionais, ou seja, empresas que investem em criptomoedas. Lembrando que a Binance conta atualmente com uma carteira de mais de 120 milhões de clientes ativos espalhados por todo o mundo.

Isso tudo quer dizer que é um momento extremamente importante para que a Bolsa de Valores do Brasil assuma um papel de destaque na oferta de produtos rentáveis e seguros para os investidores. Isso deve atrair ainda mais a atenção do mercado para o Brasil e ajudar a fortalecer o nosso mercado de investimentos e de criação de tecnologia. Especialmente agora que a legislação que regulamenta as criptomoedas está prestes a entrar em vigor. 

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