Dicionário cripto: Acabe agora com suas dúvidas sobre os termos usados no mundo das criptomoedas

Augusto Medeiros
| 12 min read

Quem é novo no mundo das criptos costuma se perguntar o que são criptomoedas e como funcionam, e quer saber também que tipo de criptomoeda existe e onde comprar criptomoedas. 

Depois que a pessoa começa a pesquisar, depara-se com uma diversidade de termos, completamente, novos se comparados com o vocabulário usado no dia a dia pela maioria da população.  

Isso pode dificultar o entendimento deste mercado. Mas esse artigo veio te salvar e foi feito para tirar suas dúvidas sobre os termos usados no mundo cripto.

Como esse conteúdo foi pensado para os novatos, nossa intenção não será abordar todos os termos, mas sim os mais importantes, para começar a entender como o mercado de criptomoedas funciona. 

Muita informação, nesse primeiro momento, pode atrapalhar mais que ajudar. Vamos com calma, que a gente chega lá. Perceba que vamos aprofundando os termos a medida que eles são citados.

O que é criptomoeda?

Criptomoeda: uma palavra derivada de duas outras criptografia + moeda. Isso já ajuda a clarear as ideias. 

Ela é uma moeda porque é usada como um dinheiro, mas nesse caso, um dinheiro digital. Convenhamos que, hoje em dia, a maior parte do dinheiro que usamos é virtual, ou seja, nem pegamos nas cédulas. Apenas usamos cartões, senhas, celular para fazer as transações.

Mas no caso das criptomoedas, elas já nascem digitais e continuam sempre digitais. E outros diferenciais é que elas são criptografadas e descentralizadas, termos que você vai aprender a seguir. 

O que é criptografia?

Já percebeu que suas mensagens de Whatsapp são criptografadas? De vez em quando, aparece um aviso do aplicativo com essa informação. 

Essa é uma maneira de manter suas informações protegidas de terceiros. O Whatsapp usa uma forte camada de criptografia.

No geral, podemos dizer que se trata de uma estratégia de segurança de dados, a partir do uso de códigos.

A codificação é feita, em geral, a partir do uso de algoritmos. Já para a decodificação é necessário ter acesso à chave utilizada no primeiro processo, o da codificação.

O mais importante é entender sobre a segurança proporcionada pela criptografia, a medida que ela permite que duas pessoas compartilhem, secretamente, mensagens entre si, sem que elas sejam acessadas por terceiros.

Usando nosso exemplo, isso significa que eu posso ter segurança de que a minha mensagem está sendo enviada, apenas, para aquela pessoa que eu desejo, sem interferência de invasores.

O que são moedas descentralizadas?

Moedas são descentralizadas quando elas não são reguladas por governos, bancos ou empresas. É isso que ocorre com as criptomoedas. Ou seja, é possível comprar, enviar e receber moedas digitais sem nenhum intermediário, como bancos ou emissores de cartão de crédito. O Bitcoin foi a primeira moeda descentralizada do mundo.

E outra característica da descentralização é que os dados são abertos e espalhados por computadores de todo o mundo. Qualquer pessoa tem acesso.

Isso favorece a transparência. O problema é que, se algo errado acontecer, não existe um regulador a quem você possa recorrer. Mas isso faz parte de um mercado de alto risco. 

Por isso, muitas pessoas ganham bastante dinheiro, mas também podem perder grandes quantias. O importante é se abastecer, sempre, de informação em fontes seguras.

Mas como é possível criar uma moeda descentralizada? Isso ocorre no sistema chamado blockchain, que você vai saber do que se trata, a seguir.

O que é o blockchain?

Blockchain é um sistema que possibilita o rastreamento, o envio e recebimento de determinadas informações  pela internet. 

Vamos fazer uma analogia para ajudar a esclarecer o que é blockchain. 

Imagine um livro onde são anotadas informações sobre transações financeiras. Exemplo: uma quantidade de moeda movimentada, a data da movimentação, quem enviou, quem recebeu, etc.

Para ajudar a entender o que é blockchain é interessante pegar esse exemplo acima e trazer para a criação das criptomoedas. 

O sistema blockchain surgiu, juntamente, com a criação da primeira moeda digital, o Bitcoin, em 2008.

Os códigos criptografados usados para a criação das criptomoedas ficam registrados nesse “livro”, o blockchain. Existem vários blocos onde são registradas as informações, por isso, o nome blockchain – cadeia de blocos.

E um diferencial que garante mais segurança é que esses blocos não podem mais ser alterados. A informação registrada, ali, é eterna.

E esse processo de criação de criptomoedas em blocos do blockchain é o que se chama de mineração, que a gente explica logo a seguir.

O que é mineração?

Para ajudar a se localizar nesse universo da mineração, já é bom você saber que tudo é feito com uso de computadores super potentes. 

Já ouviu falar que o Banco Central coloca mais moedas em circulação? No caso, os reais. E que existe a casa da moeda? Nesse caso, que fabrica dinheiro vivo, em cédulas e moedas. 

Se você já deu a sorte de pegar uma cédula novinha, no banco, vai saber bem sobre o que estou falando.

Pois bem, a gente pode comparar a mineração com a criação de novas criptomoedas, que você já sabe que são apenas digitais.

Isso ocorre quando as novas criptomoedas são validadas e inclusas no blockchain. Captou?

Mas atenção para o pulo do gato! Lembre-se do que falamos sobre a descentralização, ou seja, não existe um órgão regulamentando, que no caso do real, seria o banco central.

Então, como isso ocorre? Por meio de algoritmos e seguindo o protocolo previamente estabelecido. Esses protocolos têm, até, nomes. No caso do Bitcoin, é chamado de Proof of Work (Prova de Trabalho).

A princípio, qualquer pessoa pode fazer mineração de moedas, mas na prática, esse é um trabalho que requer muito investimento, devido ao uso de computadores super potentes e ao enorme gasto de energia elétrica.

Se isso já te deixa mais curioso, curiosa ou curiose, eu escrevi uma matéria sobre um documentário da Netflix que detalha muito mais, chamado Cryptopia. Depois que você terminar essa leitura, aqui, corre nesse link pra saber mais.

Abrindo um parênteses (…

Seguinte, até aqui, podemos dizer que você já está por dentro da estrutura que faz parte do mundo das criptomoedas. 

Agora, vamos falar um pouco mais sobre outros termos que irão te fazer entender melhor quais são os produtos negociados e, principalmente, saber diferenciar, para não fazer confusão.

Digamos que você está num supermercado e lá tem uma seção chamada de criptoativos. Aí eu já te digo que a criptomoeda é um criptoativo. Ela estará na prateleira junto com outros produtos. 

Bora conhecer esses produtos? Minha sugestão é começar desvendando o que é um criptoativo. 

O que são criptoativos? 

Todo mundo do meio financeiro fala que criptoativos são ativos digitais. Então, bom saber, antes, o que são ativos, não é? 

O termo completo seria ativo financeiro. E um ativo compreende tudo o que cria valor negociável, ou gera uma receita, ou agrega valor e que pode ser administrado. Ou seja, vendido, emprestado, comprado. 

Para entender melhor, vamos aos exemplos de ativos financeiros: imóveis, equipamentos, ações na bolsa de valores, etc.

Agora, o que mais nos interessa nessa nossa conversa, os criptoativos. Para entender o que são criptoativos, podemos seguir essa mesma linha de raciocínio que aprendemos sobre os ativos financeiros, porém, eles são digitais. 

Os criptoativos são usados para transações eletrônicas, seja para investir, especular, transferir valores e, até mesmo, acessar serviços.

Assim como as criptomoedas, que são um criptoativo, todo criptoativo é descentralizado. Esqueceu-se do que se trata? corre lá em cima que já falamos sobre descentralização.

Agora que você já sabe muito sobre criptomoedas, é hora de conhecer outros tipos de criptoativos: tokens, NFTs, Stablecoins, DeFi.

O que são Tokens?

Lembra que falei sobre o risco de fazer confusão entre alguns termos? Pois esse pode ser o caso de confundir token com criptomoeda. Então, bora esclarecer a diferença.

Pra começar, saiba que criptomoeda é um tipo de token. Mas existem muitos outros tokens. 

Uma explicação mais simples seria a seguinte: no contexto do mercado cripto, os tokens são códigos digitais criados dentro da tecnologia blockchain (que você já viu) com uma finalidade específica. E sempre com um valor agregado, seja para tomada de decisões ou para realizar transações financeiras, como compra e venda.

Para ficar ainda mais simples, vamos aos exemplos:

Uma empresa cria um projeto para oferecer vantagens aos seus clientes. Digamos que seja um supermercado que possua um programa de pontos. A medida que o cliente faz compras, ele acumula pontos. Daí, ele recebe um código para usar os pontos na troca por mercadorias. Não existe um dinheiro físico envolvido, mas o cliente pode adquirir produtos a partir desse código. Então, podemos dizer que esse código seria o token.

Esse raciocínio de “moeda digital” serve para as criptomoedas, que são um tipo de token. Resumindo, um determinado projeto é desenvolvido com a tecnologia blockchain para a criação de uma criptomoeda, que tem a finalidade de ser usada em transações financeiras.

Foi exatamente isso que aconteceu com a criação do Bitcoin, em 2008. A primeira moeda digital do mundo e o primeiro token.

A partir do Bitcoin surgiram outros tipos de tokens. Bora conhecer mais alguns? 

O que são NFTs?

Os NFTs são os Tokens Não Fungíveis, que têm valores únicos, como no caso de obras de arte, quando são tokenizadas, e bens virtuais, como os adquiridos em jogos on-line. 

Quem possui esse tipo de token, NFT, tem a garantia de autenticidade e de propriedade de determinado bem, seja virtual ou físico.

Geralmente, os NFTs são desenvolvidos na Blockchain da Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mundo, atrás apenas do Bitcoin.

O que são Stablecoins?

Os tokens stablecoins, traduzindo para o o português, são moedas estáveis. Elas são criadas, exatamente, com esse fim. São um tipo de moeda digital, de criptomoeda, porém, com mais estabilidade que as criptomoedas comuns.

Isso ocorre porque elas usam a tecnologia blockchain e a estabilidade do dinheiro convencional. É o caso do Real Digital Brasileiro, que já foi testado no ano passado. 

Elas, também, podem ser atreladas a metais preciosos e commodities.

O que são DeFi – Finanças descentralizadas?

Os DeFi, Finanças Descentralizadas, são tokens que surgiram no mercado de criptomoedas para realizar ações que substituem os serviços bancários tradicionais, porém, sem as taxas e sem o controle das instituições financeiras.

As DeFi possibilitam realizar a maioria dos serviços oferecidos pelos bancos, como obter juros, tomar e conceder empréstimos, comprar seguros, negociar derivativos e ativos, fazer transferências e sistemas de pagamento, de forma rápida e com menos burocracia.

Todas as operações de DeFi rodam em uma blockchain. A descrição e a execução são feitas por algorítimos e smart contracts (contratos inteligentes). São programas autoexecutáveis.

Duas pessoas que queiram fazer uma transação de empréstimo podem estabelecer todos os parâmetros num protocolo DeFi. Ficará definido como será a transferência, a quantia, os juros, as garantias, tudo sem envolver bancos.

O que é tokenização?

Tokenização é a transformação de dados reais em dados criptografados, em uma blockchain. A ideia central é garantir a segurança dos dados, que permanecem armazenados em um local seguro.

Esses dados criptografados são equivalentes aos reais e só tem acesso a eles quem possui a senha de segurança.

A tokenização é uma tendência de mercado, que cresce, cada vez mais, sendo aplicada em muitas situações, como já vimos nos exemplos acima. É o futuro dos negócios, principalmente depois da regulamentação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). 

Um exemplo de tokenização é o plano de governo do presidente lula, que foi registrado em blockchain, ainda durante a campanha eleitoral. Uma forma de garantir a autenticidade e evitar interferência de terceiros. 

Conhecer sobre o mundo cripto é se atualizar para o futuro

As tecnologias estão crescendo muito e se tornando parte fundamental do dia a dia das pessoas e das empresas. Se antes, as criptomedas vieram como uma alternativa aos bancos, hoje, são as instituições financeiras que se aproximam da tecnologia blockchain, como vimos no caso do Real Digital Brasileiro.

Antes era impensável um plano de governo estar protegido com a tecnologia blockchain, como vimos no caso de Lula.

Um dos homens mais ricos do mundo, o Elon Musk, é um investidor assíduo de criptomoedas. 

Esse é um mundo cheio de termos novos, mas agora você pode favoritar seu dicionário cripto e voltar, aqui, sempre, para atualizar seus conhecimentos.

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