Genocídio Yanomami: enquanto a mineração de ouro mata indígenas, a de criptomoedas reverte a fama de poluidora.

Augusto Medeiros
| 19 min read

Criptomoedas e ouro: dois tipos de mineração, dois tipos de investimentos, mas que seguem em direções opostas quando se trata do futuro desses mercados. 

Nas últimas semanas, o mundo ficou perplexo diante das imagens do genocídio do povo Yanomami, na floresta amazônica, em Roraima, com 570 mortes relacionadas à exploração ilegal de ouro.

Enquanto isso, o mercado de criptomoedas avança com projetos de proteção ambiental.

O termo mineração é muito comum para quem é do meio das criptomoedas. Porém, em vez de ouro, as minas são de moedas digitais, como o Bitcoin, mineradas em computadores. 

E o que a mineração de ouro e de criptomoedas têm em comum, além do nome? Os prejuízos causados ao meio ambiente. 

A mineração de criptomoedas sempre foi criticada pelo grande volume de energia gasto. E no caso dos garimpos na terra Yanomami, há uma consequência que vai além da destruição da floresta amazônica: o genocídio do povo indígena.

Mas, nos últimos anos, o mercado cripto sinalizou para mudanças que fazem toda diferença para o futuro do planeta, inclusive, com projetos que já direcioraram milhões de reais para ajudar a salvar a Amazônia.

Neste artigo você vai entender por que a mineração de ouro destrói a natureza e mata indígenas e o que há de novo na produção de criptomoedas para reduzir a poluição ambiental. 

A mineração de criptomoedas ecologicamente correta

Seriam as criptomoedas o ouro do futuro? E como seria esse futuro se a mineração de moedas digitais continuasse do jeito que começou? Com um gasto exorbitante de energia. 

O fato é que essa realidade está mudando, junto com a necessidade mundial de reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

Nova tecnologia reduz em 99,5% o consumo de energia

Depois de anos desenvolvendo uma nova forma de emitir criptomoedas, o dia 15 de setembro de 2022 ficou marcado na história do mercado de ativos digitais. 

O Ethereum, segunda maior criptomoeda do mundo, lançou a atualização da sua plataforma, chamada de “The Merge” (A Fusão), que reduz, em quase 100%, o uso de energia elétrica para a produção de moedas criptografadas.

De acordo com o índice da Digiconomist, o consumo de energia da Ethereum era equivalente ao do Chile.

Antes de falar sobre o novo processo, vamos lembrar como funcionava a mineração de criptomoedas da Ethereum e que, ainda, é usada por outras plataformas, como o Bitcoin. Uma analogia pode ajudar na compreensão. 

Assim como o dinheiro tradicional, como é o caso do real brasileiro, precisa ser emitido pela Casa da Moeda, o dinheiro digital, como é o caso das criptomoedas, também precisa ser “emitido”. 

Para que o dinheiro de papel tenha, realmente, valor, ele precisa ser validado pela Casa da Moeda, ou qualquer pessoa faria dinheiro, em casa. No caso das criptomoedas, a mineração é a validação.

Essa “emissão” de criptomoedas é a mineração, desenvolvida em cadeias de blocos, as blockchains. 

E como ela acontecia na Ethereum? Com o uso de computadores super potentes para realizar cálculos de criptografia. E aí estava o prejuízo causado ao meio ambiente, o uso de muita energia para manter esses computadores em funcionamento. 

A pegada de carbono da Ethereum era semelhante a da cidade de Hong Kong.

Agora, vamos entender como funciona essa nova tecnologia e por que ela economiza tanta energia. 

Com a atualização da plataforma, a Ethereum passou a usar um mecanismo de validação chamado de “Prova de Participação” – PoS, na sigla em inglês. Antes, era usado o de “Prova de Trabalho”.

Prova de Trabalho

Nesse caso, os computadores super poderosos garantem a validação e a segurança dos cálculos de criptografia, que são tão complexos a ponto de evitar a interferência de invasores. Esses cálculos são armazenados em blocos, dentro das blockchains e viram códigos, que podem ser acessados, apenas, por quem possui a criptomoeda. 

Essa criptomoeda poderá ser acessada por outra pessoa, a partir de uma nova transação, no caso de compra e venda de moedas, por exemplo, ou pagamento de produtos e serviços, com uso de criptomoedas.

Prova de Participação

A novidade, desenvolvida pela equipe da Ethereum, é que a validação das criptomoedas deixa de ser feita em computadores super potentes e passa a ser feita por indivíduos, ou empresas, em seus computadores, sem necessidade de máquinas especiais e que gastam muita energia.

Para fazer parte dessa validação, pessoas ou empresas apostam suas próprias criptomoedas como forma de garantia contra mau comportamento. Em troca, recebem recompensas, que podem ser pagas em criptomoedas.

Primeiro passo rumo à mudança

É fato que se trata de um grande avanço na redução de gases de efeito estufa, provocados pelo gasto de energia, afinal, a Ehthereum (ETHER) é a segunda mais forte criptomoeda do mundo.

A questão é que a primeira, Bitcoin, segue usando a prova de trabalho para validação. Segundo dados da Universidade de Cambridge, a produção e manutenção de Bitcoins consomem tanta energia, que se o Bitcoin fosse um país, estaria entre os 35 de maior consumo no mundo, a frente da Bélgica e da Finlândia.

Mesmo assim, o fundador do site Digiconomist, Alex De Vries, cientista de dados especialista em blockchain e Bitcoin, defende que a inovação do Ethereum deve ser vista com entusiasmo. 

Em seu artigo, “Criptomoedas no caminho para a sustentabilidade: Ethereum abrindo caminho para o Bitcoin”, publicado pelo Patterns, em dezembro do ano passado, ele cita uma economia de energia, pelo Ethereum, ainda maior que a anunciada antes, 99,9996%. 

Embora ainda seja prematuro para a comunidade Ethereum declarar uma vitória completa sobre as preocupações de sustentabilidade enfrentadas pelos criptoativos, os fatores que contribuíram para o sucesso do The Merge, agora, podem servir como um roteiro para permitir uma mudança de prova de trabalho para prova de participação em Bitcoin e outros criptoativos ainda fazendo uso de proof of work (prova de trabalho), disse o cientista.

Ele diz que, em termos absolutos, a redução na demanda de energia pode ser equivalente à necessidade de energia elétrica de um país como a Irlanda ou mesmo a Áustria.

Em publicação do Financial Times, o estrategista de criptomoedas e ativos digitais do Bank of America, Alkesh Shah, diz que muitos projetos de “segunda camada”, construídos na blockchain Ethereum (como NFTs e plataformas financeiras descentralizadas) também serão afetados. 

“Isso torna o Ethereum mais verde, o que é importante porque tem sido um obstáculo para a adoção. Muitas pessoas [que de outra forma] usariam esses ativos digitais não o fazem por causa do uso de energia e dos aspectos negativos para o meio ambiente.”

Na prática, a tecnologia desenvolvida pela Ethereum mostra que a mineração, feita por mineradores, em computadores pontentes, deixa de ser necessária.

E vale destacar a estimativa da Universidade Cambridge (Inglaterra), que aponta que apenas 39% da energia consumida na mineração de criptomoedas vêm de fontes renováveis.

Regulação estimula mineração verde no Brasil

O Projeto de Lei que regulamenta o mercado de criptomoedas, no Brasil, aprovado pela Câmara dos Deputados, em novembro do ano passado, prevê isenção tributária para quem produzir moedas digitais, apenas, com energias renováveis, além de neutralizar 100% da sua emissão de gases de efeito estufa. 

A isenção inclui a compra, importação ou industrialização de máquinas e softwares. Uma lei inovadora, segundo afirmou à Folha, Sabrina Lawder, líder de International Tax da Grant Thornton Brasil.:

“É a primeira legislação que eu vi que junta o contexto ambiental, a questão tributária e uma moeda virtual,” disse Lawder. 

A mineração de ouro e o genocídio dos Yanomami

Estrada e Maquinário Ilegais na TI Yanomami na Amazônia
© Valentina Ricardo / Greenpeace – denúncia feita em dezembro de 2022

Assim como as criptomoedas, o ouro também é um tipo de investimento, mas ao contrário do movimento do mercado cripto, rumo a uma produção menos poluente, a mineração do metal segue com a destruição da floresta amazônica e é apontada como principal causa para o genocídio do povo Yanomami.

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, nos últimos quatro anos, 570 crianças yanomamis morreram devido à contaminação por mercúrio – usado para a extração do ouro – e também por fome. 

Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, dessas mortes, 99 ocorreram no ano passado, quase sempre relacionadas à desnutrição, pneumonia e diarreia.

O governo federal decretou estado de emergência na terra dos Yanomami, depois que foram reveladas mortes dos indígenas em decorrência do avanço dos garimpos.

As minas (garimpos) de ouro são exploradas, no Brasil, desde o período colonial, mas nunca a extração ilegal chamou tanta atenção do mundo, como atualmente.

De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os garimpos, em Roraima, são responsáveis por 232 hectares de desmatamento da Amazônia, isso, apenas, em 2022. Um aumento de 24,7% em relação a 2021.

Segundo informações publicadas pela Folha, todo esse desmatamento de 2022 foi relacionado à mineração ilegal. O jornal ouviu a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que falou sobre a remoção dos garimpeiros:

“As ações estruturadas estão sendo planejadas e obviamente a gente não costuma avisar as datas das nossas operações. O [governo] Bolsonaro fazia muito isso. Eles publicavam no Diário Oficial. Mas nós temos um protocolo que é fazer o planejamento e fazer as ações. Para que os contraventores não venham a se precaver”, disse Marina.

O escritor e líder indígena, Ailton Krenak, chama atenção para a poluição dos rios com o mercúrio usado nos garimpos, como publicado pela Folha:

“Se não houver uma ação intensa do governo para isolar essas áreas [de garimpo], criando uma espécie de Tchernóbil, com uma zona fantasma, onde não pode ter gente, os yanomamis podem continuar sendo contaminados por mercúrio. Isso é uma imagem terrível. Ou seja, mesmo depois que a gente tirar os garimpeiros —se conseguirmos tirar todos esses miseráveis de dentro daquele território—, se ele fosse isolado imaginariamente, ainda ia restar uma bomba-relógio lá dentro, a contaminação por mercúrio nos cursos d’água”, disse Krenak

Em coluna da Folha de São Paulo, a jornalista especialista em comunicação pública, Ana Cristina Rosa, disse que os povos origiários sempre foram alvo de extermínio, no país:

“O fato de a população yanomami estar definhando é a evidência mais recente de que a exploração das riquezas minerais iniciada no período colonial jamais foi abandonada e se intensificou de forma desmedida e criminosa nos últimos anos”, disse Rosa.

“Por mais chocante que seja, no Brasil os povos originários sempre foram alvo de extermínio —assim como os descendentes de africanos, é bom que se diga”, acrescentou.

Segundo denúncias feitas por indígenas, a medida que aumentaram as invasões de garimpeiros em terras Yanomami, a assistência aos indígenas diminuiu.

Em novembro do ano passado, a Polícia Federal e o Ministério Público fizeram uma operação para  combater suposto desvio de recursos públicos, que seriam usados para comprar medicamentos para os Yanomami.

Denúncias contra a gestão de Jair Bolsonaro

Para o ex-presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Márcio Augusto Meira, a postura do governo no combate à invasão de terras indígenas passou por uma mudança drástica nos últimos quatro anos, como afirmou o antropólogo à Folha. Ele esteve à frente da Funai de 2007 a 2012.

“Há uma diferença total em relação ao comportamento anterior. O último governo foi um ponto fora da curva no que tange ao respeito à Constituição e ao cumprimento do Estado de proteger os territórios contra invasores”, disse.

As investigações apontam para um genocídio em decorrência das ações do governo Bolsonaro favoráveis aos garimpeiros e das omissões em saúde indígena. A desassistência em saúde teria levado à crise sanitária.

Projetos de criptomoedas voltados ao mercado de carbono

Na contramão do que vem ocorrendo com a exploração do ouro, na Amazônia, o mercado de criptomoedas segue na busca para acabar com a fama de poluidor. Inclusive, com projetos que ajudam, diretamente, na proteção da floresta amazônica.

A start up ambiental, Moss, criou o MCO2 Token, um ativo digital desenvolvido com a tecnologia blockchain, assim como as criptomoedas. No primeiro ano de funcionamento, os clientes da plataforma conseguiram destinar mais de US$ 13 milhões para projetos envolvidos com a preservação da floresta amazônica. 

Isso foi possível através dos créditos de carbono. A Moss vende créditos de carbono a indivíduos e empresas em uma plataforma 100% digital.

O que é um crédito de carbono?

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os créditos de carbono foram criados para que as empresas que excedem os níveis permitidos de emissão de poluentes possam financiar projetos que ajudam a reduzir a emissão de CO2 no ar e, assim, compensar as emissões.

Um crédito de carbono é uma certificação digital usada para comprovar que uma empresa ou um projeto ambiental (projetos de conservação de florestas, reflorestamento de áreas devastadas, energia limpa, biomassa, etc) evitou a emissão (poluição) de 1 tonelada de CO2 (dióxido de carbono) em um determinado ano.

Criptomoedas verdes e o mercado de carbono

As criptomoedas verdes surgiram no mercado cripto para atrair investidores que estão interessados na proteção do meio ambiente. É uma forma de ter redimentos e, ao mesmo tempo, destinar dinheiro para empresas que desenvolvem projetos de proteção ambiental.

Um exemplo é a criptomoeda IMPT que firmou parceria com mais de 10 mil empresas do varejo, como Samsung. Lego e Microsoft. Para que os recursos cheguem aos projetos ambientais, basta que os usuários façam compras a essas empresas na plataforma IMPT. 

A plataforma IMPT.io conecta usuários com centenas de projetos de impacto ambiental, ao redor do mundo, com o objetivo de reduzir as emissões de carbono.

As marcas do varejo associadas ao projeto IMPT alocam um percentual específico de margem de venda para projetos ambientais. 

Ao mesmo tempo, os usuários também podem adquirir crédito de carbono. Eles acumulam tokens até atingirem a quantidade necessária do crédito de carbono de sua escolha. 

O projeto IMPT acaba de fechar um contrato de € 50 milhões com a Thallo, empresa de negociação de créditos de carbono baseada em blockchain. 

O valor é suficiente para compensar cerca de 12 milhões de toneladas de carbono, ao longo de 10 anos, isso equivale à pegada de carbono de quase 2,6 milhões de pessoas.

Mercado do carbono desperta interesse de associação alemã

A associação sem fins lucrativos, Living Gaia E.V., com base em Berlim, na Alemanha, tem um projeto ousado para ajudar a floresta amazônica e o povo indígena, Huni Kuin, no Acre: comprar 17 mil hectares de terras para os indígenas. E depois da aquisição, fomentar projetos de sustentabilidade para as aldeias. 

Além disso, o gerente do projeto de compra da terra, Simon Knoop, em entrevista ao Cryptonews, disse que há interesse em fazer parte do mercado de créditos de carbono, por meio de plataformas em blockchain. 

Como se trata de um projeto ambiental, eles poderiam receber recursos de empresas que tenham interesse em compensar a emissão de CO2 com a compra de créditos de carbono.

Para desenvolver a sustentabilidade da aldeia, a Living Gaia E.V. pretende se unir a outros projetos já existentes

“Tem muitos projetos focados na bioeconomia, para gerar recursos, sem impacto para as florestas, Forest Positive Economy. (Economia Positiva de Floresta). Tem uma iniciativa que chama Amazônia 4.0 que quer ajudar pequenas cooperativas na Amazônia a desenvolverem produtos e se organizar melhor e com apoio técnico, com o máximo de refinamento das matérias primas, disse Knoop”

O gerente do projeto diz que a ideia é que essa agregação de valor às matéria primas aconteça, ainda, na floresta. Ele cita o exemplo do cacau, que está se transformando em chocolate refinado.  

“O chocolate Yanomami é um grande sucesso, mas somente em mercados de alto padrão, porque os consumidores têm uma consciência maior sobre a temática e tem maior poder de compra. Eles estão exportando para a Noruega esse chocolate, pro Japão, também e, agora, vai ter em São Paulo.”

A associação já apoia o trabalho de mulheres artesãs Huni Kuin. No ano passado, um grupo formado por quatro mulheres apresentou o artesanato durante a Semana de Arte de Berlim. 

Para fazer parte do mercado de créditos de carbono, a ideia é se unir a outras terras indígenas, no Acre:

“Em relação ao mercado de créditos de carbono, 17 mil hectares, na verdade, não é tão grande, então, a empresa brasileira com quem a gente trabalha, eles estão com um plano de fazer um projeto de créditos de carbono bem grande, envolvendo várias terras no Acre e tem inúmeras desenvolvedoras que trabalham com isso e grande parte delas trabalha com blockchain e vai ser tudo registrado na blockchain”, explicou o gerente do projeto. 

Simon, explica que grande parte dos rendimentos com créditos de carbono vai voltar para as comunidades indígenas e, também, apoiar com outras maneiras de subsistência, como por exemplo, produção de cosméticos.

Ele conta que já existe um laboratório na aldeia dos Huni kuin, onde eles fazem óleos essenciais. O próximo passo será montar uma pequena fábrica, onde eles possam fazer produtos cosméticos a partir das matérias primas que eles têm. 

“Também, há planos para o ecoturismo, na região. É bem interessante de se desenvolver, a gente quer criar uma área modelo, que mostra que dá pra tirar uma subsistência e tirar uma fonte de renda boa, mesmo sem desmatar,” falou.  

A preocupação de Simon está em não superestimar as oportunidades, porque a infraestrutura na Amazônia, ainda é muito restrita, os caminhos são muito longos e o mercado para estes tipos de produtos não é muito grande, como no exemplo do chocolate Yanomami. 

“Foi uma coisa que deu certo, mas precisa de muito investimento, com pouco retorno a curto e médio prazos, então muitos trabalham com investidores de impacto,” acrescentou. 

Em setembro, a Associação Living Gaia vai participar de um evento na Embaixada do Brasil, em Berlim, um networking de investidores de impacto interessados na Amazônia. 

Sobre os garimpos ilegais na floresta, Knoop vê com preocupação uma forma de resolver o problema, já que há um interesse mundial pelo ouro.

“O mercado tá aumentando muito, no mundo inteiro, precisando de ouro pra indústria de alta tecnologia e, também, em muitos países a demanda por ouro para investimento é muito grande, e joalheria. Tem uma rede criminosa que atua, internacionalmente, nessa coisa do garimpo, inclusive, na Itália, tem uma refinadora grande de ouro que tá financiando os garimpos no Brasil”, disse Simon.

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