Peru aprova lei de criptomoedas, XP bate R$ 1 trilhão de ativos sob gestão e outros destaques da semana
No mercado de criptomoedas esta semana, o Peru regulamentou exchanges de cripto, enquanto a CVM ordenou o encerramento das atividades da ThinkMarkets no Brasil.
Além disso, o Mercado Bitcoin lançou produto de crédito garantido por criptomoedas, El Salvador recebeu um investimento bilionário para sua “Cidade Bitcoin” e a XP atingiu R$ 1 trilhão em ativos sob gestão.
- Peru aprova lei que regula exchanges de criptomoedas
- CVM exige que exchange cripto ThinkMarkets encerre as atividades no Brasil
- Mercado Bitcoin terá produto de crédito com garantia em criptomoedas
- El Salvador recebe investimento bilionário que beneficiará criação de “Cidade Bitcoin”
- XP atinge a marca de R$ 1 trilhão de ativos sob gestão, mas quase nada é de criptomoedas
Peru aprova lei que regula exchanges de criptomoedas
O Peru avança na regulamentação do mercado de criptomoedas com a aprovação de uma nova resolução que estabelece regras específicas para exchanges operando no país.
Publicada pela Superintendência de Bancos e Seguros do Peru (SBS), a Resolução SBS 02648-2024 introduz diretrizes rigorosas para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, exigindo que as exchanges implementem medidas de compliance robustas e mantenham um responsável pela conformidade.
Esta resolução é parte de um esforço contínuo iniciado em 2022 para trazer uma estrutura regulatória às atividades relacionadas a criptoativos no Peru, alinhando-se com as recomendações do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI).
As regras também impõem às exchanges a obrigação de realizar auditorias internas e externas regularmente, a fim de assegurar a eficácia das medidas de prevenção contra crimes financeiros.
Além das normas para exchanges, o Peru também explora a inovação no setor financeiro com um projeto piloto de Moeda Digital do Banco Central (CBDC), lançado em parceria com a Viettel Peru SAC, marcando um passo significativo na modernização da infraestrutura financeira do país.
CVM exige que exchange cripto ThinkMarkets encerre as atividades no Brasil
A exchange ThinkMarkets terá que cessar suas operações no Brasil após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) identificar violações nas regras de mercado.
A decisão vem após constatações de que a corretora, administrada pela TF Global Markets da Austrália, estava captando clientes brasileiros para operações com valores mobiliários sem a devida autorização.
Apesar de seu foco principal em criptomoedas, a ThinkMarkets foi acusada de oferecer ilegalmente valores mobiliários, configurando uma operação irregular perante as leis brasileiras.
A CVM impôs a interrupção imediata de qualquer oferta pública de produtos e serviços pela ThinkMarkets no Brasil, sob pena de multa diária de R$ 1 mil caso continue suas atividades.
Apesar das sanções, a ThinkMarkets continua operando normalmente no país e divulgando investimentos. A empresa ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão da CVM.
A legislação brasileira recente, que regulamenta as criptomoedas, exclui explicitamente os valores mobiliários, mantendo a competência da CVM sobre estes.
Portanto, a ThinkMarkets deverá ajustar suas operações para conformidade com o Marco das Criptomoedas, evitando assim a comercialização de produtos classificados como valores mobiliários.
Mercado Bitcoin terá produto de crédito com garantia em criptomoedas
Um ano após obter licença do Banco Central como instituição de pagamento, o Mercado Bitcoin (MB) lança um produto de crédito inovador, permitindo que clientes obtenham empréstimos em reais usando criptomoedas como garantia.
Com cerca de R$ 5 bilhões em custódia, a plataforma estima potencial de crédito superior a R$ 1 bilhão. As taxas de juros começam em 1,39% ao mês, e os prazos de pagamento podem se estender até 12 meses, inicialmente aceitando Bitcoin e Ether como garantias.
Este produto financeiro surge em um contexto onde experiências internacionais similares, como a vivida pela BlockFi durante o verão cripto de 2021, mostraram tanto potencial de lucro quanto riscos.
Naquele período, a alta das criptomoedas permitiu que investidores quitassem empréstimos e lucrassem consideravelmente, mas a queda dos preços logo em seguida também levou a perdas irreparáveis e colapsos de plataformas.
Consciente dos riscos, o Mercado Bitcoin adotou uma abordagem cautelosa, limitando os empréstimos a 30% do valor em custódia, uma medida para proteger os usuários contra as oscilações do mercado.
Além disso, a plataforma opta por negociações individuais antes de executar garantias, caso o valor do empréstimo ultrapasse o limite estabelecido. Por isso, essa é considerada uma abordagem diferente das execuções automáticas comuns nas finanças descentralizadas (DeFi).
Este novo produto também permite que clientes alavanquem suas posições em criptoativos sem a necessidade de liquidá-los. Como resultado, aumenta-se o potencial de investimento e se aproveita as oscilações do mercado a seu favor.
El Salvador recebe investimento bilionário que beneficiará criação de “Cidade Bitcoin”
El Salvador recebeu um impulso significativo para o desenvolvimento da sua Cidade Bitcoin com um investimento de US$ 1,62 bilhão anunciado pela holding turca Yilport.
Este investimento, o maior já feito no país, será destinado à gestão de dois portos salvadorenhos em uma parceria de 50 anos com o governo. A iniciativa segue a visita do presidente Nayib Bukele à Turquia em 2022 e destaca o papel crescente de El Salvador como um centro de inovação na América Central.
O projeto da Cidade Bitcoin, localizado nos portos de Acajutla e La Union, promete criar milhares de empregos e atrair mais investimentos para a região.
Enquanto Acajutla é um hub vital para as exportações nacionais, La Union tem estado inativo, com planos de transformação em uma cidade inovadora financiada por mineração de Bitcoin, que utilizará energia geotérmica dos vulcões locais.
O financiamento inicial do projeto deveria vir de títulos Bitcoin, mas após vários adiamentos, El Salvador buscou outras fontes, incluindo uma parceria com a Tether para mineração renovável de Bitcoin.
O país também lançou o programa “Freedom Visa” para atrair investidores bitcoiners. Atualmente, El Salvador mantém uma reserva de 5840,76 BTC, reforçando seu compromisso com o crescimento e inovação tecnológica.
XP atinge a marca de R$ 1 trilhão de ativos sob gestão, mas quase nada é de criptomoedas
No segundo trimestre de 2024, a XP gerenciou um recorde de R$ 1,1 trilhão em ativos, um crescimento de 14% impulsionado por um aumento de 15% em sua base de clientes, agora totalizando 4,6 milhões.
Este período também marcou um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão para a XP, o maior em sua história. Como resultado, isso levou a uma valorização de 6,5% em suas ações na B3, apesar de uma queda acumulada de 27,9% no ano, refletindo a tendência geral de baixa do mercado.
Os resultados financeiros da XP foram fortalecidos por um aumento de 42% em produtos de renda fixa. Estes geraram R$ 820 milhões em receitas, representando 25% das receitas do segmento de varejo.
Em contraste, os produtos de renda variável cresceram apenas 5%. O segmento de varejo, incluindo cartões de crédito e seguros, contribuiu significativamente, gerando respectivamente R$ 313 milhões e R$ 51 milhões em receitas.
Além disso, a XP enfrentou desafios em sua plataforma de negociação de criptoativos, Xtage, lançada em agosto de 2022. A plataforma não atingiu a meta de 200 mil usuários e encerrou as operações em outubro do ano passado. Por fim, istou marca a segunda tentativa fracassada da empresa no mercado de exchanges de criptomoedas em cinco anos.