Adoção de criptomoedas engrena no mercado da América Latina com o Projeto e Desenvolvimentos DeFi do Banco Central do Brasil na Argentina

Killian A.
| 4 min read

A adoção do mercado de criptomoedas está em marcha no Brasil, com o desenvolvimento, pelo Banco Central do país, de uma solução DeFi para seu protótipo de moeda digital do Banco Central. 

Conforme anunciado pelo Banco Central do Brasil, a partir do próximo ano, todas as regiões do país terão acesso ao projeto-piloto do Real Digital, que vai trazer a possibilidade de novos serviços e maior segurança nas transações realizadas por meio digital.

As diretrizes para o potencial desenvolvimento de uma moeda digital brasileira, o Real Digital, foram apresentadas no mês de maio de 2021, pelo Banco Central, em avaliação preliminar, e consideradas as discussões mantidas no Grupo de Trabalho Interdepartamental (GTI) criado pela Portaria n.º 108.092, de 20 de agosto de 2020.

No entanto, inicialmente, o Real Digital pretende ser uma extensão da versão física do Real, e deve funcionar como uma foto digital das cédulas físicas. Por isso, apesar de ser necessário possuir  uma carteira virtual diretamente de um agente financeiro autorizado pelo Banco Central, o Real Digital não deve ser confundido com criptomoedas.

Enquanto isso, do outro lado da fronteira na Argentina, uma cidade diz que aceitará pagamentos de impostos feitos usando moedas estáveis de USD, enquanto a capital Buenos Aires também quer entrar em ação.

Em um comunicado oficial, o Banco Central do Brasil disse que escolheu o Itaú Unibanco, uma das maiores instituições financeiras comerciais do país, para trabalhar na criação de uma série de stablecoins, incluindo uma moeda fiat do real. 

Esta stablecoin será utilizada em conjunto com outros tokens baseados em moedas fiduciárias (fiat). Estes estarão vinculados a outras grandes moedas fiduciárias globais. Embora os detalhes sejam até agora escassos, parece que o Banco Central quer analisar como vários CBDCs poderiam ser usados em plataformas digitais.

O Banco Central chamou o projeto de “pool de liquidez DeFi” e o descreveu como uma plataforma que permite a custódia, troca de moedas e investimentos alternativos via tecnologia blockchain e contratos inteligentes (smart contracts).

Foi solicitado ao Itaú que formulasse um caso que compreendesse a criação de um pool de liquidez, com tokens que emulam moedas estáveis que estão vinculadas com o real, dólar e outras moedas fiat. O Banco Central falou da necessidade de criar uma solução cujas operações seriam “similares às soluções DeFi de liquidez que atualmente operam no mercado”.

O Banco Central também pediu ao Itaú e a uma série de outros atores tradicionais do mercado financeiro e de criptomoedas para trabalhar em uma série de projetos envolvendo cripto e blockchain. Os projetos são fruto da criação do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas do banco.

O Banco Central solicitou a uma empresa que trabalhasse em “uma ponte” que permitisse que seu protótipo de real digital interoperasse com outras redes blockchain existentes — usando a Celo (CELO). Outra empresa foi solicitada a criar “uma solução de tokenização de ativos em blockchain para descentralizar os riscos de crédito”.

Enquanto isso, a Ambito informou, junto com a Infobae, que a cidade argentina de Mendoza começou a aceitar o pagamento de impostos em uma série de moedas estáveis. A cidade, famosa como centro produtor de vinho, anunciou ter “incorporado nova tecnologia” em sua “plataforma de processamento de pagamentos” que “agora permite aos contribuintes usar criptomoedas para pagar seus impostos”.

Entretanto, as moedas estáveis não são consideradas criptomoedas e parece que a cidade não está totalmente pronta para entrar de vez no Bitcoin (BTC), aceitando somente pagamentos realizados em DAI, Tether (USDT), USD Coin (USDC), e outras moedas principais lastreadas em USD.

A cidade parece ter levado a capital Buenos Aires ao posto com sua nova medida de adoção, e os meios de comunicação explicaram que uma iniciativa semelhante na capital está se aproximando da conclusão. As autoridades da cidade foram citadas como e declararam que estão trabalhando para que isso aconteça o mais rápido possível, pois estão apenas aguardando as trocas criptográficas domésticas para ajudar a implementar esta medida.

Diego Fernández, Secretário de Inovação e Transformação Digital de Buenos Aires, declarou que:

“Falar de criptologia é falar de inovação, liberdade e oportunidade. Usando a tecnologia, novas formas de pagamento e de economia surgiram. Queremos que as pessoas possam pagar [seus impostos] usando as ferramentas de que já fazem uso”.

 

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