Após escândalo da FTX, ex-diretor de engenharia se declara culpado de acusações de fraude
Recentemente, o ex-diretor de engenharia da FTX, Nishad Singh, se declarou culpado de acusações de fraude eletrônica, conspiração para cometimento de fraude eletrônica em clientes e também fraude de commodities.
Durante a realização de uma audiência na última terça-feira, em um Tribunal Federal de Manhattan, o advogado de Nishad Singh anunciou que o seu cliente havia concordado em se declarar culpado das referidas acusações. Nishad Singh confirmou a sua participação no esquema e disse que sabia que a Alameda estava emprestando fundos de clientes da FTX, mas os clientes não sabiam disso.
Após Nishad Singh ter se declarado como culpado, o juiz distrital dos EUA, Lewis Kaplan, aceitou o apelo e o procurador-geral de Manhattan teria dito que:
“A confissão de culpa de hoje ressalta mais uma vez que os crimes na FTX foram vastos em escopo e consequência […] Eles abalaram os nossos mercados financeiros com uma fraude multibilionária. E eles corromperam a nossa política com dezenas de milhões de dólares em contribuições ilegais de campanha. Esses crimes exigem justiça rápida e certa e é exatamente isso que estamos buscando no Distrito Sul de Nova York”.
A confissão faz parte de um acordo judicial firmado com promotores do caso, por meio do qual o ex-executivo Nishad Singh se declararia culpado e concordaria em cooperar com os promotores em troca de uma sentença com penalidade mais branda.
Já o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, quando foi ouvido em outra audiência, teria se declarado inocente das acusações federais. Dessa forma, o seu julgamento criminal no Tribunal Federal está programado para começar no mês de outubro, enquanto o processo de falência da FTX permanece em andamento no Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito de Delaware.
Relembre o colapso da FTX
O recente colapso da FTX, que teve início no mês de novembro de 2022, é considerado um dos maiores escândalos do mercado de criptomoedas nos últimos anos. A plataforma era a segunda maior exchange do mundo e servia como a porta de entrada para milhões de pessoas no mercado de criptomoedas. A FTX era considerada uma das plataformas mais confiáveis, mas foi à falência alguns dias depois que foi descoberto que as suas finanças eram muito instáveis.
As principais acusações são de que, em 2020, Nishad Singh teria alterado o software da FTX para permitir que a Alameda, empresa em que havia trabalhado como executivo-chefe, para evitar a realização de vendas automáticas de ativos quando estava perdendo muito dinheiro. Isso fez com que a Alameda continuasse tomando empréstimos da FTX, independentemente da garantia para os seus empréstimos.
A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA alegou que essa mudança de código deu à Alameda uma linha de crédito virtualmente ilimitada na FTX e que os bilhões de dólares que a FTX emprestou à Alameda nos dois anos seguintes vieram de clientes da exchange FTX.
Além disso, com relação ao fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, as acusações são de que ele desempenhou um papel central na queda da exchange FTX e ocultou os problemas financeiros do público e dos investidores. Sam Bankman-Fried também foi acusado de violar as leis de financiamento de campanha, já que foi um grande doador político do último ano.
Sam Bankman-Fried também foi acusado de fraudar os investidores e usar os seus recursos para comprar imóveis em seu próprio nome e de sua família, de acordo com a denúncia publicada pela Procuradoria-Geral dos Estados Unidos.
Com todas essas acusações pesando contra a plataforma, Sam Bankman-Fried renunciou ao seu cargo de CEO e a FTX entrou com pedido de falência nos EUA, o que deixou milhares de clientes impossibilitados de retirar o dinheiro que investiram na exchange.
No entanto, o ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, se declarou inocente de oito acusações federais e apenas reconheceu a gestão de risco inadequada, alegando que não roubou fundos dos clientes, mas continua enfrentando mais de 12 acusações criminais.
FTX Japão permite o saque total de fundos
Na última semana, a FTX Japão retomou as retiradas e vários membros da plataforma já receberam os seus fundos. Em apenas um dia após retomar as retiradas de fundos, a FTX Japão revelou que os usuários retiraram cerca de 6,6 bilhões de ienes, o que equivale a, aproximadamente, US$ 50 milhões.
Com a retirada de fundos na FTX Japão, investidores da FTX dos outros lugares do mundo estão se mantendo esperançosos de conseguir o mesmo resultado e reaver todo o dinheiro que investiram na falida exchange.
Após o escândalo da FTX e falência de grandes empresas do mercado de criptomoedas, MasterCard e Visa suspendem algumas parcerias criptos
Em outubro do ano passado, a Visa anunciou a realização de uma parceria com a exchange FTX para o lançamento de uma linha internacional de cartões de crédito. No entanto, a parceria foi cancelada no mês seguinte, logo que a exchange declarou falência e vieram à tona as denúncias sobre o uso ilegal dos fundos de clientes da FTX.
Além da FTX, outras grandes empresas do mercado de criptomoedas declararam falência ao longo do ano de 2022, como a BlockFi, a Celsius e também o fundo de investimentos Three Arrows Capital.
Com isso, diante de um cenário de tantas incertezas no mercado cripto, a Visa e a MasterCard teriam decidido suspender o lançamento de alguns produtos e serviços que estavam ligados a criptomoedas, pelo menos até que as condições do mercado e o ambiente regulatório mostrem alguns sinais de melhora e recuperação da credibilidade.
Alameda Research, empresa formadora de mercado da FTX, exige a devolução de pagamentos feitos à Voyager Digital
A Alameda Research, empresa que estava ligada à formação de mercado da exchange FTX, ajuizou uma ação em que exige a devolução de pagamentos bilionários feitos à corretora de criptomoedas Voyager Digital.
De acordo com as informações apresentadas para a mídia, a Voyager teria exigido o reembolso de todos os empréstimos pendentes à Alameda, que, de acordo com o processo, teriam sido reembolsados antes da FTX entrar com pedido de recuperação judicial. Dessa forma, a Alameda está, agora, reivindicando todos os empréstimos que foram reembolsados à Voyager.
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