Bom fluxo nos investimentos cripto no cenário internacional – Já o Brasil tem números negativos
Brasil registrou números negativos com relação às entradas de criptomoedas. Essa baixa é contrária ao movimento majoritário do mercado mundial atual. O segmento de criptomoedas e demais produtos relacionados teve uma movimentação de cerca de US$ 1,35 bilhão de entradas líquidas no último mês. O valor acumulado de negociações neste ano foi de US$ 12,9 bilhões.
O fluxo reduzido no Brasil pode ser resultado de uma série de fatores, incluindo, por exemplo, a alta do dólar com relação ao real. Mesmo assim, a queda preocupa investidores, especialmente agora que o país estava sendo considerado polo de criptomoedas na América do Sul.
CoinShares aponta para retiradas consideráveis de valores investidos no Brasil
A CoinShares divulgou alguns relatórios recentes sobre as movimentações de mercado. Entre os números, chama a atenção as retiradas de fundos no Brasil. Em que pese o mercado em geral tenha um fluxo positivo de US$ 1,35 bilhão, os saques líquidos no Brasil foram altos.
Os saques de ativos digitais foram de US$ 1,7 milhão nos últimos dias. Na atual cotação do dólar, isso equivale à cerca de R$ 9,5 milhões até a penúltima sexta-feira, dia 19 de julho.
Esses números aparecem em um momento em que o mercado ainda está com bons indicativos. Isso porque o período teve entradas líquidas no importe de US$ 19,15 bilhões. Esse desempenho representa um fluxo de negociação bastante alto e com aumento da taxa média. Os números indicam um crescimento de 45% com relação ao período anterior. Contudo, ainda é 22% mais baixo que o maior movimento de 2024.
Nesse sentido, o Brasil não foi o único país a registrar fluxos negativos. Alemanha, Hong Kong e Suécia também tiveram muitas retiradas. Só a Alemanha teve retiradas equivalentes a US$ 5,2 milhões, já a Suécia teve um índice menor, com valores aproximados de US$ 1,9 milhão.
A parte positiva do relatório indica um bom desempenho dos Estados Unidos. O fluxo de movimentações líquidas do país foi de aproximadamente US$ 1,28 bilhão. Outras nações com bom desempenho foram Suíça, Canadá e Austrália.
Entre ETFs e Bitcoins – Veja quais foram os produtos mais procurados do mercado
Mesmo com as baixas brasileiras, os números indicam que algumas criptomoedas e produtos estão sendo bastante procurados. O Bitcoin continua a ser objeto de desejo dos investidores. Essa moeda sozinha movimentou mais de US$ 1,27 bilhão no período analisado. Como era de se esperar, o ETH também permanece na segunda colocação entre as criptomoedas mais buscadas. O token sozinho registrou mais de US$ 45,3 milhões em entradas.
Os números do ETH são esperados pelos especialistas. Isso porque se espera que a SEC aprove em breve a comercialização de ETFs do ativo. Esse movimento também foi sentido no começo do ano, quando a ansiedade pela aprovação dos ETFs de BTC estava próxima.
Outros tokens também tiveram bons rendimentos. Esse foi o caso, por exemplo, da Solana e do Litecoin. Eles tiveram entradas líquidas de US$ 9,6 milhões e US$ 2,2 milhões respectivamente.
Por fim, com base nesses números, especialistas indicam que o mercado pode ter um maior rendimento em breve. Isso deve se refletir também no desempenho das meme coins ainda em pré-venda, que já estão fazendo uma excelente campanha de arrecadação.
Crise econômica e preço do dólar podem ter impactado o mercado brasileiro
Alguns fatores podem ter impulsionado o aumento de saídas das criptomoedas no Brasil. Dentre os quais está o aumento do custo de vida impulsionado pela elevação do preço do dólar. Diversos produtos e serviços consumidos no Brasil têm seu preço indexado pela moeda norte-americana. O ativo de indexação pode ser um fator decisivo na manutenção ou não de investimentos de alto risco, como as criptomoedas, por exemplo.
Além disso, espera-se um aumento do custo de produtos e serviços. Com isso, empresas e até mesmo pequenos investidores podem acabar vendendo suas carteiras para suprir necessidades básicas do dia a dia.
Em regra, os ativos têm uma menor procura quando existem conflitos geopolíticos ou emergências climáticas internas. O aumento dos conflitos no Oriente Médio pode ter pesado na decisão de alguns investidores. No mais, 2024 tem sido marcado por alguns eventos climáticos bastante intensos em algumas partes do país. Nesse sentido, também é um fator de movimentação negativa.
A volta do BTC a casa dos US$ 67 mil também pode ter influência sobre os números registrados. Isso porque, depois de um período em desvalorização, o preço do token voltou a subir. A reação pode indicar que agora seja hora de vender os tokens. Especialmente considerando que o preço pode sofrer com a proximidade das eleições nos Estados Unidos.
Eleição norte-americana também influencia o mercado e os investimentos
Buscando ser referência no comércio de criptomoedas, os Estados Unidos passam por um período delicado. Está em andamento a campanha eleitoral no país. Dentre os candidatos, são encontrados posicionamentos bastante divergentes com relação às criptomoedas. De um lado, Donald Trump se mostra um grande entusiastas dos ativos, especialmente do BTC. Já de outro, Kamala Harris pode ter uma visão mais conservadora do mercado.
Por fim, isso indica que os rumos da política podem influenciar diretamente os rendimentos e até mesmo as projeções de mercado. Isso porque, caso Trump seja eleito, é esperado que sejam criadas condições de maior abertura para crescimento e retomada do mercado. Já caso Kamala assuma a presidência, alguns analistas estimam que pode haver resistência e aumento da fiscalização por parte da SEC.
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