Cresce o número de argentinos que optam por receber em criptomoedas – Veja o porquê

Gabriel Gomes
| 2 min read
Source: Photomaticstudio/Adobe

Novo relatório sugere que houve um aumento acentuado no número de Argentinos que estão escolhendo trabalhar para empresas que pagam com criptomoedas ao invés de dinheiro comum (fiat).

Em entrevista para o Criptonews, Jonathan Chester, CEO da Bitwage, afirmou que, no ano passado, o número de argentinos que usaram a plataforma para receber pagamentos em cripto cresceu 250%.

Chester acrescentou ainda que o crescimento de trabalhadores que recebem pagamento em cripto “pode ser ainda maior se outros métodos e plataformas de pagamento também forem levados em consideração”.

A Bitwage relatou que os freelancers argentinos que usam a plataforma estão ganhando “em torno de US$ 3.000, com os mais bem pagos chegando a US$ 5.000”, valores que excedem e muito o salário médio local.

Volume de trading de um ano no Bitso, uma das corretoras cripto mais populares na América Latina. (Source: CoinGecko.com)

Trabalhadores que ganham um salário mínimo na Argentina podem esperar ganhar apenas US$ 181 por mês — um número exacerbado pela hiperinflação incapacitante do país.

De acordo com os dados divulgados no mês passado pelo Ministério da Economia do país, a inflação na Argentina atingiu 94,8% em 2022. Esses números foram os mais altos registrados em qualquer lugar do mundo em 2022 e os mais altos do país desde 1991.

Por que os argentinos estão cada vez mais em busca de receber em cripto?

A hiperinflação – e as tentativas do governo de limitar a compra de dólares pela população – têm sido amplamente responsáveis por impulsionar a adoção a cripto por parte dos argentinos. Apesar do recente mercado em baixa, muitos no país parecem acreditar que criptomoedas representam uma aposta mais segura do que o peso fiduciário.

USD prices versus the Argentine peso over the past two years. (Source: XE.com)

Chester explicou que a esmagadora maioria dos usuários de sua empresa preferem receber pagamentos em Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), ou stablecoins atreladas ao dólar.

O CEO adicionou que espera que o ramo cripto vá crescer mais rápido a curto prazo na Argentina do que nos Estados Unidos.

Ele disse:

“Na Argentina, o uso de criptomoedas se tornou uma necessidade.”

Em 2021, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que as criptomoedas podem ter o poder de combater a inflação e funcionar como “moeda forte, de alguma forma.”