Declarações à Receita Federal mostram aumento de popularidade das criptomoedas no Brasil

Gabriel Gomes
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Segundo informações divulgadas recentemente pela Receita Federal do Brasil, em agosto deste ano, 12.053 empresas declararam possuir criptomoedas. Este é o maior número já registrado, 6,1% superior às 11360 do mês anterior.

Enquanto isso, o número de CPFs que declararam a posse de criptomoedas cresceu 2,7%, passando de 1.300.535 em julho deste ano para 1.336.809 em agosto.

Tether aparece como a criptomoeda preferida dos brasileiros

A criptomoeda com o maior número registrado de transações em agosto foi o Bitcoin, mas a que teve o maior volume negociado no citado período, porém, foi o Tether (USDT), uma stablecoin que está atrelada ao dólar. 

Embora tenha havido cerca de 80 mil transações com ela, cada uma delas movimentou em média US$ 17.500 dólares, totalizando assim US$ 1,42 bilhão de dólares. 

O BTC ficou em segundo lugar, com quase US$ 270 milhões de dólares transacionados, mas ficou em primeiro lugar em número de transações. Foram mais de 2,1 milhões delas, com um valor médio movimentado por transação em torno dos US$ 130 dólares.

Inflação pode estar influenciando no crescente interesse pelas criptos

Entre os motivos que talvez tenham causado o aumento entre os meses de julho e agosto de 2022 na quantidade de empresas de posse de criptomoedas, apesar do baixo desempenho desses ativos como investimentos nos últimos tempos, pode ser a inflação, que esteve alta em boa parte do ano.

Quanto ao crescente interesse do público e atenção das autoridades com relação às criptomoedas, vale a pena lembrar que, em fins de setembro, a Polícia Federal, com ajuda da Receita Federal, lançou a operação Colossus, com a finalidade de combater o uso de criptoativos em crimes como a lavagem de dinheiro. Foram, inclusive, executados mandados de busca e apreensão em exchanges. 

Relatório da Bitstamp mostra que a maioria das pessoas confia nas criptomoedas

Talvez seja interessante estudar os dados divulgados pela Receita Federal à luz da versão mais recente (relativa ao segundo trimestre deste ano) do Crypto Pulse, relatório sobre o ânimo dos investidores com relação às criptomoedas que a exchange Bitstamp, que atua em vários países, encomenda a uma empresa independente.

Para a elaboração do relatório foram consultados 28 mil investidores, entre os institucionais e os de varejo, em mais de 20 países. 

Entre os investidores do varejo do mundo, por exemplo, a porcentagem daqueles que confiam nas criptomoedas foi de 65%, pouco inferior à de 67% no primeiro trimestre do ano.

Entre os investidores institucionais do mundo tomado como um todo, a confiança em criptomoedas como investimento também sofreu uma pequena queda, de 70% dos ouvidos para 67%.

Nos Estados Unidos, 73% dos investidores ouvidos afirmaram confiar nas criptomoedas como investimento.  A porcentagem correspondente no trimestre anterior havia sido de 61%. Além disso, 61% dos investidores de varejo do país disseram estar investindo em criptomoedas. No trimestre anterior, 42% haviam afirmado a mesma coisa. 

No Brasil confiança também é alta

No Brasil, 77% dos investidores ouvidos disseram acreditar que as criptomoedas sejam confiáveis como investimentos. No Chile e no México, as porcentagens correspondentes foram, respectivamente, de 69% e 70%.

No Brasil, 72% dos investidores institucionais que participaram da pesquisa afirmaram estar recomendando ativamente a seus clientes a compra de criptomoedas. Nos Estados Unidos, no México e na Argentina, as porcentagens correspondentes foram 69%, 78% e 72%.

A conclusão que a Bitstamp tirou dos números acima e outros, é que apesar do mercado em baixa para criptomoedas, a confiança nelas têm resistido bastante bem, com flutuações de opiniões esperadas em alguns países. Mas é importante que haja esforços dos atores para expandir a compreensão da população com relação às criptomoedas.

Assim como é fundamental trabalhar de forma responsável com as autoridades para garantir que o setor esteja sob uma regulação que proteja os investidores sem sufocar a inovação.

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