EUA: Kamala retoma favoritismo após debate com Trump

Criptomoedas Eleições EUA Mercado
Na Polymarket, plataforma que registra palpites com criptomoedas, 50% dos usuários apostavam na candidata democrata nesta quarta-feira (11/09).
Last updated:
Author
Author
Flavio Aguilar
Fact Checked by
Author
Marta Stephens
Last updated:
Why Trust Us
Com mais de uma década de cobertura cripto, a Cryptonews oferece insights autoritativos nos quais você pode confiar. Nossa equipe veterana de jornalistas e analistas combina conhecimento aprofundado do mercado com testes práticos de tecnologias blockchain. Mantemos padrões editoriais rigorosos, garantindo a precisão factual e a imparcialidade na cobertura tanto de criptomoedas estabelecidas quanto de projetos emergentes. Nossa presença de longa data na indústria e compromisso com o jornalismo de qualidade fazem da Cryptonews uma fonte confiável no dinâmico mundo dos ativos digitais. Leia mais sobre a Cryptonews.
EUA: Kamala retoma favoritismo após debate com Trump
Kamala Harris, vice-presidente dos EUA

Após o debate presidencial contra Donald Trump, realizado na noite de terça-feira (10/09), Kamala Harris recuperou o favoritismo para vencer as eleições presidenciais dos EUA. Pelo menos é isso que indicam as principais bolsas de apostas.

Por exemplo, na Polymarket, plataforma que registra palpites com criptomoedas, 50% dos usuários apostavam na candidata democrata nesta quarta-feira (11/09). Por outro lado, o ex-presidente tinha 49% da preferência.

As odds em sites de apostas também passaram a refletir a percepção de que Kamala se saiu melhor no debate e poderia crescer nas intenções de votos.

Por exemplo, na plataforma bet365, a atual vice-presidente dos EUA registrava uma cotação de 1.80 na quarta-feira, contra 2.00 de Trump. Isso significa que o retorno, em caso de acerto em uma vitória de Kamala, seria menor em comparação com o de uma aposta em Trump.

Uma pesquisa da CNN indicou que, para 63% dos espectadores, a candidata democrata teve um desempenho superior ao de seu rival. Antes do evento, as expectativas se dividiam, com 50% apostando em uma performance melhor de um dos participantes.

Analistas viram Kamala superior no debate

O ligeiro favoritismo de Kamala observado em sites de apostas na quarta-feira tem relação com o debate presidencial que a ABC News promoveu na noite anterior. Essa foi a primeira vez em que os dois candidatos dividiram o mesmo palco. O evento ocorreu no National Constitution Center, na Filadélfia.

Entre os temas abordados no debate, destacaram-se economia, aborto, imigração e a política externa dos EUA. Também esteve presente na discussão a questão do ataque ao Capitólio. Afinal, o ex-presidente ainda nega o resultado da eleição de 2020, quando perdeu para Joe Biden.

Ao longo do debate, Kamala adotou uma postura provocadora, tirando Trump do sério em diversos momentos. Além disso, o candidato republicano foi desmentido pelos apresentadores mais de uma vez. Por isso, acabou reclamando da condução do programa posteriormente.

“Acho que os moderadores foram bastante injustos, foi basicamente três contra um (…) Todo mundo achou. Já esperava que os moderadores seriam ruins porque esse é o pior de todos os canais de notícias, na minha opinião.”

Já o Partido Democrata saiu satisfeito com o desempenho de sua candidata. E Kamala ainda teve outra boa notícia após o debate: o apoio declarado da cantora Taylor Swift. A artista fez um post no Instagram ainda na noite de terça-feira declarando seu voto na candidata.

Ainda é cedo para saber se o apoio da cantora e até mesmo o desempenho dos presidenciáveis no debate da ABC terão um impacto significativo nas intenções de voto dos candidatos. Aliás, as cotações das apostas também podem variar bastante a cada dia, e não é possível prever se elas continuarão refletindo a percepção dos últimos dois dias.

Pesquisas de intenção de voto apontam cenário imprevisível

Antes do debate, uma pesquisa do New York Times/Siena College, publicada no domingo (8), mostrava Trump à frente de Kamala por 48% a 47%. Eles estavam empatados dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais.

A pesquisa destoou um pouco de outros levantamentos recentes, nos quais a candidata aparecia na frente do ex-presidente. Portanto, serviu como um alerta de que a disputa promete ser acirrada, apesar do otimismo democrata após a saída do presidente Joe Biden da corrida eleitoral dos EUA.

Outra pesquisa, da CBS News, mostrava uma disputa equilibrada em estados que são considerados chave para a definição eleitoral, antes do debate. Por exemplo, eles apareciam empatados em 50% a 50% na Pensilvânia. No Michigan, Kamala liderava por 50% a 49%. Já em Wisconsin, a candidata tinha 51% contra 49% de Trump. Os dados foram coletados entre 3 e 6 de setembro.

Esses estados são importantes porque têm colégios eleitorais numerosos. Além disso, estão entre os mais divididos entre democratas e republicanos. Quem vencer na Pensilvânia, por exemplo, tem grandes chances de sair vitorioso a nível nacional, mantendo o favoritismo nos demais estados.

Por isso, os candidatos acabam concentrando seus esforços de campanha justamente nos eleitores dos chamados “swing states”. Na última eleição, Biden venceu Trump ao sair vencedor na maioria deles — incluindo justamente a Pensilvânia, o Michigan e Wisconsin. O atual presidente ainda surpreendeu ao vencer na Geórgia e no Arizona.

Trump é o favorito da comunidade de criptomoedas

Se dependesse da comunidade de usuários e investidores de criptomoedas, Donald Trump conquistaria a vitória com certa facilidade nos EUA. Afinal, o republicano vem se consolidando como o candidato pró-cripto ao longo da corrida eleitoral.

Recentemente, analistas da Bernstein observaram que a campanha de Trump oferece um maior apoio às criptomoedas. Além disso, destacaram que, apesar das tentativas de diálogo vindas de ambos os candidatos, a indústria percebeu uma maior abertura por parte do republicano.

Trump, inclusive, já se posicionou publicamente a favor do setor, prometendo fazer dos Estados Unidos a “capital mundial do Bitcoin e das criptomoedas”. Recentemente, ele repetiu a promessa em um discurso no Clube Econômico de Nova York.

Na ocasião, Trump ainda declarou que pretende encampar uma sugestão do CEO da Tesla e dono do X, Elon Musk:

“Criarei uma comissão de eficiência governamental encarregada de realizar uma auditoria financeira e de desempenho completa de todo o governo federal, fazendo recomendações para reformas drásticas.”

No entanto, apesar da simpatia que boa parte da comunidade cripto nutre por Musk, o que vem pesando mesmo são as declarações amigáveis em relação ao setor. Aliás, elas incluem a possibilidade de uma desregulamentação relativa da atividade nos EUA.

Afinal, Trump já prometeu demitir Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Também afirmou que eliminaria leis que restringem o setor no país.

Ele afirmou ainda que pretende adotar reservas em Bitcoin para o país. Isso tudo em meio a lançamentos frequentes de NFTs com a sua marca.

Apesar disso, muito do que Trump diz parece irreal ou mesmo impossível de cumprir. Isso porque uma desregulamentação do setor envolveria um esforço político elevado. Portanto, o otimismo dos eleitores pode não se confirmar totalmente em caso de vitória do candidato republicano.

Kamala evita acenos mais sérios ao setor

Kamala vem buscando manter um canal de diálogo aberto com a indústria de criptomoedas dos EUA. No entanto, está longe de ter o mesmo grau de envolvimento com o setor. Além disso, praticamente não fez promessas que animassem a comunidade até agora.

Por exemplo, não há menção a criptoativos entre as 92 agendas que a campanha de Kamala divulgou na ocasião da Convenção Nacional Democrata.

Segundo a professora Tonya Evans, especialista em ativos digitais, isso não significa que a candidata democrata não possa trazer coisas boas para a indústria:

“O background da vice-presidente Harris, aliado a reuniões recentes com os conselheiros sêniores Gene Sperling e David Plouffe, a posicionam como uma forte líder no sentido de encarar futuros desafios, particularmente em tecnologia, inovação e políticas públicas. Sua experiência como procuradora-geral da Califórnia, onde lidou com crimes cibernéticos e questões ligadas à proteção da privacidade, juntamente com sua defesa da inclusão digital e da privacidade do consumidor, durante sua atuação como senadora, refletem seu profundo entendimento da interseção entre tecnologia e gestão governamental.”

Além disso, segundo Evans, a comunidade cripto deveria focar mais na estabilidade das regras para o setor e desconfiar das promessas de Trump.

“Para entusiastas do setor cripto que estão ansiosos por mudanças, mas hesitantes com relação ao voto em Trump, eu encorajo vocês a priorizarem a estabilidade e desenvolvimento saudável do ecossistema cripto no longo prazo, em vez de valorizarem promessas políticas de curto prazo. Algumas das quais, inclusive, podem nunca ser cumpridas. Especificamente, a promessa de demitir Gary Gensler no primeiro dia, em termos de legislação e burocracia envolvida, é literalmente impossível.”

Leia mais:

Mais Artigos

Economia
Moody’s eleva nota do Brasil, que se aproxima do grau de investimento
Flavio Aguilar
Flavio Aguilar
2024-10-03 23:05:00
Notícias de Bitcoin
Três fatores para impulsionar o preço do Bitcoin ainda este ano
Daniela de Lacerda
2024-10-03 21:04:00