Milhares se juntaram à marcha anti-Bitcoin em El Salvador, ATM de BTC é destruída

Sead Fadilpašić
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Quarta-feira viu outro protesto anti-bitcoin (BTC) em El Salvador, desta vez com uma marcha em massa contra o presidente do país tomando as ruas da capital.

Vários milhares de pessoas se reuniram ontem para marchar até a praça central de San Salvador, protestando contra o próprio presidente Nayib Bukele, informou a AP News. Os manifestantes argumentaram que Bukele tem muito poder concentrado em suas mãos e que enfraqueceu a independência dos tribunais. Esses manifestantes são firmemente contra que ele busque a reeleição em 2024. 

Além disso, eles são contra a decisão de dar curso legal ao BTC, que muitos expressaram vestindo camisetas ‘não ao BTC’ ou carregando cartazes que afirmavam ‘não à ditadura’ e ‘ fomos roubados pelo Bitcoin’.

Os manifestantes ficaram ainda mais irritados com os problemas em andamento da carteira Chivo. O sistema do aplicativo está sobrecarregado com o número de usuários que tentam reivindicar o bônus BTC no valor de US$ 30 emitido pelo governo com cada conta.

Bukele recentemente admitiu que lançar o novo sistema dentro de três meses foi “um desafio muito grande”, sustentando que os erros já estão sendo corrigidos. Ele afirmou ainda que vários problemas técnicos do Chivo foram “resolvidos em 95%”, enquanto os problemas restantes seriam resolvidos “nos próximos dias”.

Bukele também afirmou há apenas dois dias que o Chivo tinha mais de meio milhão de usuários ou cerca de 8% da população do país.  

Pelo menos um caixa eletrônico Chivo foi incendiado durante este último protesto, com slogans anti-Bukele e anti-BTC escritos no cubículo que o abrigava.

“Chegou a hora de defender a democracia”, disse o manifestante, o ex-juiz da Suprema Corte Sidney Blanco. “Esta marcha é simbólica, representa o cansaço com tantas violações da Constituição.”

De acordo com a parlamentar da oposição Claudia Ortiz, “o bitcoin foi uma decisão econômica muito grande e foi feito de forma totalmente ilógica, enviado ao congresso e aprovado no mesmo dia”, relatou a Bloomberg. “Estamos passando por uma profunda crise fiscal com alto custo de vida e desemprego e a resposta do governo, em vez de uma política econômica séria, é adotar o Bitcoin como moeda legal”, disse ela, acrescentando que não está claro quem está por trás do vandalismo.

Bukele afirma que não há dúvida de que foram os manifestantes, não “infiltrados”.

De acordo com as recentes pesquisas de opinião pública em El Salvador, a maioria dos salvadorenhos se opôs a tornar o BTC uma moeda oficial.

No entanto, a BBC informou que uma pesquisa recente de um jornal mostrou que 85,7% das pessoas aprovaram o presidente.

El Salvador tornou o BTC uma moeda legal em 7 de setembro, enquanto o governo propôs mais de 200 alterações à constituição, incluindo a eliminação da proibição da reeleição presidencial.