Mudança nas tecnologias financeiras no Brasil – gerente da TecBan acredita que os NFTs abrem o caminho para a popularização das finanças descentralizadas (DeFi) e do Real Digital

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Recentemente, o gerente da TecBan, Rogério Melfi, declarou acreditar que os NFTs são capazes de abrir o caminho, no Brasil, para a popularização das finanças descentralizadas (DeFi) e também do Real Digital, já que esse tipo de tecnologia promete mudar a forma como as pessoas enxergam e lidam com o dinheiro e com questões relacionadas à propriedade.

A grande aceitação da tecnologia blockchain tem feito com que as pessoas procurem aprender cada vez mais sobre outras novas tecnologias, e comecem a integrá-las em seu dia a dia. O gerente da TecBan também enxerga o Real Digital, também conhecido como CBDC – moeda digital do Banco Central – como uma resposta ao rápido crescimento das finanças descentralizadas no país.

A TecBan é líder mundial em rede independente de ATM, que investe e cria continuamente, há mais de 40 anos, soluções tecnológicas e inovadoras que integram o físico e o digital e impulsionam o ecossistema econômico do Brasil, tornando-o cada vez mais eficiente. A empresa está em constante movimento e, na última década, investiu mais de R$ 4 bilhões em produtos e soluções avançadas que ajudam a garantir a inclusão financeira de todas as pessoas e em todas as regiões do Brasil.

A inovação dos meios de pagamento com o Real Digital

Uma das diretrizes para o desenvolvimento de um Real em formato digital, de acordo com o Banco Central, é a interoperabilidade entre essa nova forma do Real e os meios de pagamento que estão disponíveis atualmente para a população. É por isso que, além dos novos usos que se pretende atribuir ao Real Digital, as formas atuais de uso também vão continuar disponíveis.

Com o Real Digital, será possível fazer pagamentos em lojas, através do prestador de serviço de pagamentos – banco, IP ou outra instituição que venha a ser autorizada pelo Banco Central para tal finalidade –, ou mesmo através do Pix. Poderá, também, ser realizada a transferência de Reais Digitais para outras pessoas, transformar os Reais Digitais que estarão em custódia de um banco em depósito bancário convencional, sacar os Reais Digitais passando para o formato físico, pagar contas, boletos e impostos. Ou seja, isso significa que será possível movimentar o Real Digital da mesma forma que são movimentados os outros recursos hoje depositados nos bancos.

O acesso ao Real Digital será realizado por meio de uma carteira virtual em custódia de um agente autorizado pelo Banco Central, como um banco ou uma instituição de pagamento, por exemplo.

O Real Digital será uma representação digital do Real físico que está hoje em circulação, com a política monetária sendo a base de sustentação de seu valor. Assim, quando o Banco Central movimenta a liquidez da economia, em sua missão de garantir a estabilidade do valor de compra do Real, a quantidade de reais digitais em circulação também será levada em consideração.

O Real Digital vai compor a medida de agregado monetário de maior liquidez disponível, bastante similar a depósitos bancários e à moeda física que está hoje em poder dos brasileiros.

Uma diretriz estabelecida para o Real Digital é que mantenha os elevados níveis de segurança e privacidade disponíveis atualmente nas operações realizadas no sistema bancário e de pagamentos. Além disso, o uso do Real Digital promete ser transparente, já que promete ter a possibilidade de ser convertido para qualquer outra forma de pagamento disponível, como depósito bancário convencional ou real físico, além de poder ser utilizado para pagamentos do dia a dia.

Real Digital não será uma criptomoeda – principais diferenças entre CBDC e ativos virtuais

A sigla CBDC significa Central Bank Digital Currencies, ou seja, moeda digital do Banco Central, o que é muito diferente do conceito de criptomoedas. A natureza dos crypto assets é de ativos, de forma que eles não têm todas as características fundamentais para serem considerados moeda – que servem como meio de troca, reserva de valor e unidade de conta – e não são emitidas por autoridades monetárias (bancos centrais). Já os CBDC são moedas de fato e detêm todas as características da versão física.

Criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, por exemplo, apresentam uma grande volatilidade, o que dificulta o seu uso como um meio de pagamento. Por outro lado, o Real Digital é uma expressão da moeda soberana brasileira, que está sendo desenvolvida para dar suporte a um ambiente seguro onde empreendedores possam inovar e onde os consumidores possam ter acesso às vantagens tecnológicas trazidas por essas novas ferramentas, sem que para isso seja necessário se expor a um ambiente financeiro não regulado.

Neste contexto, o Real Digital pertence a uma nova categoria de moedas digitais, as chamadas CBDC. O Real Digital não será uma criptomoeda no sentido atual do termo, mas sim uma nova expressão da moeda emitida pela autoridade monetária brasileira, e será garantida pelos mesmos fundamentos e pelas mesmas políticas econômicas que determinam o valor e a estabilidade do Real convencional na sua versão física, emitido em papel-moeda.

Quanto à emissão e ao acesso ao Real digital, é importante ressaltar que não haverá mineração, pois o Real em sua versão digital será emitido pelo Banco Central, tendo como fundamento a condução da política monetária, que visa garantir a estabilidade do poder de compra do Real.

As pessoas ou empresas que desejarem adquirir os Reais em formato digital devem entregar Reais em formato convencional para que Banco Central emita os Reais digitais correspondentes. Essa operação não será feita diretamente com o Banco Central, pois será intermediada por um participante do sistema financeiro, como um banco, cooperativa ou fintech, ou do sistema de pagamentos, ou ainda de algum novo tipo de empresa que venha a ser criada sob a autorização do Banco Central para intermediar o acesso e a utilização de reais no formato digital.

O foco da iniciativa do Real Digital está nas questões intenas, mas a discussão internacional sobre a realização de pagamentos transfronteiriços tem mostrado força, principalmente com as diretrizes publicadas pelo G20 para a melhora dos sistemas internacionais de pagamentos. Uma coordenação internacional poderia trazer enormes ganhos de eficiência para esses sistemas e as discussões sobre CBDC colaboram para reforçar essa coordenação, de forma que o Banco Central do Brasil ainda deverá realizar esse tipo de discussão.

Sistema de pagamentos moderno no Brasil traz novos desafios para a implantação do Real Digital

De acordo com o Banco Central do Brasil, um dos maiores desafios para a implantação de um real digital decorre do fato de o sistema de pagamentos brasileiro já ser bastante moderno, com boas soluções implantadas tanto para pagamentos no atacado quanto no varejo. O Pix, sistema de pagamentos instantâneos, tem sido um grande sucesso de adesão e tem ajudado a mudar a maneira como os brasileiros realizam as suas transações diárias.

Por isso, o maior desafio é ir além dos serviços que já são prestados à sociedade brasileira e fomentar o desenvolvimento de novas funcionalidades, novos serviços e novas formas de prestação de serviços financeiros e que sejam ainda melhores. O mercado brasileiro não está completamente pronto para esses novos modelos, mas a transformação digital está se acelerando, e não há como se ter certeza de o quão rápido a demanda por esses novos serviços pode se intensificar.

É por isso que o Banco Central deve estar preparado para desenvolver novos instrumentos que sejam capazes de atender às demandas da sociedade e também garantir a eficácia de suas políticas de estabilidade monetária e financeira, conforme expresso em sua missão. Neste contexto, o real digital parece ser a ferramenta ideal para realizar essas tarefas.

As tecnologias envolvidas na implantação de moedas digitais de bancos centrais estão rapidamente ganhando destaque no cenário mundial, mas vários testes ainda devem ser necessários para estabelecer os níveis de eficiência, segurança e privacidade dessas soluções tecnológicas para alcançar todos os brasileiros.
 

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