O que é comércio de créditos de carbono – Guia completo

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Você já ouviu falar em comércio de créditos de carbono?

Para algumas pessoas, este pode ser um tema totalmente novo. Entretanto, para quem está por dentro das questões ambientais, como por exemplo, as mudanças climáticas, provavelmente já está familiarizado com o tema.

Em suma, para entender o que é comércio de créditos de carbono é preciso saber um pouco sobre algumas resoluções ambientais que começam lá em 1983 através da ONU (Organização das Nações Unidas).

Em resumo, estamos falando de soluções para frear as mudanças climáticas sem prejudicar avanços tecnológicos e econômicos.

Assim, estas soluções, que num primeiro momento só estavam disponíveis para os governos, passam a serem oferecidas a qualquer investidor. Desde que, além de acreditar na causa, tenha dimensão mais sólida sobre os impactos e crescimentos que este mercado pode ter.

Por isso, preparamos este guia para explicar um pouco mais sobre o que realmente é o comércio de créditos de carbono. Com isso, ainda, te ensinamos a começar a investir neste mercado promissor.

O que é comércio de créditos de carbono?


Para você entender o que é o comércio de crédito de carbono, é importante saber que ele está diretamente ligado às questões ambientais. Esse mercado nasceu a partir de mecanismos pensados para solucionar crises existentes e possíveis problemas futuros relacionados ao meio ambiente.

Assim, o fato aceito pela grande maioria dos cientistas é que as ações humanas geram consequências na natureza, e por isso, precisamos de acordos globais para que os países adotem posturas mais assertivas em relação a proteção do meio ambiente.

Uma das preocupações centrais apresentada pelos cientistas é a questão da emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa, como o dióxido de carbono.

Por isso, uma destas ações passa a ser chamada Crédito de Carbono, e consiste basicamente em limitar a quantidade destes gases prejudiciais que os países e empresas podem emitir.

Além disso, empresas que estão diretamente ligadas a setores específicos, como por exemplo, exploração de combustíveis fósseis, possuem mais limites em relação à emissão de carbono.

Dessa forma, essa emissão é medida por tonelada de dióxido de carbono que é lançada a atmosfera por ano.

Assim, as empresas passam a ter uma cota de emissões de carbono. Essa cota passa a ser chamada de créditos de carbono. Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono lançado na atmosfera.

Se as empresas e países passam a ter uma cota de emissão, elas podem comercializar o excedente de sua cota, assim como, as empresas ou países que excedem sua cota, podem aumenta-la negociando com as que possuem créditos sobrando.

Em resumo, quando falamos sobre comércio de créditos de carbono estamos comercializando uma permissão para emitir os gases do efeito estufa (GEE).

Como tudo começou

Como já mencionamos, os créditos de carbono aparecem como um solução para equilibrar as ações humanas que contribuem para as mudanças climáticas.

Pressionados por cientistas e pela sociedade civil, os líderes globais da década de 1980 percebem que precisam criar ações mais efetivas que auxiliem o meio ambiente a se recuperar de danos já causados e também de evitar que os danos se tornem irreversíveis, prejudicando a vida de diferentes espécies no planeta terra.

Dessa forma, em 1983 é criada a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento pela ONU, e desde então muitos debates e resoluções passam a acontecer em busca de um desenvolvimento sustentável.

Aqui, a grande preocupação é com mudanças climáticas que possam extinguir espécies de seres vivos, mudar o clima em diferentes regiões, e, num futuro mais apocalíptico, inviabilizar a vida como a conhecemos.

Em busca de soluções, em 1997 é criado o Protocolo de Kyoto, com diferentes metas a serem atingidas pelos países membros. E é exatamente aí que nasce o conceito de crédito de carbono.

Assim, as partes que integram a Conferência Climática estipulam os chamados Créditos de Carbono e passam a definir cotas anuais de emissão de carbono. Vale ressaltar que o Protocolo de Kyoto foi substituído pelo Protocolo de Paris em 2015.

Estes acordos internacionais geralmente são assinados pelos países membros das Nações Unidas (ONU), estes países criam leis para que suas empresas sigam as diretrizes acordadas.

Como mencionamos acima, um crédito de carbono passa a ser equivalente a uma tonelada de dióxido de carbono na atmosfera.

Dessa forma, as empresas que não conseguem cumprir a cota estipulada pelo seu país passam a comprar créditos de carbono.

Por isso, o que temos aqui é na verdade a criação de um novo commodities, e, por ser um commodities pode ser comercializado.

Como os créditos de carbono são gerados

Como mencionamos, os créditos de carbono existem porque existem cotas que empresas e países precisam cumprir.

Muitas entidades internacionais se envolvem para gerar os créditos de carbono, um dos principais órgãos independentes do mercado é o Verified Carbon Standar, e no Brasil temos o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).

Dessa forma, para que os créditos sejam realmente válidos é preciso de um registro bastante complexo e que obedece a sistemas de elegibilidade.

Uma das principais organizçoes que cuidam deste sistema no mundo é a Organização Veera, que, em suas palavras, se destaca por ser “uma líder global que ajuda a enfrentar os desafios ambientais e sociais mais difíceis do mundo, desenvolvendo e gerenciando padrões que ajudam o setor privado, os países e a sociedade civil a alcançar metas ambiciosas de desenvolvimento sustentável e ação climática”.

A Veera gerencia o programa VCS, que permite que projetos certificados transformem suas reduções e remoções de emissões de gases de efeito estufa (GEE) em créditos de carbono negociáveis.

Dessa forma, o VCS é reconhecido por ser o programa voluntário de GEE mais utilizado no Mundo. Assim, de acordo com a organização, mais de 1.840 projetos VCS certificados reduziram ou removeram coletivamente mais de 984 milhões de toneladas de carbono e outras emissões de GEE da atmosfera.

Como funciona um comércio de créditos de carbono?

Como você pode ver, o comércio de créditos de carbono é um ativo que possui um regulamentação superior quando comparado com um NFT por exemplo. Além disso, é uma necessidade prática que interfere diretamente no funcionamento das empresas e países.

Hoje, chamamos este tipo de investimento em ESG, uma sigla que vem do inglês Environmental, social and Governance, o que traduzido significa meio ambiente, social e governança. Assim, este é um conceito similar ao de sustentabilidade e que gera uma maior demanda por comprometimento por meio das empresas.

Por isso temos hoje diferentes investimentos em ESG, sempre com objetivo de um desenvolvimento sustentável.

Para que você consiga mensurar o tamanho deste mercado é preciso saber que, de acordo com dados estatísticos, um americano médio gera em média 16 toneladas de CO2 por ano ao realizar atividades básicas como dirigir, fazer compras e utilizar eletricidade em casa.

Quando falamos em uma empresa, essa quantidade é infinitamente maior e varia de acordo com a atividade desta empresa.

Dessa forma, o comércio de créditos de carbono acontece através de dois mercados distintos: o primeiro é estabelecido pelo mercado regulatório “cap-and-trade”, e o segundo é o mercado voluntário onde empresas e indivíduos compram estes créditos. O primeiro é obrigatório, enquanto o segundo é opcional.

Perspectivas de Preço

Como já vimos, o comércio de créditos de carbono é um commodities com muita perspectiva uma vez que nosso modelo de vida é naturalmente gerador de CO2.

Além disso, os protocolos atuais e acordos globais continuam insistindo pela urgência de medidas mais extremas para auxiliar o meio ambiente.

Por isso temos aqui um mercado de ativos com grandes possibilidades de investimento.

Para se ter uma ideia, o relatório gerado pelo Ecosystem Marketplace de 2021 afirma que o mercado voluntário de créditos de carbono ultrapassou a marca de US$ 6,7 bilhões. E mais, de acordo com a Refinitiv, o mercado obrigatório de créditos de carbono em 2020 foi de US$ 261 bilhões.

Além disso, existe uma projeção no mercado europeu que estima que os preços dos créditos de carbono aumentarão mais de 85% até 2030. Isso porque temos assistido a uma aceleração deste mercado voluntário, impulsionada por metas mais ambiciosas.

Entretanto, prever os preços do comércio de créditos de carbono é bastante complexo, principalmente porque o comportamento futuro depende muito das ações e compromissos que os países adotarão. E ainda assim não temos garantias uma vez que, quando trocam os governos, os acordos anteriores também ficam fragilizados.

Além do mais, existe muita variação dos preços entre os mercados, sendo que os regulados se orientam pela oferta e a demanda.

Em suma, os valores das multas aplicadas contra as empresas que não cumprem os acordos celebrados dita também o preço destes créditos. Sendo assim, quanto mais elevado for o valor das multas previstas, maior será a procura por estas commodities, e consequentemente, maior será seu preço.

ETFs de crédito de carbono

Uma das formas populares para quem quer investir no comércio de créditos de carbono é através de ETFs.

Para quem não conhece, ETF significa Exchange Trade Fund, trata-se de fundos de investimentos negociados em bolsas de valores. Dessa forma, estamos falando de conjuntos de ações de um mesmo segmento. É ainda, uma forma simplificada para qualquer investidor aportar dinheiro em segmentos que não poderia como pessoa física.

Assim, um ETF de crédito de carbono irá acompanhar o desempenho do mercado de crédito de carbono.

Dessa forma, uma ótima opção para entrar no comércio de créditos de carbono é através do ETF KraneShares que rastreia contratos futuros de crédito de carbono, um fundo criado em 2020.

Tokens e CFD

Além dos ETFs temos também a opção de tokens de crédito de carbono, uma forma de comercializar através do Blockchain através de uma “moeda verde”.

Estes tokens são ainda uma novidade e muitas empresas estão investindo em projetos para facilitar essa comercialização.

Outra opção são os CFDs, que significam contratos por diferença, oferecem créditos de carbono futuros e também estão disponíveis nas melhores corretoras.

Como utilizar um comércio de créditos de carbono?


As empresas tendem a saber quais são as regulamentações a que estão vinculadas, mas você, como indivíduo, ainda não tem uma obrigação civil com este mercado também pode investir no comércio de créditos de carbono.

Geralmente, quando alguém se interessa pela compra de créditos de carbono o faz ou por consciência ambiental, tendo como objetivo compensar suas próprias emissões, ou porque entende neste mercado uma oportunidade de investimento.

Assim, se você entende que investir em comércio de créditos de carbono pode ser lucrativo, confira este tutorial abaixo que explica como você pode começar a investir no comércio de créditos de carbono.

Vale ressaltar que a melhor forma de investir em créditos de carbono é através de uma corretora certificada, como por exemplo a eToro, a Capital.com ou a XTB. Através destas plataformas você poderá adquirir ETFs de créditos de carbono.

Para facilitar este tutorial usaremos a eToro como exemplo.

Passo 1: Abra uma conta

O primeiro passo é abrir uma conta. Este processo é simples e basta acessar o site da eToro e preencher seu cadastro.

Você terá que fornecer alguns dados pessoais e enviar um documento que comprove sua identidade, mas tudo é feito de maneira rápida e segura.

Passo 2 : Deposite Fundos

Uma vez que sua conta esteja ativa é preciso depositar fundos para poder realizar as transações na corretora. Este depósito pode ser feito de diferentes maneira como transferência bancária, cartão de crédito ou mesmo PayPal.

Passo 3: Decida qual ETF de crédito de carbono comprar

Uma vez que sua conta esteja aberta decida qual ETF você pretende investir. Infelizmente ainda há poucas opções no mercado, entretanto a expectativa é que não só aumentem as opções, como as que estão disponíveis aumentem seu valor de mercado.

Nossa sugestão aqui é o ETF KraneShares que vem apresentando um bom desempenho.

Passo 4: Finalize sua compra

Depois de decidir qual ETF de crédito de carbono comprar, você pode fazer sua compra e ele serão adicionados em sua carteira.

O que você deve saber sobre o comércio de créditos de carbono


Como vimos até aqui, o comércio de créditos de carbono é uma necessidade atrelada as legislações e normativas dos países, e nasce sempre em acordos globais que visam proteger o meio ambiente.

Dessa forma, temos aqui um mercado em expansão e que até o momento não oferece aos investidores um alto risco, uma vez que a demanda pelos créditos é constante.

Como vimos acima, o comércio de créditos de carbono voluntário é menor do que o obrigatório, entretanto a expectativa é que ele cresça muito nos próximos anos.

Além disso, empresas como a Apple ou a Shell estão ativamente buscando compensar sua liberação de gases do efeito estufa inclusive no mercado voluntário.

Dessa forma, para você que pensa em investir neste commodities é importante saber a melhor maneira para não correr risco e também contar com a transparência e segurança, como por exemplo de corretoras certificadas, como a eToro, a Capital.com ou a XTB.

Além disso, precisamos ressaltar dois pontos relevantes. O primeiro é o ETFs de crédito de carbono. O segundo é a tecnologia blockchain, integrada a estes formatos de projeto há pouco tempo.

Como já falamos, os ETFs de créditos de carbono são uma boa opção para quem quer investir neste mercado. Entretanto, é preciso saber que, assim como outros ativos digitais, eles sofrem com a volatilidade.

Ainda assim, desde que os ETFs de comércio de créditos de carbono entraram no mercado temos acompanhada uma valorização.

Sendo assim, uma boa abordagem seria ser paciente, e investir nestes ativos a longo prazo.

Tecnologia Blockchain

A tecnologia blockchain, famosa por se destacar no mercado das criptos e das NFTs, e por garantir segurança e transparência nas transações, agora também passa a integrar o comércio de créditos de carbono.

Isso porque a Veera, organização que viabiliza grande parte dos créditos voluntários de carbono, publicou uma proposta, além de suas regras, para negociar seus créditos através das plataformas de blockchain.

Dessa forma, teremos a garantia de que o comércio de créditos de carbono continuará seguindo normas rígidas. Também temos a garantia de que não é possível utilizar o mesmo crédito de carbono mais de uma vez, por exemplo.

Assim, temos aqui a reputação bem construídas que as blockchains possuem, plataformas realmente seguras e que conseguem manter total transparência e rastreabilidade em suas transações.

Em suma, a tecnologia blockchain é capaz de expandir o comércio de créditos de carbono, ela é capaz de otimizar os fluxos de trabalho, simplificar processos e abrir novos mercados, tudo o que este mercado necessita.

Principais vantagens

Diversificar seus investimentos é sempre uma oportunidade para ampliar as possibilidades de ganhos, principalmente quando pensamos em ativos digitais.

Quando falamos especificamente sobre o comércio de créditos de carbono temos diferentes vantagens, e vamos falar um pouco sobre elas:

1 – o primeiro ponto que vale a pena ressaltar é poder fazer parte de projetos quem tem como objetivo ajudar o meio ambiente. Vamos relembrar que os créditos de carbono representam a não emissão de gases do efeito estuda, que por sua vez, são responsáveis pelo aquecimento global. Assim, estes créditos são uma forma de limitar a quantidade de poluentes que empresas e países emitem.

Dessa forma, ao investir em créditos de carbono você está investindo em soluções ambientais.

2 – Com novos acordos globais, maior repercussão dos problemas ambientais existe uma maior pressão da sociedade civil para que os países e empresas adotem posturas mais sustentáveis, isso faz com que a demanda por soluções como o comércio de créditos de carbono também aumente.

3- Temos aqui uma boa perspectiva de retorno financeiro potencial. Uma vez que a demanda por soluções ambientais surge e aumenta a pressão da sociedade civil por alternativas sustentáveis, investir em projetos ambientalmente corretos apresenta boas chances de valorização, o que no fim, é um os principais motivos para se investir.

4 – Opções de investimentos acessíveis, principalmente após o surgimento de ETFs de créditos de carbono e também as novas possibilidades que surgem com a integração à tecnologia Blockchain.

O Veredito


Como pudemos ver, créditos de carbono são commodities que visam controlar as emissões de gases que causam o efeito estufa.

Eles estão diretamente atrelados aos compromissos assumidos por países através de acordo ambientais firmados em conferencias mundiais. E, em linhas gerais, o comércio de créditos de carbono funciona como uma permissão controlada para se emitir os gases do efeito estufa (GEE).

Como os países e empresas precisam cumprir os limites determinados pelos acordos, mas nem todos conseguem, ao mesmo tempo em que, outros não apenas cumprem como possuem créditos de sobra, criou-se um mercado para ofertar esta sobra enquanto supre a demanda.

Nosso veredito é que, entendendo que as soluções para problemas ambientais continuarão em alta, e que, a tendência é que pessoas e empresas adotem posturas cada vez mais ativas em direção a isso, investir no comércio de créditos de carbono é sim uma ótima opção com possibilidade de ganhos futuros.

Além disso, estamos falando de um mercado que movimenta bilhões de dólares por ano sem apresentar retração.

Dito isso, investir em comércio de créditos de carbono é uma boa alternativa para quem quer diversificar seus investimentos e ainda investir em boas soluções ambientais.

Perguntas Frequentes


O que são créditos de carbono?

Créditos de carbono funcionam como uma permissão para emitir gases que causam o efeito estufa. Um crédito de carbono é equivalente a uma tonelada de dióxido de carbono lançado na atmosfera.

Qual a melhor maneira para investir no comércio de créditos de carbono?

Como você não pode investir diretamente no comércio de créditos de carbono com os governos, por exemplo, a melhor maneira é através de corretoras que ofereçam opçoes como ETFs.

É preciso muito dinheiro para investir no comércio de crédito de carbono?

Não, quando você investe através de corretoras certificadas pode fazer o aporte que for melhor para você, seguindo as regras da corretora escolhida.

Onde investir no comércio de créditos de carbono?

Nossa indicação são as corretoras eToro, Capital.com e XTB.