Peru e Uruguai se aproximam de Regulamentar Criptomoedas

Tim Alper
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Os governos da América do Sul estão se preparando para regulamentar as criptomoedas no próximo ano – com legisladores no Peru e no Uruguai preparando legislação e propostas.

De acordo com o El País Financiero e documentos publicados no site confessional peruano, parlamentares, incluindo José Elías Ávalos, do opositor Partido Podemos Peru, divulgaram um projeto de lei que propõe a criação de uma “estrutura” de amplo escopo para a “comercialização de criptoativos”. O projeto de lei “visa regulamentar os provedores de serviços de ativos virtuais”, ou seja, “exchanges de criptomoedas e provedores de carteira digital”.

O projeto também propõe a criação de definições legais para termos como “criptoativos”, “criptografia” e “blockchain”. Se aprovado, exigiria que as exchanges e carteiras se registrassem na Superintendência de Banca, Seguros y AFP (SBS), o regulador financeiro que supervisiona os bancos, valores mobiliários e fundos de pensão no Peru.

A lei também forçaria os provedores a deixar claro para seus clientes que todas as transações relacionadas à criptografia no Peru são feitas por conta e risco dos cidadãos e que são todas “irreversíveis”.

O projeto de lei foi co-assinado por três outros parlamentares e acrescentou que a governança do setor seria supervisionada pelo SBS, em conjunto com o banco central do país e seu regulador de mercados. Ele irá para a comissão parlamentar pertinente e, se passar por esse obstáculo, será votado no Congresso.

Além disso, o projeto de lei, se aprovado, obrigaria os operadores de criptomoedas a cumprir os protocolos de combate à lavagem de dinheiro, relatando “operações potencialmente ilícitas” feitas com criptografia à Unidade de Inteligência Financeira da SBS.

Enquanto isso, no Uruguai, o Banco Central (conhecido localmente como BCU) publicou um documento que sugere “preparar o terreno para possíveis regulamentações”, informou o Infobae.

O documento é intitulado “Uma estrutura conceitual para o tratamento regulatório de ativos virtuais no Uruguai” e foi criado após consulta ao setor financeiro convencional, bem como a provedores de serviços de ativos virtuais (VASPs), empresas de tecnologia, consultorias jurídicas, órgãos públicos, acadêmicos e reguladores.

Os autores do documento escreveram:

“Dado o rápido desenvolvimento de […] ativos virtuais […] mundial e nacionalmente, [nós] consideramos necessário para proporcionar maior segurança e clareza sobre este fenômeno e as suas considerações regulatórias. [Nosso] objetivo é garantir que o seu desenvolvimento no mercado interno, bem como a sua utilização no [setor financeiro], sejam seguros.”

Os autores acrescentam que a criptografia pode “constituir uma importante fonte de risco para a estabilidade de preços e financeira” e que corre o risco de “comprometer o objetivo de promoção da solidez, solvência, eficiência e desenvolvimento do sistema financeiro e de pagamentos”.

O BCU também afirmou que criptoativos em “sua escala atual” tiveram adoção “relativamente baixa”, “a crescente atenção e o crescimento explosivo” da criptografia “nos últimos tempos em todo o mundo” sublinharam a necessidade de “atenção iminente no nível doméstico”.
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