Plataforma de serviços bancários SBM Bank India visa avaliação de US$ 200 milhões na última rodada de financiamento

Gabriel Gomes
| 4 min read

Segundo o Tech Crunch, site especializado na cobertura do mundo da tecnologia, o SBM India pretende angariar entre US$ 50 e US$ 75 milhões de dólares de investidores com base em uma estimativa de valor de seu empreendimento de US$ 200 milhões de dólares.

Vale ressaltar que o SBM India é o braço indiano do State Bank of Mauritius, um dos maiores bancos das Ilhas Maurício (país insular de pluralidade hinduísta localizado a 2000 quilômetros do litoral sudeste da África).

Aproximação com o setor de tecnologia é diferencial do SBM India

Um dos diferenciais do SBM India é que ele cortejou ativamente como clientes em potencial as startups do setor financeiro que usam novas tecnologias para prestar seus serviços, as chamadas fintechs, as quais os maiores bancos do mercado indiano costumavam ignorar.

Uma apresentação a investidores em potencial a que o Tech Crunch teve acesso destacou, como um dos motores do futuro crescimento do SBM India, as parcerias que a instituição financeira conseguiu firmar com fintechs como Slice e Razorpay, que fornecem opções para a realização de pagamentos e transferências.

A receita líquida do SBM India no ano fiscal que terminou em março foi pouco superior a US$ 60 milhões de dólares, boa parte dos quais produzidos pelas parcerias com startups fintechs, em conjunto com as quais o banco emite cartões e para os quais operam bancos digitais.

As ações de bancos, muitas das quais tiveram grandes valorizações nos últimos dez anos, estão entre os investimentos favoritos dos investidores individuais na Índia. Empresas de capital de risco também estão desenvolvendo interesse por esses ativos.

Bancos indianos têm chamado atenção no mercado financeiro

Exemplo do crescimento do interesse por bancos indianos por parte das empresas de capital de risco foi a participação de duas sediadas nos Estados Unidos, Quona Capital e Accel, a primeira das quais especializada em investimentos em mercados emergentes, em uma recente rodada de investimentos do Shivalik Small Finance Bank.

Mas há alguns obstáculos que podem limitar a quantidade de dinheiro que o SBM obterá na rodada de investimentos sendo preparada. Um deles é a mudança de rumo de seus concorrentes, que passaram a dar mais atenção às startups do setor fintech.

Outras dificuldades com que o SBM India terá que lidar são as restrições ao investimento estrangeiro no país do continente asiático e a exigência de que um investidor obtenha permissão do banco central do país para adquirir mais de 5% das ações de uma instituição bancária.

Investimento em BaaS é uma das prioridades do SBM India

O dinheiro conseguido na rodada de investimentos em planejamento será provavelmente usado nos esforços do SBM India para se tornar um dos líderes de BaaS (banking-as-a-service, algo que se pode traduzir “como atividade bancária como um serviço”) do país do Sul da Ásia.

BaaS é uma estrutura digital que, com o uso de APIs (da sigla em inglês para Interfaces de Programação de Aplicações), permite que empresas que não são do setor bancário ofereçam serviços e produtos como contas correntes e cartões que, de outra forma, apenas bancos poderiam disponibilizar.

Entre as vantagens desse sistema, estão as possibilidades de que uma empresa ajuste os serviços que oferece ao perfil de seu negócio, além de dispensar-se do esforço oneroso de obter licença bancária, já que, como intermediária entre os clientes e uma empresa autorizada, ela não lida com os fundos dos usuários.

APIs permitem a comunicação entre plataformas diferentes, permitindo a integração entre diferentes peças de software. Entre os bancos indianos que disponibilizam essas Interfaces, usando-os em BaaS, podemos citar RBL Bank e Yes Bank, pioneiros desse modelo no país, além de grandes instituições como ICICI Bank, Kotak Mahindra Bank e HDFC Bank.

Com o dinheiro que arrecadar, o SBM India poderá começar seus esforços para reduzir a diferença que o separa dos bancos que largaram na frente em BaaS e criar sua própria plataforma para prestação desse tipo de serviço.
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