Responsável por roubo de 51.680 Bitcoin do extinto site Silk Road é condenado a 1 ano de prisão

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Imagem: AdobeStock / PR Image Factory

 

Um homem da Geórgia, Estados Unidos, que roubou mais de 50.000 Bitcoin do marketplace de Silk Road em 2012, foi condenado à prisão.

Em um comunicado feito em 14/04, o departamento de Justiça dos EUA informou que James Zhong foi condenado a um ano e um dia de prisão.

As acusações estão relacionadas à execução de um esquema fraudulento para roubar 51.680 Bitcoin do website Silk Road.

Silk Road era um black market online, o primeiro desse tipo lançado em 2011 pelo americano Ross Ulbricht sob o pseudônimo de “Dread Pirate Roberts”.

Como parte da chamada dark web, Silk Road funcionava como um serviço oculto na rede Tor, permitindo aos usuários comprar e vender produtos e serviços entre si de forma anônima.

Por ordem do FBI, o website Silk Road foi fechado em 2013


O DOJ observou que Zhong foi acusado de fraude bancária por ter obtido ilegalmente aproximadamente 50.000 Bitcoin do website Silk Road, que foi fechado por ordem do FBI em 2013.

De acordo com a agência federal, em 2021, a polícia americana revistou a casa de Zhong em Gainesville, Geórgia, e descobriu aproximadamente 50.676 bitcoin no valor de mais de US$ 3,36 bilhões.

A apreensão foi revelada em novembro do ano passado, quando o DOJ finalmente revelou que havia descoberto aproximadamente US$ 3,36 bilhões em Bitcoin roubados.

Contudo, a apreensão ocorreu durante uma incursão não anunciada na casa de James Zhong, em 2021.

Roubo do Silk Road foi a segunda maior apreensão financeira da história dos EUA


Com o comércio de Bitcoin em torno de US$ 11 em 2012, o estoque de BTC roubado valia cerca de US$ 600 mil na época do roubo.

Entretanto, quando as autoridades apreenderam os dispositivos que detinham o Bitcoin roubado em novembro de 2021, o valor da criptomoeda explodiu, tornando-a a segunda maior apreensão financeira da história dos EUA.

Zhong fez uma confissão de culpa a uma acusação de fraude bancária, que acarretou uma pena máxima de 20 anos de prisão.

Antes de ser preso, Zhong gastou US$ 16 milhões do BTC roubado em investimentos imobiliários, hotéis de luxo, boates e Lamborghinis, disseram os promotores.

O procurador dos Estados Unidos, Damian Williams, mandou um recado aos criminosos da internet:

“Os ciber-criminosos devem prestar atenção a esta mensagem: seguiremos o dinheiro e o responsabilizaremos, não importa quão sofisticado seja seu esquema e não importa quanto tempo demore.”

Pena atenuada porque Zhong cooperou com a justiça


Enquanto isso, os promotores pediram ao juiz que lhe desse menos de dois anos de prisão, citando sua juventude, seu autismo e o fato dele ter cooperado para recuperar o cripto roubado.

Zhong foi “severamente intimidado e vitimizado por seus colegas porque ele era diferente”, dissera, os advogados de Zhong disseram no tribunal.

“Ele era extremamente tímido, acima do peso e, o mais significativo, sofria de desordem do espectro do autismo não diagnosticado.”

Vale notar que Zhong não executou uma técnica sofisticada de hacking para roubar os fundos. Ao contrário, ele tirou proveito de uma simples falha no site Silk Road.

Zhong roubou 50.000 BTC ao tirar proveito de uma simples falha do Silk Road


Zhong, que tinha um pouco de Bitcoin em Silk Road, clicou duas vezes, por engano, no botão de retirada, o que fez com que a retirada acontecesse duas vezes.

Posteriormente, ele depositou mais tokens e as retirou rapidamente, clicando duas vezes a cada vez.

No memorando de sentença, os advogados de Zhong argumentaram que, embora ele não tivesse direito ao Bitcoin roubado, o website Silk Road também não teria.

Em suma, eles disseram que o mercado não é uma vítima “no verdadeiro sentido da palavra” sob a lei.

Os advogados afirmaram que o fundador preso de Silk Road, Ross Ulbricht, entrou em contato com Zhong. Ele queria saber como ele conseguiu ter acesso à criptomoeda.

O marketplace Silk Road foi extinto há cerca de 10 anos. O website permitiu aos usuários comprar e vender mercadorias ilícitas, como armas e informações de cartão de crédito roubadas usando Bitcoin.

Ross Ulbricht, criador da plataforma, foi preso em 2013 e atualmente está cumprindo duas penas perpétuas sem possibilidade de liberdade condicional.

 

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