Seguradoras globais começam a investir em criptomoedas

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Crédito: Adobe/Melinda Nagy

 

As seguradoras globais pretendem manter uma abordagem de investimento de risco, com alocações mais altas para private equity, títulos verdes e empréstimos corporativos de médio porte, mas também criptoativos, de acordo com relatório divulgado pela Goldman Sachs Insurance Asset Management.

O estudo apresenta a opinião de 328 diretores de investimentos e diretores financeiros que lidam com mais de US$ 13 trilhões em ativos de balanço global.

“Em uma reversão acentuada em relação aos anos anteriores, as seguradoras agora veem o aumento da inflação e a política monetária mais apertada como as maiores ameaças às suas carteiras. Em meio a um forte crescimento salarial e fortes ganhos de emprego, as políticas monetárias fáceis da Era da Pandemia são desfeitas e os aumentos esperados das taxas são importantes”, relata o estudo.

Mike Siegel, Head global do Gerenciamento de Ativos de Seguros e Soluções de Liquidez do braço de gerenciamento de ativos do Goldman Sachs, comentou o estudo e, segundo ele, as seguradoras globais estão demonstrando um interesse crescente em criptomoedas.

“Este ano, pesquisamos pela primeira vez sobre criptomoedas e achei que não receberíamos respostas, mas fiquei surpreso. Aproximadamente 6% dos entrevistados do setor indicaram que estão investindo em criptomoedas ou, mais especificamente, considerando investir em criptomoedas”.

As empresas que estão investindo (2%) ou considerando alocar seus fundos (4%) em criptomoedas e estão fazendo isso para entender melhor o mercado e a infraestrutura, explica Siegel.

“Mas se isso se tornar uma moeda transacionável, eles querem ter a possibilidade de opinar sobre políticas ligadas à criptomoedas. E também aceitariam premium em criptomoedas, assim como dólares, ienes, libras esterlinas ou euros”, disse o executivo.

Além disso, de acordo com o relatório, as seguradoras americanas estão um pouco mais interessadas: 11% delas investem atualmente ou consideram investir em criptoativos, em comparação com seguradoras asiáticas com 6% e seguradoras europeias com 1%.

No entanto, as opiniões ainda não são unânimes quando se trata da lucratividade esperada dos investimentos em criptomoedas. Os criptoativos foram classificados entre as 5 principais classes de ativos que devem entregar os retornos totais mais altos e mais baixos nos próximos 12 meses.

Em ambos os casos, 1% dos entrevistados disseram que planejam aumentar sua alocação para criptoativos nos próximos 12 meses, 7% planejam manter sua alocação atual e ninguém planeja vendê-la.

“A medida que o mercado de criptomoedas continua a amadurecer, juntamente com a crescente certeza regulatória, uma seção transversal de instituições está se tornando mais confiante para explorar oportunidades de investimento, bem como reconhecer o impacto disruptivo da tecnologia blockchain. Eu fiquei surpreso com a crescente adoção por gestores de ativos globais, que reconhecem claramente o potencial deste mercado”, revela Mathew McDermott, Chefe Global de Ativos Digitais da Goldman Sachs. 

Alguns dos principais riscos macroeconômicos destacados pelos entrevistados incluem a inflação, em 28%, o aperto monetário nos EUA, com 20% de participação, e a volatilidade do mercado de crédito e ações, em 18%, seguida pela desaceleração/recessão econômica nos EUA e Europa, com 16% e 5% de participação, respectivamente.

Embora a incerteza do investimento permaneça forte, os entrevistados de 2022 são mais otimistas do que os entrevistados no ano passado. Em 2020, 63% declararam que o cenário de investimento era o mesmo ou estava melhorando, de acordo com o relatório.

“Os entrevistados continuam focados em classes de ativos que aumentam o rendimento, como visto pelo interesse contínuo em oportunidades de mercado privado. Embora as taxas de reinvestimento tenham começado a subir em 2022, as seguradoras expressaram interesse contínuo em investimentos alternativos como geradores de retornos”. 

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