Brasil ocupa o segundo lugar em adoção e desenvolvimento de inteligência artificial na AL

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Brasil pode ganhar ainda mais destaque no setor de IA, competindo de perto com outros países vizinhos, indica estudo.
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Marta Stephens
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Novamente o Brasil é destaque quando o assunto é adoção e desenvolvimento de tecnologia de ponta, com o segundo lugar em um ranking de adoção na América Latina. A informação foi divulgada pelo novo estudo do ILIA 2024 (Índice Latino-Americano de Inteligência Artificial).

Trata-se da segunda edição da pesquisa, que foi apresentada no Chile recentemente. Segundo o estudo, os países latino-americanos analisados compõem uma região que está crescendo muito na adoção de tecnologia, especialmente IA.

A pesquisa em questão é apoiada pela CEPAL, responsável por diversos estudos. O órgão aponta para a possibilidade do Brasil ganhar ainda mais destaque no setor em breve, competindo de perto com outros países vizinhos.

Pontos positivos do Brasil no crescimento tecnológico, segundo o estudo ILIA 2024

Atrás apenas do Chile na classificação geral, o Brasil se destaca por diversos fatores. Conforme o ILIA, o país tem uma excelente infraestrutura tecnológica, além de ter uma alta capacidade de desenvolver pesquisas de relevância para o setor. Além disso, os números indicam para o crescimento de um tipo de empresa chamada de “unicórnio”. Recebem esse nome aquelas que têm mais de US$ 1 bilhão em valor de mercado. Esses indicativos, somados com a crescente taxa de pedido de patentes de marcas, referem que o país está proporcionando um ambiente de inovação.

Índice Latino-Americano de Inteligência Artificial. Fonte: ILIA 2024

O estudo avaliou a situação de pelo menos 19 países da América Latina e indicou que o México também oferece infraestrutura semelhante à encontrada no Brasil. O principal foco da avaliação dos países era o nível de preparação de cada um deles com relação ao crescimento e adoção de tecnologias, especialmente as inteligências artificiais. A partir disso, três pontos principais foram analisados, que são: fatores de facilitação para acesso à tecnologia, pesquisa e desenvolvimento do setor e adoção de IAs.

A pontuação máxima estabelecida pelo estudo era de 100 pontos. Após a análise dos quesitos de forma geral e soma da pontuação, o Chile obteve uma média de 73,07, o Brasil alcançou 69,3 pontos e o Uruguai conseguiu uma média de 64,98.

Segundo os dados, esses três países que aparecem no topo da classificação têm um bom desenvolvimento nos pontos analisadas no estudo e podem apresentar bons resultados no setor digital em breve. Os fatores que pesaram nas notas dos países que estão melhor posicionados foram: fatores habilitadores; pesquisa, desenvolvimento e adoção, além de governança. Os esforços feitos nos últimos anos para impulsionar essas áreas também contribuíram para os pontos alcançados.

Outros dados apontados pelo estudo indicam crescimento da infraestrutura digital na América Latina

O estudo recém-publicado também leva em consideração a infraestrutura encontrada nos países analisados. Neste quesito, o Uruguai, o Chile e a Costa Rica lideram melhores métricas. Já o Brasil se destaca mais em termos pertinentes à disponibilidade de dados.

Ao considerar a capacidade computacional, alguns países não alcançaram o mínimo de 35 pontos. Com relação aos restantes, lideram a lista Costa Rica, Chile, Uruguai e Argentina.

Além disso, o estudo buscou apontar alguns dados relevantes da região na totalidade. Segundo o ILIA, há um número crescente de publicações multidisciplinares associadas à inteligência artificial. Assim, a América Latina apresentou um aumento de 80% nesse quesito. Além disso, pelo menos 70% das publicações estão concentradas em 10 disciplinas.

O estudo do ILIA também categorizou alguns países como “adotantes” de inteligência artificial. Dentre os mencionados estão a Argentina, a Colômbia e o México.

Apesar do aumento na infraestrutura e possibilidades de crescimento da tecnologia, nenhum dos países avaliados conseguiu alcançar a média do norte global. Essa não é a realidade apenas desse estudo, mas sim dos últimos oito anos.

Chile, Brasil e Uruguai tem um crescimento mais uniforme e bastante consolidado

O estudo do ILIA também mostrou que os três países estão protagonizando um crescimento bastante forte com relação à adoção das IAs. Isso porque, estão buscando estratégias bem orientadas que possibilitem a consolidação e a expansão dessas tecnologias para outros setores. Nesse sentido, pode-se perceber uma atuação da tecnologia bastante presente na economia e atuação governamental.

Um exemplo dessa realidade é o avanço da regulamentação das criptomoedas no Brasil, que deve ter uma movimentação bastante intensa agora no último trimestre do ano. Isso mostra que o aumento da adoção de IAs e criptomoedas não acontecerá sem que as autoridades garantam um setor seguro.

De acordo com Javier Medina, atual secretário da CEPAL, o avanço da tecnologia e a expansão das inteligências artificiais podem impulsionar o desenvolvimento da América Latina na totalidade. Isso porque, tem potencial para chamar a atenção de países mais desenvolvidos e tirar a região das armadilhas do desenvolvimento.

Além disso, as IAs podem auxiliar o crescimento de diversos setores, como, por exemplo, educação, saúde e meio-ambiente. Para ele, as IAs podem otimizar diversos tipos de tarefas, como processos administrativos e governamentais. No entanto, é preciso agir de forma rápida para que não sejam aprofundadas as lacunas sociais já existentes. Isso se aplica especialmente para os investimentos em infraestrutura e educação digital.

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