ANCORD lança primeira certificação para criptoativos do Brasil

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ANCORD lança primeiro programa com certificação cripto do Brasil

A Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (ANCORD) lançou, na quinta-feira (06), a primeira certificação para criptoativos do Brasil. O foco do programa está nos assessores de investimentos e profissionais do mercado.

O curso é resultado de uma parceria da entidade com o BlockTrends. Além disso, conta com o apoio da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto). A BlockTrends é uma EdTech de cripto que já formou mais de 27 mil alunos em cursos de Web3 e blockchain.

O programa é estruturado em um conjunto de atividades integradas e abrangentes. Ele tratará de assuntos essenciais à indústria da blockchain. Por exemplo: Bitcoin, Ethereum, DeFi, Web3, tokenização, regulação, tributação, DREX e mais.

Programa da ANCORD formará profissionais da área


Segundo o chefe de certificação e credenciamento da ANCORD, Orlando Júnior, os investidores estão cada vez mais exigentes. Afinal, eles querem ser atendidos por “profissionais especializados, qualificados e capacitados”. Segundo Júnior, o programa da entidade vai oferecer essa formação:

“O profissional que participar do programa CCA (Certificação Criptoativos ANCORD) certamente vai se tornar um especialista e poderá suprir essa necessidade.”

Brasil na vanguarda do mercado cripto


O CEO da BlockTrends, João Paulo Mayall, também se pronunciou sobre a realidade do mercado financeiro no Brasil:

“O regulador brasileiro tem sido ágil em incorporar inovações no mercado financeiro, superando seus pares em outros países.”

Portanto, Mayall considera que o programa da ANCORD é mais uma dessas inovações do mercado nacional:

“O programa CCA é mais um marco do mercado de ativos digitais no Brasil, país que foi pioneiro ao lançar ETFs e fundos regulados no setor.”

Além disso, o CEO da BlockTrends considera que a certificação pode se tornar mandatária no mercado brasileiro. Aliás, isso tornaria o país um exemplo mundial na área de inovação financeira.

Por fim, Orlando Júnior expressou o orgulho da ANCORD ao dar esse passo pioneiro:

“Para a ANCORD, além de uma importante diversificação, essa nova certificação nos enche de orgulho, pois é a prova prática de que temos feito um trabalho de qualidade, reconhecido por vários segmentos diferentes e que se tornou uma referência como Entidade Certificadora e Credenciadora.”

Como funciona a certificação


Segundo a ANCORD, os interessados na nova certificação já devem ser assessores financeiros ou profissionais do mercado. Então, poderão participar do curso, que dura 47 horas.

Ao longo do curso, o aluno deve obter uma média igual ou superior a sete em cada uma das avaliações intermediárias. Haverá uma Prova Intermediária com 5 questões no final de cada módulo. Além disso, o curso terá uma Prova Intermediária com 20 questões no final de cada um dos quatro módulos.

Por fim, o candidato receberá um atestado de qualificação que permitirá que ele realize o exame de certificação.

Curso é administrado pela FGV


O curso é dividido em quatro blocos: Introdução aos Criptoativos e Blockchain; O Mercado da Prática; Regulação, Tributação e Aspectos Legais; e A Transformação do Mercado de Capitais.

O exame final tem 40 questões de múltipla escolha divididas de acordo com os módulos do curso. Aliás, o exame é administrado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que tem mais de 75 anos de experiência na elaboração de provas de concursos.

No exame final, o candidato também deve obter nota igual ou superior a sete. Só então poderá receber o título de especialista em criptoativos, bem como a Certificação Criptoativos ANCORD (CCA).

Além disso, a entidade divulgou que o valor total do programa é de R$ 1.947. Esse valor inclui o curso e os exames.

Por fim, a ANCORD lembrou que os assessores de investimentos podem aproveitar a carga horária do programa para somar até 120 pontos no Programa de Educação Continuada (PEC) da entidade.

Resposta a uma demanda global


Segundo o diretor de estratégias e parcerias do BlockTrends, Nicholas Sacchi, o desenvolvimento da certificação tem bons motivos para ocorrer agora. Afinal, já há uma grande demanda por consultoria em criptoativos por parte dos escritórios de agentes autônomos.

Portanto, o objetivo é criar um conhecimento uniforme e de base que ajude os participantes do mercado a não serem pegos pela desinformação. Afinal, isso é algo comum em mercados ainda novos como o de criptoativos.

Em entrevista à Exame, Sacchi explicou que essa não é uma demanda apenas do mercado brasileiro, “mas global”. Além disso, explicou que “esse é um mercado que vem transformando a forma de se fazer negócio no mercado de capitais no mundo inteiro”.

O diretor da BlockTrends também comentou que essa necessidade cresceu “após os anúncios dos ETFs de Bitcoin (BTC) e Ether (ETH) no mercado norte-americano”.

Segundo Sacchi:

“Naturalmente essa classe de ativos vai ser cada vez mais presente no universo dos investidores. Temos no Brasil autarquias como o Banco Central, CVM e grandes agentes do mercado financeiro se movimentando e começando a construir suas áreas de ativos digitais. Precisávamos garantir um entendimento mais uniforme sobre essa tecnologia e classe de investimentos.”

Por fim, Sacchi explicou que esse cenário contribui para se pensar na elaboração de um programa de qualificação que eleve o nível dos participantes do mercado:

“Dessa maneira, podemos acelerar a adoção de uma classe de ativos que tende a beneficiar não somente o portfólio dos investidores, como também tem o potencial de transformar inúmeras indústrias por meio da implementação da tecnologia de smart contracts e registros em blockchain. Esse é só o primeiro passo de uma longa jornada.”

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