Hackers norte-coreanos visam empresas cripto brasileiras

Gabriel Gomes
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Um relatório de inteligência de ameaças do Google Cloud de 13 de junho expôs uma onda alarmante de ataques cibernéticos por hackers norte-coreanos visando exchanges de criptomoedas, empresas de fintech e indivíduos no Brasil.

O relatório identifica o notório grupo de hackers norte-coreano Pukchong (também conhecido como UNC4899) como o culpado pelos ataques recentes.

Hackers da Coreia do Norte realizando ataques coordenados?


Os cibercriminosos usam uma tática sinistra para atrair vítimas inocentes a baixar software malicioso disfarçado de rastreador de preços de criptomoedas. O malware então dá aos invasores controle sobre o sistema da vítima e permite a recuperação de cargas prejudiciais adicionais.

De acordo com a inteligência de ameaças do Google, grupos norte-coreanos têm como alvo empresas de criptomoedas e entidades aeroespaciais, de defesa e governamentais do Brasil.

Em contraste, os cibercriminosos apoiados pelo governo chinês concentram-se em atingir organizações governamentais e o setor energético do país sul-americano.

Relatório do Google Cloud
Fonte: Relatório do Google Cloud

Além do Pukchong, descobriu-se que outros grupos de hackers norte-coreanos, como GoPix e URSA, também visavam ativamente empresas brasileiras de criptomoedas usando ataques de malware semelhantes.

O boom digital do Brasil sob ataque virtual


Esta descoberta ocorreu em meio a preocupações críticas sobre a segurança das carteiras e corretoras de criptomoedas, que são constantemente atacadas por hackers.

Só para exemplificar, em 15 de abril, a Trust Wallet alertou sobre uma exploração de dia zero direcionada a usuários de iOS. O provedor de carteira cripto revelou que a falha poderia permitir que hackers obtivessem acesso não autorizado aos dados dos usuários.

Embora nenhuma vítima tenha sido relatada na época, a Trust Wallet aconselhou os usuários a desativar o iMessage do iPhone até que a Apple consertasse a lacuna.

Além disso, em maio de 2024, a empresa de segurança cibernética Kaspersky descobriu que o grupo de hackers norte-coreano Kimsuky implantou malware visando empresas cripto sul-coreanas.

O malware denominado “Durian” permite a execução de comandos remotos, downloads de arquivos adicionais e exfiltração de arquivos confidenciais.

A análise de ameaças do Google alertou que o Brasil é vulnerável a ameaças cibernéticas de criminosos locais e estrangeiros. À medida que o mercado de pagamentos digitais do país cresce, a sua economia próspera torna-o um alvo gratificante para o submundo digital.

Notavelmente, grupos de ransomware que anteriormente se concentravam na América do Norte e na Europa agora estão de olho no país latino-americano.

A RansomHub, uma gangue de ransomware como serviço, até identificou o Brasil como o segundo país mais visado em seu site de vazamento, ressaltando a crescente ameaça ao seu cenário digital.

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