Itaú estuda oferecer investimentos em criptomoedas no Paraguai

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Itaú estuda oferecer investimentos em criptomoedas no Paraguai

O Itaú está avaliando replicar no Paraguai as mesmas operações com criptomoedas que oferece no Brasil. Portanto, isso incluiria a opção de compra e venda de Bitcoin (BTC) e Ether (ETH) dentro da sua plataforma de investimentos, a Íon.

O Paraguai vem experimentando um crescimento nessa indústria, especialmente na área de mineração de criptomoedas. Então, de olho nessa ascensão do mercado cripto no país vizinho, o Itaú planeja expandir suas operações de investimentos nesse setor.

Presença do Itaú pode dar segurança à mineração no país


O CEO do Banco Itaú no Paraguai, José Brítez, confirmou que a instituição está estudando essa possibilidade. Brítez revelou a informação à revista Forbes Paraguay, conforme matéria do dia 15 de junho. Aliás, ele também informou que está conversando com a equipe do Brasil a respeito dessa proposta.

Além disso, Brítez lembrou que o Paraguai vem experimentando uma alta demanda por parte dos mineradores de criptomoedas. Portanto, a entrada do Itaú nesse mercado daria mais segurança e fortaleceria a indústria de mineração no país. Por fim, o CEO explicou:

“Estamos analisando com dois especialistas do Itaú. O processo ainda é bastante verde no Brasil, mas queremos entender melhor e buscar algumas soluções.”

Operações com criptos começaram recentemente no Brasil


As operações com Bitcoin e Ether no Itaú brasileiro foram liberadas aos poucos desde dezembro de 2023, com foco em alguns clientes selecionados.

No entanto, este mês, as negociações dessas criptomoedas foram liberadas a todos os 60 milhões de clientes do banco, por meio da plataforma Íon.

O diretor do Itaú Digital Assets, Guto Antunes, explicou a razão para o banco abrir as operações para toda a base de clientes. Segundo ele, o motivo foi o alto interesse que os primeiros usuários demonstraram pelo produto. Além disso, os resultados de pesquisas internas ajudaram na decisão.

Aliás, Brítez ressaltou que o Itaú Paraguai planeja primeiro observar como o mercado brasileiro vai avançar em relação a essas novas ferramentas. Em seguida, a partir desse acompanhamento, o banco começaria a explorar a possibilidade de fazer um “recorta e cola” para o Paraguai.

Mercado da mineração vive “boom” no Paraguai


O Itaú chegaria em um contexto marcado pela expansão da mineração de Bitcoin no Paraguai. Afinal, essa indústria pode passar por um grande crescimento nos próximos anos no país.

O ministro da Indústria e Comércio, Javier Giménez, revelou recentemente que a mineração de criptomoedas faz parte da estratégia econômica do país.

Aliás, essa estratégia busca uma transição industrial que aproveite o excedente de energia do Paraguai. Segundo explicou Giménez:

“Estamos correndo para atrair indústrias, mas seria bom se conseguirmos dar energia aos mineradores de criptomoedas, onde há demanda para utilizá-la.”

Além disso, o ministro explicou que é mais rentável para o país vender sua energia aos mineradores de bitcoin. Afinal, eles pagam até três vezes mais do que é pago pelo Brasil no acordo de Itaipu.

Aliás, o Brasil tem uma nova proposta na mesa dos paraguaios para pagar um valor ainda mais barato pela energia da hidrelétrica binacional.

Excedente de energia vem atraindo mineradores ilegais


As condições naturais do Paraguai, que propiciam um excedente de energia, acabam atraindo também os mineradores ilegais de bitcoin. Por isso, a prática também traz riscos para o país, já que esses mineradores desviam energia para suas atividades.

Aliás, o vice-ministro de Minas e Energia, Mauricio Bejarano, afirmou que o Poder Executivo está fazendo uma “guerra” contra os mineradores ilegais:

“Esse ataque à ilegalidade nos parece muito correto, na verdade, há um ataque frontal, um combate frontal do Executivo, inclusive da própria Ande [Administração Nacional de Eletricidade], contra a atividade ilícita que está sendo realizada.”

Além disso, Bejarano defendeu que o governo deve estabelecer regras para a mineração de criptomoedas. Portanto, a legislação poderá punir as mineradoras ilegal e favorecer as que são regulamentadas. Aliás, ele defende que a regulamentação inclua a possibilidade de baixar as taxas de infraestrutura pagas para a Ande:

“Na medida em que é legal, tem as suas regras, hoje tem uma tarifa diferenciada que também está a ser estudada e enquanto houver contratos, com todos os requisitos, assinados pela Administração Nacional de Eletricidade, não há problema. No curto prazo entendemos e acreditamos que pode trazer benefícios, sobretudo para a Administração Nacional de Eletricidade, para que possa ser reinvestido em infraestruturas elétricas.”

Paraguai enfrentou problemas com a mineração de bitcoin


É importante lembrar que, conforme notícia publicada em CriptoNews Brasil em abril deste ano, o Paraguai passou por um momento turbulento por conta da mineração ilegal.

Devido a um verão intenso no início do ano, o país sofreu com sérios problemas de energia. Além disso, a quantidade de casos de roubo de energia por mineradores ilegais de Bitcoin havia aumentado bastante.

Diante desse cenário, um grupo de 15 senadores havia proposto uma lei para a regulamentação da mineração no país.

No entanto, o texto era bastante radical e chegava a propor a proibição da mineração. Por isso, sofreu muitas críticas por parte de outros políticos, devido à sua falta de clareza.

O projeto segue em tramitação na Câmara de Senadores do Paraguai. Apesar das críticas, o foco do projeto é uma regulamentação da mineração para ajudar no combate à mineração ilegal.

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