Mercado cripto já teve mais de R$ 400 bilhões em perdas com fraudes desde 2022

Pedro Augusto
| 2 min read
Mercado cripto já teve mais de R$ 400 bilhões em perdas com fraudes desde 2022
Imagem: @_notWillyWonka

As perdas no mercado de criptomoedas devido a operações fraudulentas atingiram US$ 79,1 bilhões (aproximadamente R$ 429,4 bilhões) desde o início de 2022, conforme divulgado pela corretora Bitget. A pesquisa revelou que houve um aumento de 245% no total de fraudes associadas a técnicas de “deepfake” no primeiro trimestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2023.

Deepfake é uma técnica de inteligência artificial que permite alterar vídeos ou fotos, possibilitando, por exemplo, a troca de rostos ou a modificação do que uma pessoa fala, por aplicativos específicos para essa finalidade.

Fraudes de deepfake podem dobrar perdas no mercado de criptomoedas

Gracy Chen, presidente da Bitget, alerta para o crescimento preocupante da presença de deepfakes no mercado de criptomoedas, destacando que, sem educação e conscientização adequadas, o setor tem limitações significativas para combater esse tipo de crime.

Chen enfatiza que a vigilância dos usuários e a capacidade de distinguir fraudes de ofertas legítimas continuam sendo a linha de defesa mais eficaz, enquanto um quadro jurídico e de segurança cibernética abrangente não é implementado globalmente. Nos três primeiros meses do ano, as fraudes utilizando deepfake foram responsáveis por perdas significativas, estimadas em cerca de US$ 6,3 bilhões.

Este valor é quase metade do total registrado em quase todo o ano de 2022, que foi de US$ 13,8 bilhões (R$ 74,9 bilhões). A empresa, em seu relatório, projeta que, se a tendência atual persistir, as perdas relacionadas a essas fraudes poderiam atingir um valor total de US$ 25,1 bilhões (cerca de R$ 136,3 bilhões) em 2024.

Essa estimativa, caso se concretize, representaria um novo recorde, superando as perdas combinadas dos dois anos anteriores.

criptomoedas

A necessidade urgente de regulação para conter as fraudes

De acordo com um estudo recente, as fraudes envolvendo deepfake no mercado de criptomoedas estão se tornando cada vez mais sofisticadas. Além disso, elas podem representar até 70% das perdas nesse mercado até 2026, caso não sejam implementadas medidas regulatórias eficazes.

Essas atividades criminosas não apenas afetam o mercado de criptomoedas, mas têm o potencial de impactar toda a indústria financeira. Os tipos de crimes identificados incluem:

  • Roubo de identidade
  • Falsidade ideológica
  • Golpes diversos
  • Manipulação de mercado
  • Fraudes em investimentos
  • Extorsão e resgate
  • Ataques de engenharia social, onde criminosos utilizam influência e persuasão para acessar senhas.

Também observaram-se anúncios legais ou regulatórios, captação ilícita de recursos e imitação em realidade virtual e metaverso. O relatório da Bitget aponta que os fraudadores exploram a dinâmica volátil do mercado cripto. Esta sofre influência de fatores como declarações de influenciadores, notícias e atualizações financeiras de projetos.

Mesmo com o surgimento de novos métodos de proteção, os invasores continuam a desenvolver esquemas fraudulentos complexos. Alguns são eventos de hackers em contas do YouTube, uso de inteligência artificial para criar deepfakes, estabelecimento de identidades virtuais para acessar contas de maneira não autorizada, e simulação de alto volume de negociações para atrair investidores e beneficiar fraudadores.

Em resumo, o estudo conclui que o desenvolvimento de novas técnicas para identificação de fotos, vídeos e áudios falsos é crucial para mitigar as perdas durante períodos de alta atividade no mercado. Por fim, destaca-se a urgência de uma intervenção regulatória para conter a expansão desse tipo de crime.

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