Startup de contabilidade e impostos de criptomoedas enxerga possível expansão para o Brasil

Pedro Augusto
| 3 min read

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A TaxBit, desenvolvedora de software especializado em automação de declaração de impostos e contabilidade para criptoativos, está de olho no Brasil como possível mercado de expansão.

Essa oportunidade surge à medida que se espera maior clareza regulatória no país com a futura publicação de uma regulamentação infralegal do setor pelo Banco Central. Atualmente, a empresa atende a Receita Federal dos Estados Unidos e grandes operadores de câmbio como Binance e Kraken, além de empresas de infraestrutura de blockchain, como Ripple e Circle.

Surpreendentemente, em 2021, a TaxBit foi avaliada em US$ 1,33 bilhão após uma rodada de financiamento série B, na qual arrecadou US$ 130 milhões.

TaxBit ressalta importância do Brasil no cenário global de ativos digitais


Segundo Lindsey Argalas, CEO da TaxBit, o Brasil desempenha um papel crucial no mercado global de criptoativos. Isto se dá, sobretudo, à forte adesão à tecnologia que promete modernizar a infraestrutura financeira do país. Ela enfatiza que a capacidade dos ativos digitais de impulsionar a modernização é uma das razões pela qual o Brasil é especialmente destacado.

Lindsey aponta que a volatilidade das criptomoedas representa um desafio global tanto para empresas quanto para investidores no momento de declarar impostos sobre esses ativos. Além disso, ela observa que as criptomoedas, que podem ser negociadas 24 horas por dia, apresentam complexidades que não são encontradas no mercado financeiro tradicional. Como resultado, isto torna cálculos precisos algo especialmente complicado.

Segundo ela, nem os sistemas bancários tradicionais, nem as planilhas de Excel utilizadas por departamentos de contabilidade estão adequadamente equipados para enfrentar esses desafios.

Além disso, Lindsey destaca a colaboração da TaxBit com o fisco americano como um fator que diferencia o software da empresa. Consequentemente, a startup consegue proporcionar uma ferramenta confiável para verificação de dados.

Por fim, utiliza-se a TaxBit pelo órgão fiscal americano para calcular impostos, especialmente em casos complexos envolvendo contribuintes com extensivas atividades em criptoativos, assegurando a precisão dos cálculos fiscais necessários.

Site oficial da TaxBit

Colaborações com “Big Four” para navegar as regulamentações globais


A executiva relatou que a internacionalização tornou-se um desenvolvimento natural para a empresa, apesar dos obstáculos encontrados ao adaptar a solução para os diferentes sistemas tributários globais. Segundo ela, dedicou-se o ano anterior a preparar o produto para o mercado internacional, começando pelos Estados Unidos.

No entanto, identificou-se rapidamente que 70% dos seus clientes tinham operações globais e expressaram o desejo de que a empresa também os atendesse no Brasil, na Europa, entre outros lugares.

Lindsey destacou que se desenvolveu a tecnologia da TaxBit para ser modular e flexível, contando com a colaboração de três grandes empresas de auditoria: KPMG, EY e Deloitte. Ela enfatizou a importância de ter especialistas em declaração de impostos e contabilidade de ativos digitais nos EUA, apontando a necessidade crucial de compreender as regulações tributárias locais e a dependência da empresa nos parceiros das “big 4” para adaptar-se às especificidades locais.

Quanto à regulamentação brasileira, mencionou-se que, por meio de um decreto do governo Lula, se designou o Banco Central (BC) como o órgão responsável pela regulamentação do mercado de criptomoedas no Brasil. Desde então, o BC já realizou uma consulta pública sobre o assunto.

Além disso, ele planeja realizar uma segunda consulta no segundo semestre, antes de finalizar as propostas regulatórias até o final de 2024. Lindsey apontou que as grandes instituições e empresas inovadoras no Brasil precisarão estar conforme essas normas.

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