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Trump quer EUA líder em criptomoedas

Flavio Aguilar

27 de maio de 2024 13:22 BRT | 5 min read

O ex-presidente Donald Trump afirmou que os Estados Unidos não podem aceitar qualquer posição que não seja a liderança em criptoativos. O atual candidato presidencial dos EUA se pronunciou por meio de postagem na Truth Social, no último sábado (25):

“Nosso país deve ser o líder na área, não há segundo lugar.”

A Truth Social é uma plataforma de mídia social que pertence ao próprio Donald Trump, por meio do Media and Technology Group (TMTG).

Trump não perdeu a chance de criticar Joe Biden

Na mesma postagem, o candidato do Partido Republicano afirmou que tem a mente aberta:

“Sou muito positivo e tenho a mente aberta às empresas de criptomoedas e a todas as coisas relacionadas a esta nova e florescente indústria.”

Além disso, Trump aproveitou para atacar seu rival na corrida presidencial de 2024, que já tem data marcada para 4 de novembro:

“Joe Biden, por outro lado, o pior presidente da história do nosso país, quer morrer uma morte lenta e dolorosa. Isso nunca acontecerá comigo!”

Ex-presidente fez promessas sobre criptomoedas

Os comentários de Trump na sua rede social tiveram sequência em um discurso seu no mesmo dia. Afinal, o candidato falou durante a Convenção Nacional do Partido Libertário em Washington.

Em seu discurso durante o evento, Trump defendeu a permissão por lei da autocustódia de ativos digitais nos Estados Unidos. Além disso, Trump afirmou que não permitiria a criação de uma moeda digital do Banco Central.

Por fim, o ex-presidente e novamente candidato ao cargo prometeu soltar Ross Ulbricht, que foi preso nos EUA por causa do famoso site Silk Road. Aliás, esse caso é emblemático no mundo cripto, pois a prisão de Ulbricht levou à apreensão de bilhões de bitcoins. Portanto, os EUA acabaram se tornando um dos maiores detentores de criptomoedas.

Postura de Trump faz dele o favorito no universo cripto

Aliás, essa postura positiva em relação às criptomoedas também tornou o candidato do Partido Republicano o favorito na disputa presidencial entre os usuários de criptos.

Por exemplo, conforme a Polymarket, Trump tem 56% de chance de se eleger, contra 38% de chance do atual presidente Joe Biden. A Polymarket é uma plataforma de previsão cripto com sede em Nova York.

Essa vantagem de Trump no site veio depois que o candidato anunciou que sua campanha aceitaria doações em criptomoedas.

Isso ocorreu em 21 de maio, quando a campanha do ex-presidente anunciou o lançamento de uma página de arrecadação de fundos em criptomoedas.

As doações podem ser feitas através da plataforma Coinbase Commerce. Por exemplo, no site da campanha, estavam os logotipos para as seguintes criptomoedas: Bitcoin, Ether, Dogecoin, Shiba, XRP, USD Coin, SOL e 0x.

Trump jantou com compradores do seu próprio NFT

Além dos anúncios públicos que Trump vem fazendo sobre a indústria cripto, ele já se encontrou com entusiastas desses ativos.

No início do mês, pessoas que compraram os tokens não fungíveis (NFT) “Mugshot”, do próprio Trump, puderam jantar com o ex-presidente. O evento ocorreu em 8 de maio na residência de Trump em Mar-a-Lago.

Aliás, o jantar é parte de um acordo de compra dos cartões comerciais digitais. Esse cartão apresenta uma foto de Trump durante sua rendição na prisão do condado de Fulton, na Geórgia.

Criptomoedas será tema político pela primeira vez numa eleição presidencial

É importante lembrar que o tema das criptomoedas, especialmente o Bitcoin, já teve relevo durante o primeiro mandato presidencial de Trump.

Por exemplo, segundo Chris Giancarlo, ex-comissário da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC), Trump se orgulhava de ser o “primeiro presidente pró-cripto dos Estados Unidos”.

Aliás, essa denominação surgiu já no seu primeiro ano como presidente, em 2017. Ela veio depois que sua administração aprovou a introdução de contratos futuros de Bitcoin. A fala do ex-comissário aconteceu em um evento sobre políticas de criptomoedas em Washington DC, no dia 15 de maio.

Giancarlo também destacou a importância desse tema na corrida eleitoral atual. Segundo ele, as criptomoedas não eram um tema politizado na época do primeiro mandato de Trump. No entanto, sete anos depois, podem se tornar um ponto central da política pela primeira vez em uma eleição presidencial.

Postura de Trump em relação aos criptoativos mudou

A visão positiva de Trump em relação às criptomoedas é mais recente. Por exemplo, em julho de 2019 ele fez duras críticas a elas. No entanto, sua postura começou a mudar em 2022, quando ele lançou sua própria coleção de NFTs.

Foram lançados 45 mil Trump Digital Trading Cards com imagens do presidente em estilo parecido com o dos cartões de beisebol. Por exemplo, entre as imagens exibidas nos cartões estão as de Trump como um soldado e como um super-heroi.

O próprio Trump anunciou os NFTs em suas redes sociais, na época, dizendo para as pessoas comprarem logo, pois eles acabariam logo. Além disso, ele anunciou os prêmios que os compradores poderiam ganhar. Aliás, um deles era justamente o jantar com o ex-presidente.

Eleitorado cripto teme postura do Partido Democrata

O movimento de Trump em direção aos criptoativos pode ser uma estratégia para atrair os eleitores pró-cripto. Afinal, a postura se deve ao fato de muitos investidores considerarem a postura do Partido Democrático contrária ao setor.

Aliás, essa percepção tem como base as posições de pessoas importantes dentro do partido, como a senadora Elizabeth Warren. Além disso, também se deve às ações do presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês), Gary Gensler, uma indicação do presidente Biden.

No entanto, o setor cripto está dividido em relação a Biden. Alguns criticam o presidente por prejudicar a indústria de criptomoedas com as incertezas regulatórias. Por outro lado, muitos acreditam que há potencial para leis mais positivas caso Biden seja reeleito.

Por fim, é importante lembrar que, apesar das declarações de Trump, na prática, ele depende do Congresso para aprovar qualquer nova regulamentação. No entanto, ele pode indicar um novo presidente da SEC que seja mais aberto ao setor.