Vaticano lança projeto NFT, polícia fecha mineradora de Bitcoin clandestina e outros destaques da semana

Pedro Augusto
| 6 min read

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Nesta semana, o setor financeiro e o mercado de criptomoedas testemunharam eventos significativos.

A MicroStrategy anunciou a emissão de US$ 200 milhões em títulos de dívida com o objetivo de adquirir mais Bitcoin, evidenciando sua contínua aposta na criptomoeda. Paralelamente, a Biblioteca do Vaticano deu um passo notável no mundo digital ao lançar um projeto de tokens não fungíveis (NFT) focado na preservação cultural.

Além disso, uma fintech especializada em criptoativos revelou planos para lançar uma blockchain projetada para integrar o Drex a outras plataformas, prometendo expandir suas funcionalidades e alcance.

  • MicroStrategy emite US$ 200 milhões em títulos de dívida para comprar mais Bitcoin
  • Brasileiros investem (em uma semana) quase R$ 4 milhões em produtos de criptomoedas (ETPs)
  • Biblioteca do Vaticano lança projeto NFT para preservação cultural
  • Exchanges estrangeiras de criptomoedas entram na mira da Receita Federal
  • Polícia fecha mineradora de Bitcoin clandestina no Rio Grande do Sul
  • Fintech cripto lançará blockchain capaz de integrar o Drex a outras plataformas

MicroStrategy emite US$ 200 milhões em títulos de dívida para comprar mais Bitcoin


A MicroStrategy, conhecida por seu envolvimento com Bitcoin, anunciou no dia 14 de junho o aumento de sua oferta de notas conversíveis de US$ 200 milhões para US$ 700 milhões. A taxa de juros das notas foi fixada em 2,25% ao ano, superior aos 0,875% de março, mas ainda abaixo dos 5,25% da taxa de referência do Federal Reserve.

A empresa ofereceu uma opção de compra adicional de US$ 100 milhões aos compradores iniciais, dentro de um período de 13 dias após a emissão inicial. A oferta deve concluir em 17 de junho, com as notas amadurecendo em 2032. Os recursos levantados serão usados para adquirir mais Bitcoin e para propósitos corporativos gerais.

MicroStrategy emite US$ 200 milhões em títulos de dívida para comprar mais Bitcoin

Notas conversíveis são instrumentos de dívida que permitem aos investidores converter o valor investido em ações da empresa a uma taxa predeterminada, neste caso, US$ 2.043,32 por ação, representando um prêmio de 35% sobre o preço atual.

A empresa também planeja reembolsar integralmente a primeira rodada de notas conversíveis emitidas em dezembro de 2020 para compra de Bitcoin, oferecendo aos detentores a opção de conversão até 11 de julho. A diluição resultante dessas conversões é vista como menos significativa do que as emissões anteriores.

Brasileiros investem (em uma semana) quase R$ 4 milhões em produtos de criptomoedas (ETPs)


Na semana iniciada em 10 de junho, investidores brasileiros alocaram cerca de US$ 700 mil (R$ 3,7 milhões) em produtos de investimento negociados em bolsa (ETPs) baseados em criptomoedas, destacando-se em um cenário global de retiradas líquidas de US$ 600 milhões, segundo a CoinShares.

Este foi o maior fluxo de saída registrado desde março. Enquanto o Brasil, a Alemanha e a Austrália tiveram aportes líquidos, outras grandes economias como Estados Unidos, Suíça, Suécia, Canadá e Hong Kong enfrentaram saques significativos.

O mercado global mostrou uma redução nas negociações, com o volume caindo de US$ 12,8 bilhões para US$ 11 bilhões na última semana, contrastando com a média anual de US$ 22 bilhões. O total de ativos sob gestão também sofreu uma diminuição, atingindo US$ 94,19 bilhões.

No âmbito dos criptoativos, Bitcoin registrou as maiores saídas, totalizando US$ 621 milhões. Já o Ethereum viu o maior ingresso de fundos, com depósitos de US$ 13,1 milhões. Outras criptomoedas como XRP, Litecoin e Chainlink também tiveram entradas líquidas.

Dentre os fundos, destacou-se o ETF da iShares, gerido pela BlackRock, que obteve um saldo positivo de US$ 42 milhões, contrastando com saídas líquidas significativas de fundos da Grayscale ARK 21 Shares e Fidelity ETFs.

Biblioteca do Vaticano lança projeto NFT para preservação cultural


A Biblioteca do Vaticano anunciou na segunda-feira (17/06) uma iniciativa inovadora para expandir a adoção da Web3, oferecendo NFTs intransferíveis a doadores que apoiam suas coleções de manuscritos. Este projeto “experimental” está inicialmente aberto apenas para doadores na Itália.

Aqueles que promoverem o projeto em suas redes sociais até 16 de julho receberão um “NFT Prata”, que proporciona acesso a uma coleção exclusiva de imagens em alta resolução de 15 manuscritos. Os que fizerem doações receberão um “Gold NFT”, concedendo acesso a todas as imagens de manuscritos selecionados em alta resolução.

Biblioteca do Vaticano lança projeto NFT para preservação cultural

A Biblioteca Apostólica, localizada na Cidade do Vaticano, está colaborando com a gigante tecnológica japonesa NTT DATA para implementar essa tecnologia. O Padre Mauro Mantovani, prefeito da Biblioteca, destacou a importância de dedicar atenção especial à preservação e promoção do patrimônio histórico através de métodos modernos.

Além disso, o Vaticano está considerando expandir o projeto para incluir visitas virtuais ou de realidade aumentada à biblioteca. Dessa forma, ele planeja utilizar a tecnologia XR para oferecer uma experiência imersiva. Esta abordagem faz parte do esforço contínuo da Biblioteca para tornar seu vasto acervo histórico mais acessível ao público global.

Exchanges estrangeiras de criptomoedas entram na mira da Receita Federal


A Receita Federal do Brasil anunciou que vai solicitar informações às exchanges de criptomoedas estrangeiras que operam no país sem uma sede física local. Segundo revelado à Reuters, a Receita deseja entender o funcionamento dessas empresas e avaliar sua cooperação com os prestadores de serviços locais. Uma portaria será publicada ainda esta semana para formalizar a convocação.

Dentre as empresas visadas estão grandes nomes como Binance, Coinbase, OKX e KuCoin, que possuem sites em português mas não estão formalmente estabelecidas no Brasil. Esta ausência de sede local as isenta da obrigação legal de reportar transações à Receita, uma exigência para as exchanges registradas no país.

Andrea Chaves, subsecretária de fiscalização, e Wagner Lima, coordenador de gerenciamento de riscos, destacaram que a movimentação busca não só esclarecer operações potencialmente ilegais, mas também garantir a adequada tributação de riquezas de brasileiros.

Essa ação ocorre em um contexto de significativo aumento nos investimentos em criptoativos no Brasil. Surpreendentemente, declarou-se R$ 133,6 bilhões de janeiro a julho de 2023, um aumento de 36.6% em relação ao ano anterior.

Polícia fecha mineradora de Bitcoin clandestina no Rio Grande do Sul


A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em parceria com a Rio Grande Energia (RGE), desmantelou uma operação ilegal de mineração de Bitcoin em Canela, na Serra Gaúcha, prendendo um casal em flagrante.

A residência onde ocorria a mineração, localizada no bairro São Lucas, apresentava modificações para furto de energia, prática ilegal conhecida como “gato”. O consumo mensal de energia da casa excedia R$ 100 mil, totalizando uma fraude de R$ 1,5 milhão nos últimos meses.

Polícia fecha mineradora de Bitcoin clandestina no Rio Grande do Sul

Durante a operação, foram apreendidos equipamentos de mineração, ASICs, avaliados também em R$ 1,5 milhão, além de três armas de fogo. Segundo o delegado Vladimir Medeiros, houve uma colaboração intensa com a equipe antifraude da RGE e autoridades judiciais. O resultado foi a acusação dos detidos por furto de energia, porte ilegal de armas, crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.

A investigação apontou que a operação gerava lucro mensal de cerca de R$ 400 mil. Paralelamente, em contraste com a ilegalidade no Brasil, a Arthur Inc, mineradora legal fundada por brasileiros nos EUA, inaugurou uma nova planta em Oklahoma City, visando redução de custos energéticos na mineração de Bitcoin.

Fintech cripto lançará blockchain capaz de integrar o Drex a outras plataformas


A fintech Parfin, especializada em “Crypto as a Service”, lançou a blockchain Rayls, uma solução que pode operar tanto de maneira permissionada quanto pública.

A Rayls serve como uma plataforma L2 para Ethereum, facilitando a integração com finanças descentralizadas (DeFi) e potencialmente com o Drex, a moeda digital do Banco Central do Brasil. Originalmente, desenvolveu-se a plataforma como infraestrutura de privacidade para atender à LGPD. Contudo, a Rayls expandiu suas funcionalidades devido ao crescimento do mercado de criptomoedas, abarcando casos como jogos e NFTs.

Alex Buelau, cofundador da Parfin, destacou que a solução atual do BC para o Drex, a Hyperledger Besu, não permite integração com blockchains públicas. A Rayls, no entanto, poderia viabilizar essa conexão, permitindo o acesso a mercados e protocolos DeFi diversos. Ele também mencionou a importância do conhecimento do cliente (KYC) para prevenir atividades ilícitas através da plataforma.

Além disso, a Parfin se associou à Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) e recentemente apoiou uma parceria com a Invest.Rio. O objtivo é promover a educação financeira e o desenvolvimento da criptoeconomia. A colaboração inclui programas educacionais e eventos. Em outro desenvolvimento, a Parfin foi selecionada pela Mastercard para o programa ‘Start Path Blockchain and Digital Assets’. Como resultado, a empresa visa expandir os usos da tecnologia blockchain globalmente.

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