Razões pelas quais os preços das criptomoedas estão se mantendo enquanto as ações caem

Gabriel Gomes
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Apesar do ano muito difícil que o mercado de criptomoedas vem experimentando, esses ativos têm, recentemente, resistido melhor às turbulências da economia global do que certos investimentos mais tradicionais. Como, por exemplo, as ações, que caíram bastante com más notícias da Europa e dos Estados Unidos.

Mesmo com alta volatilidade, demanda por criptoativos aumenta

Essa situação complicada para os investidores fortalece a posição de quem acredita que as criptomoedas, a despeito de sua notória volatilidade, podem ser elementos bastante importantes em uma estratégia de diversificação.

Segundo um relatório que a PwC, uma das maiores firmas de consultoria do globo, recentemente publicou, cerca de um terço dos gerentes de fundos de hedge que ainda não investem em ativos digitais planeja passar a fazê-lo. Ademais, dos fundos de hedge tradicionais que investem em ativos digitais, quase 70% pretende aplicar mais capital neles antes que 2022 se encerre.

Outra informação que consta do referido documento é que, em média, o fundo de hedge que investe fortemente em criptomoedas administra mais do que 58 milhões de dólares, um aumento de 150% em relação a 2021.

O sumário do relatório da PwC conclui que os ativos digitais, classe que inclui as criptomoedas, está assumindo crescente importância nos portfólios dos fundos de hedge, os quais estão adotando instrumentos como auditorias independentes para que possam se certificar da qualidade desses investimentos e de sua adequação ao marco regulatório vigente.

Economia cercada de incertezas pede grande diversificação por parte dos investidores

Entre as causas dos atuais problemas econômicos mundiais, ocupa lugar a epidemia de COVID-19, que golpeou as cadeias produtivas e levou à adoção de políticas expansionistas para sustentar a economia. Esse quadro, por sua vez, causou inflação alta em algumas das mais importantes economias do mundo, exigindo dos bancos centrais remédios monetários amargos, que aumentam o risco de recessão.

Também colaborou consideravelmente para que o quadro econômico mundial se deteriorasse a invasão da Ucrânia pela Rússia no começo do ano, conflito que se prolonga até agora e afeta o comércio internacional e ameaça com o risco de escalada na rivalidade entre o país liderado por Vladimir Putin e os Estados Unidos.

Segundo analistas do Goldman Sachs, uma das maiores companhias de serviços financeiros do mundo, há 38% de chances de que a economia dos Estados Unidos entre em recessão nos próximos 24 meses. Além disso, embora a inflação não dê sinal de escapar do controle em economias como a estadunidense e as europeias, ela, inegavelmente, está acima dos níveis com que as respectivas populações acostumaram-se nos últimos 40 anos.

Tudo isso gera bastante risco para todas as classes de ativos, cenário diante do qual todos os investidores precisam diversificar o máximo possível, somente assim pode-se diluir os riscos. Sendo assim, as criptomoedas aparecem como uma ótima opção para incluir na carteira. E com a demanda aumentando, os preços se mantêm ou sobem.

Criptos também podem ser proteção contra inflação

Segundo Raoul Pal, que é diretor-executivo da publicação financeira Global Macro Investor e já foi executivo do Goldman Sachs, está começando a ficar claro para as empresas o potencial das criptomoedas como proteção contra a inflação. Ele afirmou que grandes companhias estão comprando ativos como o Bitcoin, que, por design, tem sua oferta limitada por um teto, para evitar que a desvalorização da moeda americana corroa seus patrimônios.

Um sinal desse aumento de procura talvez seja o fato de que o Bitcoin, que, desde 2016, não termina um mês de setembro acumulando alta (que aliás, é um mês tradicionalmente ruim para o mercado das criptomoedas), finalizou o mesmo com praticamente a mesma cotação do fim de agosto.

Gráfico do Bitcoin em setembro de 2022.

Outro fato que chamou atenção de maneira positiva para as criptomoedas no mês de setembro foi o sucesso obtido pelo token de utilidade Tamadoge em fechar acordos de listagem em algumas das principais exchanges, como OKX e LBank, aumentando suas visibilidade e disponibilidade, o que talvez faça sua cotação subir no curto e no médio prazos.

Enfim, apesar de sua volatilidade, as criptomoedas, cada vez mais, são vistas como opções interessantes não só para a busca de rendimento como também para resguardar capital de tendências econômicas deletérias como a inflação e a queda forte do mercado acionário em certas conjunturas.

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