Empresas cripto da Estônia envolvidas em fraude de “grande escala”, aponta relatório

A Estônia foi um dos primeiros países da União Europeia a conceder licenças para criptomoedas. Mas isso não impediu que a nação báltica se tornasse vítima de fraudes e golpes relacionados a criptos em “grande escala”, conforme revelado em um relatório de investigação de jornalistas internacionais.

Um grupo de jornalistas revisou quase 300 empresas de criptomoedas registradas na Estônia e descobriu “dezenas de crimes”. Segundo um relatório recente, criminosos internacionais envolvidos com criptomoedas lavaram ou fraudaram vítimas em mais de €1 bilhão (1,05 bilhão de euros).

Os crimes cometidos por empresas de criptomoedas da Estônia incluíam fraude em “grande escala”, lavagem de dinheiro e evasão de sanções. Além de financiamento ilegal de grupos criminosos e do exército privado russo, incluindo a notória organização paramilitar Grupo Wagner.

Além disso, segundo o relatório, algumas empresas de criptomoedas da nação báltica tinham conexões com o gigante bancário russo Sberbank.

Destaques da investigação


Conforme odetalhado relatório de investigação publicado em um portal de jornalismo independente chamado VSquare, a Estônia viu uma entrada em massa de empresas de criptomoedas nos últimos 5 anos. Com 55% de todos os provedores de serviços de criptos no mundo registrados na Estônia até meados de 2021.

A liberalização na concessão de licenças e aprovações para empresas de criptomoedas atraiu plataformas internacionais. Esses grupos se promoverem como serviços financeiros com licença da União Europeia, conforme destacado no relatório. No entanto, as mais recentes medidas de regulamentação mais rígidas na Estônia levaram à revogação das licenças de muitas empresas que não estavam em conformidade. Como resultado, muitas empresas se mudaram para outras nações bálticas vizinhas.

Durante os últimos seis anos, 1644 empresas de criptomoedas licenciadas operaram na Estônia, observaram os jornalistas.

Além disso, muitas empresas internacionais de criptomoedas na Estônia utilizaram pessoas com óbvias dificuldades financeiras e sem experiência na área como responsáveis pela prevenção à lavagem de dinheiro.

Ligações com a Rússia


Essas empresas de criptomoedas fraudulentas do país báltico tinham conexões com os grupos militares mais infames da Rússia, doando ativos de criptomoedas no valor de centenas de milhares de euros.

Por exemplo, um mercado russo da darknet agora extinto, chamado Hydra, recebeu cerca de 2.505 Bitcoins provenientes da exchange Garantex na Estônia entre abril de 2021 e abril de 2022.

“A Garantex também possui conexão com várias carteiras que realizam transações com o Grupo Lazarus, um grupo de criminosos cibernéticos norte-coreano, e com Ivan Vasilyevich Vakhromeyev, um cibercriminoso procurado associado ao Conti, um grupo de criminosos cibernéticos com ligações à inteligência russa.”

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