O município do RS onde 40% do comércio aceitam Bitcoin como forma de pagamento

Pedro Augusto
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Bitcoin

Localizado a 100 km de Porto Alegre, o município de Rolante agora está ganhando fama por ser a cidade do Bitcoin. Os locais se orgulham também de essa localidade ser reconhecida como a capital nacional da Cuca, um doce tradicional da comunidade alemã no Rio Grande do Sul. Além disso, Rolante também é o berço do músico Teixeirinha.

Neste município, que conta com aproximadamente 21 mil habitantes, os comerciantes estão adotando a criptomoeda como estratégia para atrair turistas. Dentre os estabelecimentos locais, cerca de 200 (o que representa 40% do comércio da cidade) já aceitam o Bitcoin como meio de pagamento. Inclusive, o setor de saúde e outros serviços estão incorporando a moeda digital em suas operações.

Edson Reichert, proprietário de uma loja na cidade, destaca a diversidade nas formas de pagamento das transações financeiras cotidianas. Menciona que, além das tradicionais opções como dinheiro, cartão e cheque, agora se inclui a possibilidade de pagamento em Bitcoin.

Contadores da cidade mostram aos clientes como prestar contas ao imposto de renda

O Bitcoin, uma moeda digital emitida na internet e armazenada em carteiras virtuais, opera independentemente de governos e instituições financeiras. Como resultado, ela permite transações diretas entre consumidores e vendedores sem a intermediação de bancos.

A iniciativa de introduzir o Bitcoin como forma de pagamento em Rolante partiu do ex-piloto de avião Ricardo Stim, que propôs à Associação Comercial local a adoção da criptomoeda. Stim destaca que existe um estabelecimento que aceita a criptomoeda para cada 105 habitantes.

Os empresários da cidade ainda não possuem um levantamento exato do volume financeiro movimentado pelo Bitcoin em um ano. No entanto, eles destacam que, durante um festival dedicado à moeda digital que durou dois dias, negociaram-se cerca de R$ 300 mil.

Um escritório de contabilidade local tem se dedicado a instruir seus clientes sobre essa inovação, incluindo orientações sobre a declaração de Bitcoins no imposto de renda.

Eduardo Timmen, vice-presidente da Associação da Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária de Rolante e Riozinho, orienta sobre a necessidade de declarar os Bitcoins recebidos e ainda não convertidos em moeda convencional.

Sobretudo, ele esclarece que o saldo em Bitcoin deve ser informado tanto na declaração de imposto de renda de pessoas físicas quanto de jurídicas.

Nem todos ainda estão familiarizados com o Bitcoin

Apesar da crescente adoção do Bitcoin em Rolante, nem todos os moradores estão familiarizados com a criptomoeda. Marli Lourdes Bornschmidt, uma aposentada da região, admite ter ouvido falar do Bitcoin, mas confessa não saber como ele funciona.

Por fim, ela relata sua percepção da criptomoeda como uma moeda, mas esclarece que nunca a utilizou e não sabe dar detalhes sobre o seu significado.

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