O que aconteceu de mais importante no mercado de criptomoedas esta semana

Pedro Augusto
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O que aconteceu de mais importante no mercado de criptomoedas esta semana

O mercado de criptomoedas, como todos sabem, é bastante dinâmico e repleto de acontecimentos importantes — a todo momento. Por isso, o intervalo de uma semana é mais que suficiente para que todo o mercado de cripto se desdobre de diversas formas.

Neste artigo, iremos destacar as notícias mais importantes que acontecerem no mercado cripto no Brasil e no mundo.

  • Venezuela proíbe mineração de Bitcoin para estabilizar rede elétrica nacional
  • Presidente do TSE diz que inteligência artificial pode mudar o resultado de eleições
  • CVM revela pirâmide de criptomoedas que causou prejuízo de R$ 7 bilhões
  • ETFs de Ethereum nos EUA não vão oferecer staking por medo de serem barrados
  • Nubank permitirá transferência de criptomoedas para carteiras externas

Venezuela proíbe mineração de Bitcoin para estabilizar rede elétrica nacional


O governo da Venezuela proibiu esta semana a mineração de Bitcoin e outras criptomoedas, citando a necessidade de proteger a rede elétrica nacional. Em resumo, a medida visa regular o consumo excessivo de energia e garantir um fornecimento estável para a população. O Ministério de Energia Elétrica anunciou planos para desconectar as fazendas de mineração da rede de energia, sobretudo, visando combater atividades de alto consumo energético e estabilizar o fornecimento, que enfrenta problemas há uma década.

A Associação Nacional de Criptomoedas da Venezuela comunicou a proibição através do X (antigo Twitter), e o governo confiscou 2 mil dispositivos de mineração em uma cidade, como parte de uma iniciativa anticorrupção. Adicionalmente, essa ação integra uma campanha maior que resultou na detenção de funcionários de alto escalão, incluindo Joselit Ramírez, ex-diretor da Superintendência Nacional de Criptoativos, acusado de corrupção.

venezuela

Desde 2019, o país sofre com apagões recorrentes, impactando a vida cotidiana e a economia. A mineração de criptomoedas, que demanda alta quantidade de energia, também causou problemas em outros países. Por exemplo, a China já baniu a prática, e o Paraguai está considerando uma proibição. Em março de 2023, a Venezuela já havia interrompido operações de mineração em uma investigação sobre corrupção envolvendo a companhia de petróleo estatal.

Presidente do TSE diz que inteligência artificial pode mudar o resultado de eleições


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, ressaltou a necessidade de regulamentação internacional para o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) durante um seminário organizado pelo TSE e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 21 de maio.

Sobretudo, Moraes destacou que as tecnologias de IA têm potencial para intensificar a disseminação de desinformação, o que pode impactar significativamente os resultados eleitorais. Além disso, ele expressou preocupação sobre como a propagação de notícias falsas, potencializada pela IA, pode alterar o resultado das eleições antes que a verdade alcance todo o eleitorado, comprometendo a legitimidade do resultado popular.

Moraes defendeu uma regulamentação abrangente tanto ao nível nacional quanto internacional, citando a União Europeia como exemplo por suas recentes leis significativas no tema. Ele também sugeriu a participação da ONU na criação de uma declaração de direitos digitais para proteger a democracia, semelhante à Declaração Universal dos Direitos Humanos.

No Brasil, o TSE já aprovou uma resolução que regula o uso de IA nas campanhas eleitorais. Ela proíbe “deep fakes” e exige a identificação clara de conteúdos gerados por IA. Em contraste, o Banco Central, através do diretor Otávio Damaso, afirmou não ter planos imediatos para regulamentar a IA no setor financeiro. Por fim, o banco destacou a importância de compreender e mapear os riscos associados à tecnologia.

CVM revela pirâmide de criptomoedas que causou prejuízo de R$ 7 bilhões


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aplicou multas de R$ 55,8 milhões aos responsáveis pelo esquema de pirâmide financeira da Atlas Quantum, empresa de criptomoedas que causou prejuízos estimados em R$ 7 bilhões. A Atlas Quantum e a Atlas Project International foram penalizadas em R$ 22,1 milhões cada por operações fraudulentas no mercado de valores mobiliários e receberam multas adicionais de R$ 170 mil por dificultarem a fiscalização. Além disso, Rodrigo Marques dos Santos, fundador do esquema, foi multado em R$ 11,13 milhões. A Anubistrade Investments, ex-parceira da Atlas, também foi multada em R$ 170 mil por obstrução à fiscalização.

O processo administrativo sancionador foi instaurado em 2019 após denúncias de que a Atlas Quantum prometia lucros elevados com um suposto “robô milagroso” de arbitragem de Bitcoin. Daniel Maeda, diretor da CVM, relatou que a empresa divulgava informações falsas sobre a rentabilidade das aplicações, enganando investidores.

Fundada em 2018 em São Paulo, a Atlas Quantum enfrentou ações regulatórias em 2019, quando a CVM ordenou a cessação da oferta pública de serviços da empresa, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Após a intervenção da CVM, a empresa parou de pagar resgates aos investidores, gerando centenas de processos judiciais. Por fim, o fundador, Santos, desapareceu, e o caso segue sob análise da Justiça.

ETFs de Ethereum nos EUA não vão oferecer staking por medo de serem barrados


Os ETFs de Ethereum (ETH) spot reacenderam o otimismo do mercado, mesmo enfrentando desafios com a exclusão do serviço de staking. Em suma, este é um serviço crucial para a validação de blocos na rede. Gestoras como Fidelity e Ark Investment decidiram eliminar o staking de seus fundos para evitar possíveis rejeições pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). Sobretudo, a autoridade poderia considerar essa inclusão uma violação das leis de valores mobiliários.

Essa medida pode diminuir a atratividade dos ETFs em comparação ao investimento direto em ETH, pois os fundos não distribuirão dividendos do staking. Investidores que possuem Ethereum diretamente continuam recebendo essas recompensas. A ausência de recompensas de staking em ETFs dos EUA representa um custo de oportunidade para investidores, que poderiam obter maior rentabilidade ao comprar Ether diretamente em exchanges, aponta Brian Rudick, estrategista da GSR.

A decisão das gestoras de excluir o staking responde à perspectiva da SEC, que considera o staking um valor mobiliário, limitando essa atividade a entidades reguladas. Recentemente, a exchange Kraken pagou US$ 30 milhões para encerrar uma disputa com a SEC sobre seus serviços de staking, evidenciando o rigor regulatório.

Especialistas do mercado estão divididos sobre a medida. Alguns, como Leo Mizuhara da Hashnote, veem a exclusão do staking como positiva, alegando que a centralização de ETH em ETFs poderia desestabilizar o protocolo do Ethereum. A decisão da SEC sobre o primeiro ETF de Ethereum, anunciada em 23 de maio, poderia ter implicações significativas para o mercado de criptomoedas.

Nubank permitirá transferência de criptomoedas para carteiras externas


O Nubank anunciou no dia 23 de maio uma nova funcionalidade envolvendo criptomoedas. Ela permite que seus clientes realizem transferências de criptomoedas diretamente entre suas carteiras digitais e a conta digital do banco. Inicialmente, estarão disponíveis as criptomoedas Bitcoin, Ethereum e Solana, com planos para expandir a oferta no futuro.

A nova funcionalidade visa facilitar o gerenciamento de saldos de criptomoedas pelo aplicativo do Nubank. O banco digital implementará uma estratégia de precificação exclusiva para mitigar as flutuações usuais da blockchain e oferecer tarifas competitivas. Thomaz Fortes, diretor do Nubank Cripto, destacou que a novidade permite aos clientes movimentarem seus ativos com liberdade e tarifas atraentes. Como resultado, eles conseguirão atender a uma demanda crescente de forma estruturada.

Nubank permitirá transferência de criptomoedas para carteiras externas

A tecnologia da Chainalysis será utilizada para monitorar endereços na blockchain e detectar atividades suspeitas. Para enviar criptoativos, os usuários devem acessar a aba Planejamento no app, selecionar “Total em criptos”, escolher a moeda, inserir o endereço da carteira receptora e confirmar a transação. Para receber, basta selecionar a opção “Receber”, escolher a criptomoeda, gerar um QR code e compartilhá-lo com o remetente.

Essa implementação gradual estará disponível para todos os clientes em breve, proporcionando uma experiência mais completa e segura no gerenciamento de criptoativos.

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