CEO da Coinext diz que ambiente regulatório de criptomoedas do Brasil impulsiona a competitividade

Pedro Augusto
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José Ribeiro, CEO da Coinext, compartilhou suas percepções sobre o Bitcoin e o cenário de criptomoedas no Brasil durante o Web Summit em Lisboa.

Ele falou sobre a dinâmica economia cripto do Brasil e a crescente competição no setor de pagamentos do país, impulsionada pela clareza regulatória.

Entretanto, apesar da percepção de que as criptomoedas estão “fora de moda”, Ribeiro observou seu apelo contínuo, especialmente em mercados emergentes como o Brasil.

Ribeiro previu que os volumes de transação de Bitcoin no Brasil atingiriam níveis recordes em 2023, impulsionados pela queda das taxas de juros. Além disso, ele espera que elas caiam de 12,25% para cerca de 9,25% até dezembro de 2024.

Essa queda, juntamente com avanços globais como a aprovação de um fundo de investimento em Bitcoin negociado na bolsa (ETF) dos EUA e o halving do Bitcoin, influenciará provavelmente os preços das criptomoedas.

CEO da Coinext enfatiza que regulação é necessária para um mercado justo


Ele destacou o papel de exchanges de criptomoedas globais, como Binance, OKX e Coinbase, no crescimento do mercado brasileiro.

Ribeiro apontou que fatores como a história do Brasil, com a inflação e as mudanças antecipadas nas taxas de juros, estão intensificando a competição dentro de sua economia cripto.

Ribeiro insistiu que as pessoas a focassem nos fundamentos das criptomoedas, e não apenas nas flutuações de preços. Ele comentou que o Bitcoin muitas vezes ganha atenção durante períodos de preços altos, mas sua tecnologia subjacente permaneceu consistente desde sua criação.

Destacando o papel dos marcos regulatórios no estímulo à inovação, Ribeiro enfatizou a necessidade de regulação para garantir um mercado justo.

Ele elogiou os avanços do Brasil em atender aos padrões das autoridades fiscais e discutiu a potencial influência da moeda digital do banco central, DREX, na adoção de blockchain no Brasil.

Em sua discussão sobre o ambiente regulatório no Brasil, Ribeiro destacou que os reguladores brasileiros estão cientes dos riscos da indústria de criptomoedas e se engajam ativamente em discussões sobre criptoativos e pagamentos.

Apesar dos desafios existentes, ele acredita que ter regulações é essencial para sustentar a competitividade do mercado.

No Brasil, volume de transações com USDT é mais que o dobro das transações com Bitcoin


No início de outubro, a Receita Federal do Brasil relatou um aumento significativo no volume de negociações de Tether (USDT) no país desde 2021, superando o Bitcoin (BTC) em termos de volume.

Até meados de outubro, as transações totais de USDT no Brasil atingiram cerca de R$ 271 bilhões. Isto é quase o dobro do volume de transações de Bitcoin, que totalizaram R$ 151 bilhões.

A Receita observa que 80% das transações de criptomoedas no país agora envolvem USDT, tornando-o o ativo digital mais negociado em 2023.

CEO da Coinext acredita que a moeda DREX será benéfica

Além disso, o Brasil está ativamente desenvolvendo sua moeda digital do banco central (CBDC), chamada DREX.

O lançamento antecipado do DREX está definido para aumentar ainda mais a adoção da tecnologia blockchain pelo Brasil.

Ribeiro acredita que o DREX aprimorará a adoção da blockchain pelo Brasil. Além disso, ele menciona que ela também posicionará o país como líder no uso desta tecnologia como infraestrutura para a indústria de mercado financeiro.

Qual seria este ambiente regulatório de que o CEO da Coinext fala?


Com a entrada em vigor do Marco Legal das Criptomoedas, o país se destaca como um dos primeiros do mundo a implementar uma legislação específica para o setor.

Aprovada e sancionada em 2022, essa legislação passou a valer em 20 de junho de 2023.

O objetivo do marco legal dos criptoativos é combater fraudes e aumentar a segurança para investidores em criptomoedas.

A Lei 14.478, publicada no Diário Oficial em 22 de dezembro de 2022, define diretrizes claras para serviços ligados a ativos virtuais, incluindo a regularização de corretoras no Brasil e o combate a crimes com ativos digitais.

Esse marco legal representa um avanço importante para o setor de criptomoedas no Brasil. Ele irá garantir mais segurança e transparência tanto para investidores quanto para empresas que trabalham com ativos digitais.

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