Binance lança carteira de auto-custódia para otimizar gestão de ativos no universo Web3

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Imagem: Unsplash

Em um movimento estratégico, a Binance, uma das principais plataformas de negociação de criptomoedas do mundo, acaba de lançar uma carteira de auto-custódia, específica para a gestão de ativos na Web3. Como diz o próprio nome, se trata de uma carteira digital sobre a qual o proprietário detém todo o controle.

A iniciativa reforça o conceito de descentralização das finanças (DeFi), um dos ícones da Web3, e destaca o compromisso da empresa com a autonomia e a segurança dos usuários. Com isso, a Binance mira diretamente uma necessidade intrínseca ao universo Web3, que é o acesso direto a vários serviços DeFI.

Por meio do aplicativo móvel da Binance, a carteira de auto-custódia permite que os usuários troquem tokens, recebam recompensas e façam stake. A empresa anunciou o lançamento do novo produto durante a Binance Blockchain Week, realizada há poucos dias em Istambul (Turquia).

“As wallets Web3 vão além de apenas armazenar ativos digitais. São uma parte integral do framework Web3, empoderando as pessoas com a habilidade de controlar diretamente suas finanças”, afirmou Changpeng ‘CZ’ Zhao, CEO da Binance.

 

Diferenciais competitivos da carteira de auto-custódia


A recém-lançada carteira de auto-custódia da Binance integra uma seletiva grade de aplicativos DeFI, o que já a destaca das demais. Além disso, simplifica a experiência do usuário, pois todas as transações podem ser feitas em um único ecossistema, devido à integração com o aplicativo da empresa. Dessa forma, a wallet elimina a necessidade de interfaces adicionais, concentrando a gestão de portfólios no ambiente da Binance.

Seu maior diferencial, no entanto, é um sofisticado sistema MPC (Multi-Party Computation). A solução MCP oferece um modelo para armazenar cripto de forma mais segura, por meio da fragmentação das private keys. Na nova wallet da Binance, elas se dividem em três diferentes key shares, e o usuário fica com o controle de duas delas.

A Binance já tem rivais nesse segmento, como MetaMask e Coinbase Wallet. Em comparação com a concorrência, os recursos da sua carteira de auto-custódia devem atrair pessoas que priorizam segurança e experiências funcionais, que garantem mais simplicidade e conveniência. São diferenciais robustos nesse setor.

Segurança é um forte pilar no universo das criptomoedas. E a nova wallet da Binance vai diretamente nesse ponto, recorrendo à tecnologia MCP para oferecer uma inovadora solução para o eterno desafio de garantir a segurança da private key. Segundo a empresa, esse modelo de fragmentação da private key é uma sólida resposta nesse sentido, protegendo os ativos mesmo em caso de possíveis ameaças.

Movimento estratégico


O movimento da Binance é um exemplo de sua resiliência e capacidade de adaptação no turbulento e cada vez mais competitivo mercado cripto. O lançamento da self-custody wallet representa um significativo avanço na trajetória da empresa, que atende às crescentes demandas no campo da Web3 e das finanças descentralizadas (DeFi), ao mesmo tempo em que potencializa os serviços que oferece como corretora de criptoativos.

O lançamento do novo produto também pode ser contextualizado diante do desafio que a empresa vivencia com relação aos processos de regulação. A organização tem sido bastante cobrada nesse sentido, inclusive com acusações de violação de leis.

No Brasil, a empresa foi indiciada na CPI das Pirâmides. No relatório final, as acusações remetem a: sonegação e evasão fiscal, lavagem de dinheiro e financiamento ao crime organizado e ao terrorismo. Em comunicado à imprensa, a organização afirmou que rejeita fortemente a exposição de seus usuários ou funcionários com “acusações infundadas de práticas inadequadas”.

Menos cobranças, mais confiança


Ao empoderar as pessoas por meio da carteira de auto-custódia, a Binance adota um modelo que reduz a pressão no campo da regulação, ao mesmo tempo em que reforça a segurança e a confiança dos usuários.

O lançamento da wallet também chega num momento em que a organização procura otimizar suas operações, após a saída de executivos do C-Level no Reino Unido e na França.

É uma iniciativa que pode ser entendida como parte de uma estratégia maior no sentido de ampliar a confiança dos usuários e solidificar a posição da Binance no mercado, por meio do investimento em duas significativas frentes de negócio: inovação tecnológica e recursos user-centric, ou seja, centrados nos usuários.

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