Fintech britânica Revolut expandirá operações no Brasil

Pedro Augusto
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A fintech britânica Revolut anunciou recentemente seus planos de ampliar sua atuação no Brasil. Em suma, ela introduzirá serviços de contas bancárias e cartões locais, além da integração com o sistema de pagamentos instantâneos Pix.

Um ano após o início de suas operações no país e 11 meses após obter a Licença de Sociedade de Crédito Direto concedida pelo Banco Central, a Revolut está expandindo sua oferta para incluir serviços típicos de um banco digital.

Essa licença autoriza a empresa a operar no sistema financeiro brasileiro, consolidando sua posição no mercado nacional.

Conta da Revolut facilitará o consumo e o investimento no exterior


Em um cenário de alta competição e aproximação da saturação do mercado, a fintech britânica Revolut escolheu começar suas operações no Brasil priorizando contas individuais globais. Os usuários do aplicativo da Revolut têm a facilidade de realizar gastos internacionais em mais de 30 moedas fiduciárias. Dessa forma, torna-se mais simples as compras no exterior e a gestão de recursos durante viagens internacionais.

A empresa também proporciona acesso direto ao mercado de ações dos Estados Unidos. Como resultado, os usuários conseguem investir em empresas de tecnologia de grande porte, como Apple e Nvidia, com investimentos iniciais de apenas US$ 1.

A estratégia da Revolut de priorizar inicialmente os serviços internacionais é uma parte essencial de sua identidade corporativa, conforme explicou Glauber Mota, CEO da fintech no Brasil, em entrevista à revista Istoé Dinheiro. Mota destacou que o principal objetivo da empresa é se estabelecer como uma plataforma global que oferece serviços locais, o que lhe confere um diferencial competitivo no mercado.

Atualmente, a Revolut está presente em 40 países e possui mais de 40 milhões de clientes. No entanto, a empresa mantém em sigilo o número de clientes que possui no Brasil. Mota enfatizou que o modelo de negócios da fintech se destaca no cenário brasileiro devido à sua abordagem única. Ele explicou que, enquanto alguns de seus concorrentes no Brasil atuam como plataformas de vendas que utilizam bancos estrangeiros, outros são apenas regulados no Brasil ou funcionam como instituições financeiras reguladas localmente.

Ainda não há um prazo estabelecido para lançamento dos serviços

Com a introdução da conta local, a visão de Mota é eventualmente integrar os serviços oferecidos no Brasil e no exterior em uma única plataforma.

Mota explicou que, se um cliente decidir viajar, não utilizará uma extensão limitada de sua conta, mas sim uma conta verdadeiramente global, destacando que a Revolut é pioneira nessa iniciativa. Ele projeta que, futuramente, essa conta global possa também funcionar como uma conta local. Isso significa que, com a mesma conta utilizada no Brasil, o cliente poderá operar no exterior sem necessidade de realizar qualquer ajuste adicional.

Embora Mota não tenha definido um cronograma específico para o lançamento desses serviços focados no mercado local, ele compartilhou que a Revolut acaba de obter a autorização para emissão de cartões no Brasil. E que estão em processo de desenvolvimento da conta local e da integração com o sistema de pagamentos instantâneos Pix.

Revolut brigará por fatia de mercado de criptomoedas no Brasil


A fintech chegou ao Brasil com o objetivo de competir com as principais exchanges de criptomoedas que operam no país, como a Binance e o Mercado Bitcoin. Atualmente, a empresa disponibiliza a negociação de mais de 100 pares de criptomoedas.

Em comparação com outras fintechs de perfil semelhante, como o Nubank, que oferecem uma variedade de criptoativos, o aplicativo da Revolut apresenta uma restrição significativa: ele não permite a transferência de tokens para carteiras externas. Essa limitação priva os usuários da possibilidade de adotarem soluções de auto custódia, interagirem com aplicações de finanças descentralizadas (DeFi) ou utilizarem serviços de staking para obter rendimentos sobre seus ativos.

A Revolut alcançou um valor de mercado de US$ 33 bilhões em julho de 2021. Como muitas startups do setor de tecnologia, a fintech viu seu valuation ser revisado para US$ 17,7 bilhões em 2023. Desde então, a empresa recuperou parte de seu valor de mercado e está atualmente avaliada em US$ 25,7 bilhões.

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