Policial brasileiro é acusado de enganar 23 oficiais em ‘golpe da pirâmide de criptografia’

Um policial militar do estado brasileiro de Goiás está sendo julgado por supostamente enganar colegas policiais com um esquema usando criptoativos.
O Globo, mídia local, informou que o policial, chamado Francisco de Assis Jesus dos Santos Soares de Oliveira, é acusado de enganar cerca de 23 policiais militares em mais de US$ 192 mil.
Citando um advogado das supostas vítimas do suposto golpe, um jornal brasileiro explicou que Francisco havia prometido aos colegas que ganhariam até 30% ao mês se confiassem nele para investir em criptomoedas para eles.
Ele também teria dito a colegas policiais que faria uso de plataformas de apostas esportivas e prometeu que o dinheiro seria gerenciado com segurança em plataformas de TI sediadas no Reino Unido e disponível para eles sempre que quisessem fazer uma retirada.
O advogado alegou que, com o tempo, as alegações de Francisco se tornaram cada vez mais estranhas, explicando:
“No início, ele prometeu lucros de até 30%. Mas quando viu que as vítimas buscavam um retorno financeiro, chegou a dizer que o ‘negócio’ estava indo bem. E então ele começou a falar de lucros de até 50%.”
O advogado acrescentou que Francisco também estava oferecendo a seus colegas de trabalho “dicas e mentorias” em investimentos relacionados a criptomoedas.
O julgamento segue ativo e está sendo realizado em um tribunal a portas fechadas, conforme protocolo da Polícia Militar. A Polícia Militar do Estado de Goiás disse à mídia que “tomou todas as medidas cabíveis” e agora está “acompanhando o processo na Justiça”.
O tribunal militar já bloqueou várias contas bancárias de Francisco e vai congelar os fundos até chegar a um veredicto.
O advogado alegou que Francisco estava sediado no Batalhão Rotam em Goiânia, capital e maior cidade do estado. Alegadamente, ele estava estacionado lá por mais de um ano antes de sua prisão na quinta-feira da semana passada.
O advogado acrescentou que Francisco começou a tentar enganar as vítimas em julho do ano passado e continuou a enganar colegas de trabalho até outubro.
Em uma queixa apresentada ao tribunal pelas supostas vítimas, os advogados escreveram que Francisco “disse a seus colegas que assumiria total responsabilidade se eles sofressem danos”.
No entanto, depois de fazer alguns pagamentos iniciais, Francisco supostamente parou de dar dinheiro a seus colegas policiais. Quando seus colegas o desafiaram sobre o assunto, Francisco teria dito que o dinheiro havia sido “bloqueado devido a problemas técnicos”.
Francisco então teria pedido a seus colegas outros US$ 400 para ajudar a resolver os problemas. Quando eles recusaram esse pedido, ele supostamente prometeu pagá-los até 20 de dezembro de 2021 – uma promessa que ele supostamente não cumpriu.
O advogado alegou que Francisco havia guardado o dinheiro em algum lugar, pois “não havia provas de que ele comprou bens como carros ou imóveis” com os fundos dos investidores.
Outro meio de comunicação, o Metrópoles, informou que Francisco havia “criado” uma plataforma de tecnologia falsa para colocar no centro do golpe e dar-lhe um verniz de autenticidade. Ele também teria pedido às vítimas que desembolsassem um mínimo de US$ 1.900 em dinheiro de participação – e tentou criar uma estrutura de “pirâmide” pela qual investidores “maiores” “ganhariam mais”.
O advogado concluiu:
“Suas vítimas confiavam nele, então tentaram fazer investimentos como ele sugeriu.”
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