Rio de Janeiro terá Carnaval para interessados em Web3

Gabriel Gomes
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O carnaval carioca é, sem dúvida, um dos maiores eventos culturais anuais do mundo, um dos grandes espetáculos humanos da terra. Como tal, é enorme seu potencial como vitrine para ideias, causas e tendências. O “Bloco Chain”, geralmente apontado como o primeiro bloco Web3 da capital fluminense, pretende aproveitar esse potencial e levar às ruas sua participação no festejo popular. 

Bloco vai arrecadar alimentos para ajudar população carente

A festa está marcada para o dia 16 deste mês, quinta-feira, nos jardins do Museu da República (o Palácio do Catete, sede da presidência nos tempos do Rio como capital da República), no bairro do Catete, a partir das 15h30. Quem quiser participar, deverá levar um quilo de alimento não perecível.

Os alimentos levados pelos participantes serão doados à Educar+, Organização Não-Governamental que foi fundada em 2017. Ela atua no Complexo do Chapadão, na Cidade do Rio de Janeiro, a cujas crianças e adolescentes leva oportunidades de educação e acesso à cultura.

Recentemente, aliás, a ONG, que mantém, entre outros projetos destinados à juventude da periferia, aulas de alfabetização e de educação artística, recebeu equipamentos da ImpactPlus, projeto social da Polygon, plataforma de blockchain que viabiliza conexões entre redes de blockchain e ajuda-as a expandir a escala de suas atividades. 

Essa doação será usada no projeto Web3 Favela, no qual a Educar+ proporcionará a jovens da periferia oportunidades de aprender sobre Web3 e a tecnologia blockchain. A Web3 é vista como uma nova fronteira para a internet. Ela favorece a descentralização e a privacidade, além de integrar tecnologias como criptomoedas, Metaverso e blockchain.

Bloco de canarval será transmitido através de plataforma de Metaverso

Para os organizadores do Bloco Chain, que esperam a presença física de cerca de 500 foliões, a participação física no Carnaval é uma oportunidade de divulgar a importância e as possibilidades do blockchain em um ambiente de diversão e confraternização. Mas a festa será transmitida ao vivo através da NOWHERE, plataforma de Metaverso para eventos virtuais, o que pode interessar àqueles que não puderem comparecer.

A iniciativa do Bloco Chain conta com o apoio de várias marcas, entre as quais a ReservaX, braço de tokens não-fungíveis (NFTs) da empresa de moda Reserva, da Tezos Brasil, divisão brasileira da plataforma de blockchain de código-aberto Tezos, da Ribus, empresa de soluções de tecnologia blockchain para o setor imobiliário, e do Upland, game de estratégia.

O Upland, aliás, está envolvido em outra atividade carnavalesca no Brasil. Ele entrou em um acordo com outra plataforma de Metaverso, a Decentraland, para fazer o caminho oposto ao do Bloco Chain, ou seja, em vez de levar a Web3 ao Carnaval, elas levarão o Carnaval à Web3. Transmitirão a suas comunidades, que possuem milhões de membros, os melhores momentos do Carnaval de centros como Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

A escola de samba Mangueira terá uma festa virtual no Metaverso do Upland

Uma atração na versão do Rio de Janeiro do Upland, cuja plataforma permite recriar no Metaverso locais reais, será uma festa interativa na réplica virtual da quadra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, localizada, como sua contraparte real, no número 1072 da Rua Visconde de Niterói, no Bairro da Mangueira.

Entre as atrações do evento virtual, está a exibição de um documentário sobre a preparação do desfile deste ano da Mangueira, cujo samba-enredo é: As Áfricas que a Bahia Canta, uma homenagem aos blocos afro-baianos. A obra traz imagens exclusivas dos bastidores do esforço criativo carnavalesco, inclusive alegorias, fantasia e adereços.

Os foliões virtuais poderão adquirir tokens não-fungíveis para servirem de fantasias e enfeites para seus avatares e os pertences deles. Moacyr Barreto, vice-presidente da Mangueira, afirmou que a tradicional escola de samba, que tem mais de 90 anos de existência, continua a se esforçar para se manter na vanguarda do Carnaval e de suas possibilidades.

A Flex Interativa, empresa brasileira do setor de tecnologia que fornece aplicações do Metaverso para atender às necessidades de empresas e outras organizações, preparou a versão virtual de Carnaval em Upland para a Mangueira. Seu fundador, Fernando Godoy, disse que a experiência virtual é interessante e complementar à presencial. Para ele, o Metaverso é um ótimo ambiente para a realização de versões virtuais de eventos.

Carnaval Praia Bitcoin é outra iniciativa que promete chamar atenção nesse carnaval

A interação entre o virtual e o real não ficará restrita a capitais do país. Entre 18 e 21 deste mês, acontecerá o Carnaval Praia Bitcoin em Jijoca de Jericoacoara. Localizada no noroeste do estado, a pouco menos de 300 quilômetros da capital Fortaleza, ela é conhecida sobretudo devido à famosa Praia de Jericoacoara, que atrai turistas de todo o país e do Exterior, mas também é cenário de uma interessante história de confluência entre finanças, internet e interesse social.

Dirigido aos entusiastas do Bitcoin, o evento, que pode ser considerado humoristicamente como um cripto retiro de Carnaval, tem um propósito muito sério: permitir aos interessados a participação em workshops sobre a criptomoeda mais conhecida de todas e a rede descentralizada para contratos inteligentes Lightning, uma solução para transferências de fundos que pode ajudar a dar escala e praticidade ao uso do Bitcoin no ambiente comercial, tornando mais fácil seu uso por aqueles à margem do setor financeiro tradicional.

O evento é organizado pela Praia Bitcoin, projeto fundado em 2021 para estimular o surgimento e o desenvolvimento em Jericoacoara de uma economia sustentável baseada no Bitcoin. Mais de 20 lojas na cidade cearense já aceitam a criptomoeda. Já há pelo menos 6 palestrantes confirmados para o Carnaval Praia Bitcoin deste ano, entre os quais figuram nomes de relevo do ambiente cripto do Brasil.

Originalmente, a Praia Bitcoin chamava-se Bitcoin Beach Brasil, em referência ao Bitcoin Beach, um projeto de El Salvador, país que foi lançado às manchetes pela decisão de seu governo de adotar o Bitcoin como uma de suas moedas.

O projeto Bitcoin Beach, atuando em El Zonte, cidade que fica no departamento de La Libertad e é conhecida por atrair entusiastas do surfe, buscou criar no local um ambiente propício ao uso do Bitcoin como meio de pagamento, o que acabou fazendo da cidade uma pioneira no país centro-americano (e no mundo) da adoção extensiva da criptomoeda. A versão brasileira pretende desempenhar um papel parecido, ajudando a disseminar o uso da moeda digital e aprofundar o debate sobre suas aplicações ao dia a dia dos brasileiros.

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