Em 2023, criptomoedas vão impactar mais que metaverso, diz relatório The Global Innovation Report 2023

Killian A.
| 6 min read

A baixa no mercado de ativos digitais sentida desde o fim de 2019 parece não ter fim. Embora existam diversas previsões dizendo que o fim do inverno cripto, como é popularmente chamado, se aproxima, essa não foi a realidade até agora. Inclusive, 2022 pode ser considerado um dos piores anos para o mercado, que teve baixas históricas e quebras impulsionadas por fatores como aumento da inflação, aumento da taxa de juros, guerras e crises econômicas.

No entanto, parece que o início de 2023 trouxe novos ares para o mercado e chegou com algumas esperanças bastante concretas, com a estabilização da taxa de juros nos Estados Unidos, mediante uma decisão favorável da SEC. A cotação do dólar vem baixando gradativamente, o que ajuda investidores não norte-americanos. Além disso, houve um aumento exponencial de preços de diversas criptos e a início de pré-venda de diversas criptos bem promissoras.  

Somado a isso, um estudo recente realizado pela FIS (NYSE:FIS) para o The Global Innovation Report divulgou um relatório afirmando que em 2023 as criptomoedas devem impactar mais que o metaverso, embora isso possa se inverter a longo prazo. No estudo, foram trazidos novos panoramas sobre o mundo da tecnologia e a transformação que vem ocorrendo no mundo digital, bem como, as redefinições sobre os modelos de negócios tradicionais.

As criptomoedas devem impactar mais que o metaverso neste ano

O relatório da FIS traz diversas informações relevantes para o novo contexto de mercado que tem surgido recentemente. Segundo Anderson Lucas, que atualmente é vice-presidente de negócios da FIS na América Latina, o estudo tem uma relevância ímpar para o mercado e pode auxiliar no crescimento de empresas ligadas ao mercado e aos vários segmentos do setor.

Segundo Lucas, Embedded Finance, DeFi, metaverso, ESG e criptomoedas estão se desenvolvendo de forma bastante rápida, e as empresas que fizerem escolhas certas em termos de tecnologias podem dominar os mercados no futuro.

A pesquisa em questão foi feita em um estudo global com 2 mil executivos de empresas em todos os setores dos mercados. 

Os entrevistados são provenientes de pelo menos nove países, sendo Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Índia, Hong Kong, Reino Unido e Cingapura. 

O relatório revelou que existem planos para aumentar o investimento em estruturas incorporadas principalmente em áreas vinculadas às finanças, questões ambientais, sociais, governança e de finanças descentralizadas em 2023. O relatório mostrou ainda que entre os entrevistados, foi notado um otimismo cauteloso com relação às criptomoedas.

O estudo aponta que 44% dos executivos entrevistados são de empresas ligadas ao setor de serviços financeiros. Esse nicho específico diz que investirá significativamente no desenvolvimento de produtos financeiros incorporados em 2023. Isso foi justificado com base na atuação empresarial, já que os consumidores estão exigindo cada vez mais maneiras que incluam criptos e que sejam convenientes na hora de fazer pagamentos ou usar outros serviços bancários, como investir, por exemplo.

Além disso, o estudo apontou que quase dois terços, ou cerca de 61% dos executivos entrevistados que não estão ligados a serviços financeiros, disseram que será importante para os negócios estar presente no metaverso nos próximos 3 anos. Outro detalhe que chama atenção é que o estudo mostra que práticas de governança ESG são uma prioridade para 60% dos entrevistados. Muitos afirmaram que estão dissolvendo produtos e serviços com base nessa nova realidade.

O que mostra o estudo com relação ao Brasil?

Com relação aos impactos que as inovações têm no Brasil, mais de três quartos dos entrevistados acredita que as inovações trazidas pelas criptomoedas e pelo metaverso terão grande impacto nos próximos 12 meses. Nesse sentido, o vice-presidente da FIS alerta para uma realidade cada vez mais presente.

Segundo ele, essa é uma tendência clara que deve impactar o mercado não apenas em 2023, mas também pelos próximos três anos pelo menos. Isso indica que as empresas que ainda não estão ligadas ao mercado e as novas tendências tecnológicas devem procurar saber mais e estar atento às transformações que estão acontecendo hoje e que estão cada vez mais presentes.

O que pode ser percebido, é que algumas iniciativas de inclusão de criptos no dia a dia das pessoas já estão acontecendo, aqui mesmo no Brasil. Alguns bancos considerados tradicionais já estão trabalhando a ideia de criar carteiras próprias para criptos para não perder seus clientes que buscam inovação. Estamos falando de nomes como banco do Brasil, Santander, Banco Bradesco e Itaú Unibanco. Até mesmo a Bolsa de Valores do Brasil (B3) está abrindo suas portas para investimentos digitais, como os ETFs de ações e ETFs de criptomoedas.

Empresas conceituadas no mercado mundial de ativos digitais, como a Binance, que pode ser considerada hoje a maior exchange de criptomoedas, também tem voltado seus olhos para o mercado brasileiro por ser extremamente promissor. Recentemente, a corretora firmou uma parceria com a Mastercard para operacionalizar e lançar o Binance Card no Brasil. A novidade fornece soluções em pagamentos com criptos como BTC, BNB e outras criptos para usuários que podem usar o cartão em mais de 90 milhões de estabelecimentos no mundo todo.

Para as empresas brasileiras que estão voltando suas atenções para o mercado de energia sustentável, esse pode ser um nicho extremamente promissor e que tem atraído olhares estrangeiros para o Brasil de forma bastante promissora. Prova disso, é o recente aporte que a Moss, emissora do token MC02, recebeu da empresa canandense Invert.

Os casos acima são apenas uma amostra do que vem acontecendo no mercado brasileiro e do potencial que as iniciativas criadas aqui, com tecnologia daqui, podem oferecer. 

Com o aumento do sentimento otimista no mercado, podemos esperar que as criptomoedas cresçam ainda mais no mercado brasileiro, especialmente com a ajuda do setor financeiro. Isso porque, o setor financeiro pode ser o grande responsável por democratizar o acesso do grande público às criptomoedas e aos investimentos descentralizados, fornecendo soluções e informação de qualidade para o setor. 

Essas iniciativas podem ajudar muito na desmistificação do mercado e na criação de novas ideias promissoras para o mercado cripto brasileiro e mundial.
  
 

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