Venezuela planeja usar criptomoedas para evitar sanções impostas ao seu petróleo

Pedro Augusto
| 1 min read

criptos

A Venezuela planeja utilizar criptomoedas para driblar as sanções recentemente aplicadas pelos Estados Unidos ao seu setor petrolífero. A Agência Reuters revelou a notícia na última segunda-feira (22/04), após consultas a três fontes que estão por dentro do assunto.

Desde o ano anterior, a PDVSA, empresa estatal de petróleo venezuelana, tem intensificado o uso da criptomoeda Tether (USDT) em suas transações. O USDT é uma stablecoin cujo valor é fixo em uma proporção de 1 para 1 com o dólar americano, a principal moeda utilizada no comércio internacional de petróleo.

A empresa estatal de petróleo venezuelana já realizou transações em criptos antes


Em uma nota enviada à Reuters, a Tether, empresa responsável pela emissão do ativo, declarou que segue rigorosamente a lista de entidades sancionadas pelo Departamento do Tesouro dos EUA. Além disso, ela se compromete a congelar imediatamente os endereços de criptomoedas sancionados.

Surpreendentemente, no ano passado, a estatal petrolífera venezuelana PDVSA entrou no centro das atenções. O motivo foi um desfalque superior a US$ 21 bilhões em contas a receber de exportações de petróleo não registradas ao longo dos últimos anos. O mais inusitado é que parte dessas transações foram em criptomoedas.

Recentemente, Tareck El Aissami, ex-ministro do Petróleo da Venezuela, foi preso por suposto envolvimento nessa fraude bilionária. O governo da Venezuela anunciou ontem que mandados de prisão também foram expedidos contra funcionários de um banco local envolvidos no escândalo.

Punições do governo norte-americano


Na última semana, o governo dos Estados Unidos retomou as sanções contra a Venezuela, encerrando um período de seis meses de clemência. Em suma, as punições vieram após o governo de Nicolás Maduro falhar em cumprir um acordo que garantiria eleições justas e plurais previstas para 28 de julho.

Em março, a oposição venezuelana anunciou que Corina Yoris, filósofa e professora universitária que concorreria contra Nicolás Maduro, não conseguiu finalizar seu registro eleitoral na plataforma do país.

Por fim, especialistas acreditam que as sanções impostas terão um impacto limitado no mercado de petróleo, tanto local quanto global, a curto prazo. No entanto, a médio e longo prazo, a produção de petróleo da nação latino-americana poderá sofrer uma queda devido à escassez de investimentos estrangeiros.

Leia mais: