Banco BV pode passar a oferecer negociação de criptomoedas para clientes

Pedro Augusto
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Banco BV

Durante o WebSummit Rio, evento que ocorreu nos dias 15 e 16 de abril. João Gianvecchio, gerente de digital assets no Banco BV, revelou em entrevista que a instituição está avaliando a possibilidade de permitir a compra e venda de Bitcoin e outras criptomoedas para seus clientes.

Gianvecchio explicou que o banco considera iniciar com uma operação de cripto simples, alinhada ao que já é praticado no mercado. Ou seja, a operação envolveria transações de compra e venda em um modelo fechado. Além disso, dependendo do interesse demonstrado pelo mercado, o banco planeja expandir suas operações para incluir outros tipos de serviços relacionados a criptomoedas.

Gerente do Banco BV diz que tokenização aumenta a acessibilidade aos investimentos


De acordo com Gianvecchio, a convergência entre o universo das finanças descentralizadas, como as criptomoedas, e o das finanças centralizadas está pavimentando o caminho para um futuro em que a economia digitalizada será um equilíbrio entre descentralização e centralização. Nesse cenário, haverá tanto um certo grau de governança quanto um certo grau de descentralização. Gianvecchio ressalta que essa mistura é fundamental, principalmente porque a segurança financeira é uma prioridade para os clientes.

Além disso, o gerente observa que, nesse processo de integração, o Banco Central do Brasil tem um papel crucial com a agenda BC#, que visa tornar o mercado financeiro mais inclusivo e reduzir as fricções para diminuir os custos.

Gianvecchio também aponta para a importância da tokenização no aprimoramento da experiência dos clientes com produtos financeiros. Através da utilização de contratos inteligentes, é possível não apenas melhorar os produtos financeiros existentes, mas também criar novos, facilitando assim a vida dos clientes.

O gerente de ativos digitais do BV destacou que, atualmente, uma grande parte da população possui acesso limitado a certos tipos de investimentos. No entanto, com a implementação de uma camada de tokenização, que permite fragmentar um investimento, possibilita-se tornar esses investimentos mais acessíveis em várias plataformas.

Gianvecchio frisa que, com a tokenização, produtos financeiros anteriormente restritos agora estão ao alcance de todos os tipos de clientes do BV.

Banco BV entra no mercado de tokens RWA para financiamento


O executivo do BV destacou que, além da fragmentação dos investimentos, o Drex oferece oportunidades como a tokenização para simplificar operações de crédito. Segundo ele, graças ao Marco Legal de Garantias, é possível dividir um bem rural ou móvel, registrá-lo em uma blockchain e usá-lo como garantia em operações de crédito, reduzindo significativamente os custos. Hoje, colocar um carro em garantia envolve muitas complicações, mas com a tokenização e o registro on-chain do veículo, do crédito e do gravame, novas possibilidades em produtos financeiros começam a surgir.

Recentemente, o Banco BV, um dos líderes em financiamento veicular no Brasil, anunciou sua incursão no mercado de tokens RWA (Ativos do Mundo Real) relacionados a esse setor. O banco já está realizando testes internos em ambiente controlado para essa finalidade.

O plano do BC é que todo o processo de financiamento e transferência de veículos seja realizado digitalmente via blockchain. Para isso, o banco firmou uma parceria com a Consensus e a Parfin para a digitalização dos documentos.

A primeira etapa dos testes incluiu uma transação C2C, onde duas pessoas físicas negociaram a compra e venda de um veículo, executando uma troca instantânea conhecida como DvP (entrega versus pagamento).

Carlos Bonetti, diretor-executivo de riscos e operações do banco BV, explicou que o banco pretende gerenciar todo o processo de financiamento, desde a simulação até a quitação do gravame e a transferência final do veículo após o pagamento das prestações pelo comprador. Isso deve trazer mais agilidade e eficiência às operações.

Desde 2022, o Banco BV tem firmado parcerias no mercado de tokens RWA, iniciando com a Liqi para a tokenização de recebíveis do banco. Em 2023, o consórcio liderado pelo banco foi selecionado pelo Banco Central do Brasil para participar dos pilotos do Drex.

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