5 movimentos que devem reconfigurar o mercado cripto em 2024

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Imagens: Unsplash

Com 2024 batendo à porta, a consultoria Andreessen Horowitz reuniu um time de especialistas para apontar as principais tendências do mercado cripto no futuro próximo. Apresentamos, a seguir, alguns dos principais insights trazidos pela consultoria, enfocando temas como descentralização, NFTs, games e experiência do usuário. Confira.

1. Nova era da descentralização


Melhores práticas de descentralização têm aflorado nos últimos anos, e esse movimento deve seguir adiante. Na medida em que esses modelos forem evoluindo, devemos chegar a níveis inéditos de coordenação descentralizada, funcionalidade operacional e inovações.

É o que aponta Miles Jennings, General Counsel & Head of Decentralization na a16z crypto, fundo de capital de risco que investe em startups que trabalham com cripto e Web3.

Segundo ele, isso inclui, por exemplo, modelos capazes de acomodar aplicativos mais sofisticados e com mais recursos.

Paralelamente, a evolução do setor deve caminhar para formatos de descentralização mais eficazes, em que as lideranças assumem uma maior responsabilidade e são cobradas por isso.

Como resultado, esses movimentos serão decisivo para a expansão do mercado cripto. Não há dúvidas de que a descentralização é essencial para a democratização desse setor, promovendo mais diversidade, competitividade e credibilidade.

Na prática, entretanto, esse segmento tem encontrado dificuldades para adotar sistemas descentralizados em escala. E um dos obstáculos é exatamente o uso adaptado de sistemas de governança que não foram inicialmente desenvolvidos com a descentralização em vista.

2. Reinvenção da experiência do usuário


De maneira geral, a experiência do usuário ainda é muito complicada no mercado cripto. Porém, desenvolvedores estão testando e disponibilizando novas ferramentas que prometem reconfigurar (para melhor) a UX nesse setor.

Eddy Lazzarin, CTO na a16z crypto, cita como exemplo uma ferramenta que utiliza passkeys (criptogradas e geradas automaticamente) para simplificar o login em sites e apps.

Segundo ele, outras inovações incluem: contas inteligentes, mais fáceis de gerenciar; avançados sistemas de chamada de procedimento remoto (RPC), que reconhecem o que os usuários desejam e já preenchem; embedded wallets, que já são construídas dentro dos aplicativos, e, assim, tornam o onboarding mais fluido e simples.

Lazzarin observa que evoluções como essas ajudam a Web3 a se tornar mais mainstream. Além disso, também podem tornar a experiência do usuário mais segura do que na Web2.

“Apesar de isso ser algo recorrentemente criticado, a verdade é que os pilares da experiência do usuário no setor cripto não mudam, de fato, desde 2016. Ainda é tudo muito complicado”, diz Eddy Lazzarin, CTO na a16z crypto.

 3. Impacto positivo do Blockchain para a IA


No contexto atual do mercado, só gigantes da tecnologia têm estrutura para treinar e operar modelos de inteligência artificial generativa (como ChatGPT) – devido à potência computacional e ao robusto treinamento de dados que exigem.

Porém, no setor cripto, é possível criar mercados onde todos podem contribuir e serem recompensados por isso. Ou seja, o acesso a determinados recursos é facilitado e barateado. Dessa forma, explorar a inteligência artificial passa a ser algo mais acessível.

Além disso, a tecnologia blockchain, usada no universo cripto, pode ajudar a identificar a origem de deep fakes e oferecer mais recursos contra a desinformação.

Essa integração entre AI e Blockchain é uma das tendências sinalizadas por Andrew Hall, professor na Stanford Graduate School of Business e parceiro da a16z crypto.

Segundo ele, a evolução das redes descentralizadas e open-source do setor cripto deve contribuir para a democratização das inovações no campo da inteligência artificial. Desse modo, devem ajudar a torná-las mais seguras para os usuários.

“Precisamos encontrar maneiras de descentralizar a IA generativa e governá-la de forma democrática, de forma que ninguém tenha poder para decidir por todos os outros. A Web3 é um laboratório para descobrir como”, afirma Andrew Hall, professor na Stanford Graduate School of Business.

4. “Play to Earn” se torna “Play and Earn”


No modelo de games “play to earn” (jogar para ganhar), os players geralmente ganham dinheiro a partir do tempo e do esforço que dedicam à atividade de jogar. Porém, os games não foram originalmente desenvolvidos para funcionar como uma espécie de ambiente de trabalho (pelo meno não para a maioria dos jogadores).

Nesse contexto, Arianna Simpson, general partner na a16z crypto, diz que esse setor deve caminhar para a oferta de jogos divertidos de jogar, ao mesmo tempo em que permitem que os usuários recebam uma fatia maior dos recursos financeiros que ajudam a gerar para as companhias que criam e operam os games.

Desse modo, “play to earn” vai se transformando em “play and earn” (jogue e ganhe). E isso marca claramente uma divisão entre trabalho e jogo.

5. NFTs se firmam como ativos de marcas


Cada vez mais marcas vêm introduzindo ativos digitais aos consumidores mainstream, em forma de NFTs. Aqui se encaixa, por exemplo, uma estratégia da Starbucks, que lançou um programa de fidelidade gamificado, por meio do qual os participantes colecionam ativos digitais.

Para Scott Duke Kominers, Research Partner at a16z crypto, as marcas podem ir muito além disso. E irão. Nesse contexto, Kominers sinaliza o uso de NFTs em experiências de cocriação de novos produtos.

Ele também aponta a aplicação dos tokens não fungíveis no sentido de integrar produtos físicos e suas representações digitais.

​​Kominers salienta que, em 2024, os NFTs devem se tornar ubíquos como ativos digitais das marcas, para uma gama cada vez mais ampla de empresas e comunidades.

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