A China está preparada para autorizar a circulação das criptomoedas?

Killian A.
| 4 min read

A China mantém a proibição de circulação de criptomoedas desde 2021. No entanto, aos poucos, os governantes estão percebendo que a restrição não está funcionando. Isso porque, o mercado clandestino de criptomoedas no país movimenta um grande volume de ativos diariamente.

Com isso, há uma dúvida com relação à abordagem chinesa na circulação de criptomoedas. O país está preparado para retirar a restrição e liberar o comércio de criptomoedas no seu território? Especialistas acreditam que não, pois as condições econômicas da China no momento estão favorecendo os investimentos alternativos. Dentre esses investimentos estão commodities como ouro e prata e também ativos digitais, como as criptomoedas, por exemplo.

A economia da China favorece a liberação das criptomoedas


O comércio clandestino de criptomoedas está fazendo a China repensar suas proibições. Recentemente a economia da China passou por instabilidades, abrindo precedente para os cidadãos investirem em ativos alternativos. Além das commodities, as criptomoedas passaram a receber uma atenção especial, mesmo com sua circulação proibida no país desde 2021.

Além disso, há uma movimentação política no país. Algumas análises políticas recentes indicam que Hong Kong está adotando uma abordagem mais aberta quando o assunto é circulação de criptomoedas. Devido a crises, bancos e instituições financeiras do distrito estão aderindo cada vez mais aos ativos digitais, fazendo com as proibições entrem em pauta no governo.

Alertas para cuidados com investimentos ainda são emitidos na China


O governo chinês ainda não está convencido de que as criptomoedas devem ser liberadas ou são investimentos seguros. Foram emitidos alertas para os investidores terem cautela ao investir em Bitcoin ou outras criptomoedas. Além disso, o governo tem deixado claro por meio de notas que a proibição continua vigente no país.

Os governantes são resistentes quando o assunto é libertar ativos digitais. Esse assunto está em debate constantemente e as restrições são mantidas ou a fiscalização intensificada. Recentemente, o governo tomou medidas para coibir a mineração de criptomoedas no país, especialmente de Bitcoin.  Na ocasião, houve uma iniciativa da Comissão Municipal de Desenvolvimento do país para erradicar a atividade e beneficiar a conservação de energia no território.

As restrições não diminuem o fascínio dos investidores chineses por criptomoedas


Apesar das restrições impostas aos investidores de criptomoedas, há um aumento do interesse dos chineses por esse tipo de investimento.  No último ano, o acúmulo de BTC cresceu quase 60% no território. Isso fez com que um novo recorde fosse atingido, reacendendo o interesse dos investidores. Somado a isso, temos a alta do preço do BTC, que está em crescimento acelerado desde o começo do ano. Com o crescimento do token, os investidores acabam entrando na FOMO para comprar mais ativos, ignorando as restrições no país.

China ocupa posição 11 no ranking global de adoção de criptomoedas. Fonte: Chainalysis

Além disso, o crescimento na procura contraria as condições econômicas atuais. Isso porque, os demais investimentos, como as ações, estão em baixa. Mesmo diante da recessão e sob proibição de circulação, os ativos digitais em geral movimentaram mais de US$ 86 bilhões entre julho de 2022 e junho de 2023. Dessa forma, os investidores estão mostrando para o governo que é hora de repensar a política de proibição e começar a traçar metas de regulamentação.

Burlas do sistema e falta de sucesso na fiscalização colocam em cheque as proibições chinesas


Os chineses que insistem em comprar criptomoedas aproveitam algumas falhas no sistema do governo. Alguns procuram comprar seus ativos no mercado ilegal, outros aproveitam as falhas de fiscalização do governo, especialmente em Hong Kong. De todo modo, esse cenário mostra que os investidores estão se esforçando e mostrando que querem investir, mesmo que isso implique em violar as proibições.

Além disso, especialistas acreditam que a China está prejudicando a economia ao evitar regulamentar a circulação de ativos digitais. Isso porque, os economistas do país consideram que as criptomoedas têm potencial de crescimento. Isso fica evidente analisando as últimas movimentações do mercado. Há também o interesse das instituições financeiras do país nesse tipo de investimento.

Por medo de que haja burlas ao sistema financeiro ou crimes associados aos ativos digitais, o governo deixa de aproveitar as oportunidades dos ativos digitais. Enquanto o resto do mundo está empenhado em regulamentar as criptomoedas e aumentar o potencial econômico em torno do ativo, a China intensifica a proibição. Há grandes chances de que a proibição chinesa caia por terra em breve, pois o mercado de criptomoedas não para de crescer. Consequentemente, os investidores chineses devem aumentar ainda mais o interesse neste mercado, que se torna cada vez mais rentável.

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