Banco suíço SGKB faz parceria com o SEBA Bank para serviços de custódia e negociação de criptomoedas — Brasil não fica para trás

Pedro Augusto
| 6 min read

negociação de criptomoedas

O quinto maior banco cantonal da Suíça, o St.Galler Kantonalbank (SGKB), firmou parceria com o SEBA Bank para oferecer serviços de custódia e negociação de criptomoedas, como Bitcoin e Ethereum.

O SGKB anunciou que o serviço está inicialmente disponível para um grupo seleto de clientes de gestão de patrimônio do SGKB. Além disso, possui planos futuros de expandir a oferta para clientes de varejo em breve.

Christian Bieri, chefe de soluções B2B e Custódia no SEBA Bank, disse em uma entrevista ao The Block:

“O St.Galler Kantonalbank e o SEBA assinaram o contrato no início deste ano e, após um curto projeto de implementação, o SGKB está agora pronto para oferecer acesso a criptomoedas para um grupo seleto de clientes.”

Bieri afirmou que o banco atualmente foca em Bitcoin e Ethereum. No entanto, possui intenção de incluir mais criptomoedas com base na demanda dos clientes.

“Em um primeiro momento, Bitcoin e Ether; outras moedas seguirão em breve”, disse Bieri.

Esse movimento marca o primeiro passo do SGKB no espaço dos ativos digitais, impulsionado pelo crescente interesse dos clientes em criptomoedas. O banco vê essa iniciativa como uma maneira de atender às preferências financeiras dos clientes,as quais estão em constante evolução.

Falk Kohlmann, Chefe de Serviços de Mercado do SGKB, compartilhou sua visão positiva sobre a colaboração.

“Graças à nossa cooperação com o SEBA Bank, implementamos uma configuração inicial simples, que nos permite aprender e crescer de forma alinhada às necessidades dos nossos clientes”, disse Kohlmann.

Bancos brasileiros também já estão oferecendo acesso à negociação de criptomoedas


Os bancos e fintechs brasileiros vêm demonstrando um interesse crescente em negociação de criptomoedas. Isso porque vários desenvolvimentos recentes destacam essa tendência.

O Nubank, por exemplo, não apenas expandiu seu serviço para permitir investimentos em Bitcoin e Ethereum para todos os seus clientes, mas também revelou planos para alocar uma parte do patrimônio da empresa em Bitcoin.

Paralelamente, o Itaú lançou uma plataforma de tokenização e começou a oferecer aos seus clientes a chance de investir em criptoativos por meio do primeiro ETF de criptomoedas do Brasil, o HASH11.

Além disso, no campo dos bancos de investimento, o BTG Pactual começou a fornecer serviços de negociação de Bitcoin. Ademais, a Visa está fazendo movimentos significativos para integrar serviços de criptomoeda no sistema bancário local do Brasil. Isto expande a disponibilidade desses serviços no país.

E não são apenas os grandes players que estão se adaptando; diversas instituições financeiras digitais estão inovando ao oferecer contas e serviços que facilitam transações com Bitcoin e outras criptomoedas. Dessa forma, criam uma fusão mais intensa entre o sistema financeiro tradicional e o ecossistema de moedas digitais.

O que os bancões ganham ao oferecer acesso à negociação de criptomoedas?


A entrada dos bancos no mercado de criptomoedas traz uma série de benefícios, sobretudo a facilidade de acesso para os clientes. Já acostumadas com as interfaces dos aplicativos bancários, as pessoas encontram uma transição natural e fácil ao aderir à negociação de criptomoedas por meio destas plataformas.

Diversos bancos estão não apenas oferecendo acesso direto às criptomoedas, mas também apresentam fundos baseados em criptoativos, aumentando as opções de investimento para atender aos diferentes perfis e objetivos dos investidores.

Destaca-se também a introdução dos Exchange-Traded Funds (ETFs) de criptomoedas pelos bancos. Estes fundos acompanham índices de criptomoedas, fornecendo aos investidores uma alternativa diversificada para entrar no mercado digital.

Essa nova modalidade de ETFs introduzida pelos bancos representa um marco significativo, pois expande as opções de investimentos disponíveis no universo das criptomoedas.

O Banco Central do Brasil também está por dentro do mundo cripto com o seu real digital DREX


O Real Digital, ou DREX, está em desenvolvimento pelo Banco Central do Brasil (BC). Recentemente, o BC selecionou diversas empresas para participar dos testes em seu projeto piloto.

Em uma parceria com a BBChain, especializada em blockchain corporativo, e a RTM, um hub integrador de tecnologia do mercado financeiro, mais de 700 empresas de variados portes terão a oportunidade de testar o Real Digital.

Essa iniciativa tem como objetivo ampliar a capilaridade do projeto e preparar mais empresas para a incorporação da moeda digital brasileira quando ela for lançada, prevista para o final de 2024​​.

Os testes estão sendo realizados em uma plataforma de Sandbox, que é um ambiente isolado para este fim. Essa plataforma pode ser utilizada pelas empresas para entender melhor o funcionamento da moeda digital e como elas podem adaptar seus produtos e serviços a essa nova realidade.

Além disso, as empresas que já estão no piloto e precisam de uma rede complementar para exercitar modelos de negócio também podem utilizar a plataforma da BBChain com a RTM.

O Sandbox pode simular várias operações financeiras, como a tokenização de ativos, operações com garantia e operações de crédito​​.

Atrasos na primeira fase

No entanto, houve um atraso na primeira fase do DREX, que agora está prevista para terminar em maio de 2024, três meses depois do cronograma original.

Esse atraso foi atribuído à demora na inclusão de participantes e questões relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)​​.

Além disso, dois grandes bancos brasileiros, o BTG Pactual e o Itaú Unibanco, realizaram a primeira transferência interbancária na rede do DREX, mostrando progresso no desenvolvimento da versão digital do real​.

Adoção de criptomoedas no Brasil segue com forte crescimento


O Brasil está na vanguarda das inovações em tokenização e criptomoedas. Dessa forma, espera-se esteja liderando este setor até o final de 2023 e começo de 2024.

Existe uma forte possibilidade de o país inovar na tokenização de uma parcela de sua dívida soberana. Assim, utilizando a tecnologia blockchain, evidenciando seu pioneirismo e abertura para a digitalização de ativos.

Desde 19 de junho de 2023, o Banco Central do Brasil começou a regulamentar, autorizar e supervisionar as empresas que prestam serviços relacionados a criptoativos. Essa ação sinaliza um ambiente regulatório mais robusto e estruturado.

Além disso, o Brasil também está projetado para se tornar o terceiro maior mercado global de criptomoedas em 2023.  Com uma taxa de adoção de 16%, um aumento significativo dos 10% registrados em 2020.

Este avanço é parcialmente atribuído ao crescente número de pesquisas mensais sobre criptoativos, indicando um interesse crescente nessa área.

Stablecoins seguem sendo as mais transacionadas

Em 2023, observou-se que aproximadamente 80% das transações com criptomoedas no Brasil foram realizadas utilizando stablecoins.

Dentre elas, a USDT da Tether se destaca. A elevada inflação brasileira recentemente contribuiu para esse movimento, com as stablecoins sendo bastante procuradas.

Por fim, grandes bancos brasileiros, como Itaú Unibanco e Santander, estão investigando possibilidades de tokenização para ampliar seus produtos financeiros.

Destaca-se também o BTG Pactual, um pioneiro na tokenização no Brasil, com o lançamento do ReitBZ em 2019, um token de blockchain lastreados por valores mobiliários.

Leia mais: