Apesar de ultrapassar a máxima histórica em dólares, o Bitcoin ainda não superou o recorde em reais

Pedro Augusto
| 3 min read

Bitcoin

Nos últimos seis meses, o Bitcoin (BTC) registrou uma valorização acumulada superior a 120%. Como resultado, alcançou um novo recorde em dólares em 14 de março, ao atingir a marca de US$ 73.750, conforme informações de CoinMarketCap. No entanto, na moeda brasileira, o Bitcoin alcançou R$ 368.359 na mesma data. Isto significa que o real é uma das únicas duas moedas globais cujo recorde de preço em BTC, estabelecido em novembro de 2021, permanece intacto.

O pico histórico do par BTC/BRL ocorreu na madrugada de 10 de novembro de 2021, momento em que 1 BTC foi negociado a R$ 380.870. Isso significa que, em março de 2024, o Bitcoin estava a uma distância de mais de R$ 12.000, ou aproximadamente 3,15%, de estabelecer um novo recorde de preço em reais.

Desde recorde do Bitcoin em 2021, o real tem se valorizado frente ao dólar americano


O real brasileiro demonstrou um comportamento atípico frente ao Bitcoin, resistindo à tendência de novas máximas históricas da criptomoeda. Este fenômeno deve-se à valorização da moeda nacional perante o dólar americano.

Em novembro de 2021, a cotação era de aproximadamente R$ 5,50 por US$ 1, mas até 14 de março, essa relação caiu para R$ 4,99, conforme o Google Finance. Não apenas o real, mas também o peso mexicano se destacou por sua resistência à escalada histórica do Bitcoin.

No dia 14 de março, a cotação do Bitcoin em pesos mexicanos alcançou 1,23 milhão, distanciando-se em 17,3% de atingir um novo recorde. Curiosamente, antes da valorização do real e do peso mexicano frente ao dólar, diversas moedas já haviam estabelecido novos patamares recordes em suas paridades com o Bitcoin. Nessa lista estão desde aquelas percebidas como mais fracas, como o peso argentino, a naira nigeriana e a lira turca, até moedas consideradas fortes, incluindo o iene japonês, a libra esterlina e o euro.

Previsão de quando o recorde em reais do Bitcoin será quebrado


Após ter uma correção significativa de 17% na semana subsequente à atualização de seu recorde em dólares, o Bitcoin demonstrou uma recuperação parcial do seu impulso de alta. Na noite de quarta-feira, 20 de março, a criptomoeda negociava por volta de US$ 68.000, registrando um aumento intradiário de 6%.

Contudo, a comunidade de analistas permanece dividida quanto às perspectivas de curto prazo para a principal criptomoeda do mercado. A possibilidade de uma quebra iminente do recorde do Bitcoin em reais parece distante.

Charles Edwards, fundador da Capriole Investments, não descartou um possível recuo para os US$ 50.000, conforme expresso em uma publicação no X.

Para outro analista, os US$ 78 mil pode acontecer antes do halving

No início desta semana, Arthur Driessen, analista brasileiro do canal Crypto Investidor, apontou que o Bitcoin tem potencial para superar sua máxima histórica de US$ 73.750 ainda antes do halving.

Driessen projetou que a criptomoeda poderia buscar uma valorização, mirando entre US$ 76.000 e US$ 78.000, o que representaria um aumento de até 13,2%. Segundo ele, esse patamar corresponde à Fibonacci de 1,618, uma projeção baseada no pivô de alta principal do Bitcoin, e poderia intensificar a divergência bearish entre o RSI (Índice de Força Relativa) e o preço no gráfico diário.

Se as expectativas mais otimistas de Driessen se materializarem, o Bitcoin poderia ultrapassar seu recorde em reais, alcançando até R$ 390.000. Entretanto, para tal feito, é essencial que a cotação do dólar se mantenha acima de R$ 5.

Leia mais: