Homem desaparece após receber R$ 3 milhões em criptomoedas por engano

criptomoedasKow Seng Chai, um malaio de 37 anos residente em uma pequena cidade australiana, realizou um depósito volumoso de 99.500 dólares australianos (aproximadamente R$ 324.000) em uma corretora de criptomoedas.Contudo, um equívoco da empresa adicionou um zero a mais ao valor creditado.

Como resultado, isto elevou o saldo de sua conta para AU$ 995.000 (cerca de R$ 3,24 milhões).Diante da oportunidade de corrigir o erro entrando em contato com o suporte da corretora, o investidor optou por se apropriar do montante incorreto.

De acordo com reportagens da mídia local, ele passou a sacar o limite diário de R$ 500.000 de sua conta, esgotando o saldo disponível.O incidente, ocorrido em 25 de janeiro, só veio à tona em fevereiro, quando a corretora finalmente detectou o equívoco. Nesse interim, Kow Seng Chai já havia fugido com os fundos, conforme relatado pela Australian Broadcast Corporation (ABC).

Corretora de criptomoedas tentou entrar em contato com o investidor


Kow Seng Chai recentemente se destacou no mundo financeiro ao adquirir a condição de “investidor individual”. O site do governo australiano registrou esse título em janeiro de 2023, indicando sua recente incursão na profissão.

Em uma operação com a corretora OTCPro (Rhino Trading Pty Ltd), Chai transferiu os AU$ 99.500 de uma conta empresarial da Lotte Enterprise em 25 de janeiro. No entanto, como mencionado um erro da corretora acrescentou um zero ao saldo creditado.

Aproveitando-se do equívoco, o investidor rapidamente converteu o valor excedente na stablecoin Tether (USDT).  E passou a retirar a totalidade do saldo, acumulando cerca de R$ 3 milhões indevidamente.

Quando a OTCPro detectou o erro, tentou reaver os fundos. Mas, enfrentou dificuldades para contatar Chai. Tentativas de comunicação via e-mail ficaram sem resposta, e as chamadas telefônicas foram recebidas por uma pessoa que alegou que o número não pertencia mais a Chai.

Justiça congela fundos do investidor de criptomoedas


A OTCPro, após não obter cooperação do investidor que manteve os R$ 3 milhões depositados em sua conta por erro, recorreu à justiça para solucionar o impasse.Contudo, Kow Seng Chai não se fez presente na audiência marcada.

Diante dessa ausência, o juiz Michael Osborne tomou a decisão de emitir uma ordem para o congelamento dos ativos de Chai. Além de uma liminar que proíbe o investidor de deixar a Austrália.A situação se complicou ainda mais quando se revelou que, embora a Tether, a empresa responsável pela stablecoin USDT, estivesse disposta a auxiliar no bloqueio dos fundos, Chai já havia transferido suas criptomoedas, deixando a Tether impotente para intervir.

Diante dos fatos, a única alternativa restante para a corretora, agora prejudicada pelo ocorrido, é contar com a localização e a intervenção das autoridades para que obriguem Chai a restituir o montante erroneamente creditado em sua conta.

Caso de Chai já é o segundo ocorrido do tipo na Austrália


O episódio envolvendo Kow Seng Chai e a OTCPro é muito similar com o caso de Thevamangari Manivel e a Crypto.com.

Em maio de 2021, um equívoco de um funcionário da Crypto.com, que inseriu o número da conta de Manivel no lugar do valor a ser sacado, só veio à tona no final do ano.Por erro, Manivel recebeu aproximadamente R$ 50 milhões e, seguindo os passos de Chai, fez de tudo para ocultar o montante.

Ela distribuiu o dinheiro entre várias contas. Incluindo a de sua irmã, e adquiriu uma mansão avaliada em R$ 6,8 milhões. Curiosamente, Manivel, assim como Chai, residia na Austrália, mas tinha origens malaias.O desfecho do caso se deu em 2023, quando Manivel foi sentenciada à prisão. Além de cumprir tempo na cadeia, a ela precisou prestar serviços comunitários.

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