Juízes do Brasil recebem ‘treinamento’ de criptomoedas

Tim Alper
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Fragmento da estátua do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Fonte: Adobe/simonmayer

 

Juízes federais brasileiros têm recebido treinamento sobre assuntos relacionados à criptomoedas na tentativa de preparar o judiciário para um aumento de processos judiciais relacionados à criptomoedas.

Em uma reunião de juízes federais realizada na última semana, que foi organizada pelo Ministério da Justiça do país, juízes e magistrados foram instruídos a prestar mais atenção aos crimes relacionados ao mercado de criptomoedas. O ministério disse aos juízes que prestem atenção ao fato de que os volumes de negociação de criptomoedas do Brasil dispararam nos últimos anos. Acredita-se que dez milhões de brasileiros possuam criptoativos, segundo algumas estimativas.

Os juízes passam por “treinamento” sobre criptomoedas e de palestras sobre tópicos relacionados a criptomoedas. Eles também foram informados de que, à medida que o cenário das criptomoedas continua a mudar, os magistrados dos tribunais superiores precisam continuar aumentando sua base de conhecimento, tendo em mente que a regulamentação de criptomoedas, na maioria das vezes, não existe no Brasil.

Como tal, as decisões judiciais, que podem ter precedentes legais, são fundamentais.

Em nota oficial do Conselho de Justiça Federal (CJF), o titular do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do CJF, o presidente do STJ Humberto Martins, foi citado ao afirmar que a “globalização” e a proficiência tecnológica do crime organizado estavam levando a um aumento no crime relacionado a criptomoedas.

Jorge Mussi, vice-presidente do STJ, foi citado como tendo afirmado:

“O uso de criptomoedas [….] sem a devida regulamentação gera preocupação para todos aqueles que são obrigados a enfrentar esse problema.”

Mussi também alertou que havia “lacunas” nos regulamentos devido ao lento progresso da legislação específica para criptomoedas.

Enquanto isso, o meio de comunicação brasileiro LiveCoins, citando dados do provedor de segurança cibernética ESET, informou que houve um aumento acentuado nos golpes de criptomoedas de trocas de criptomoedas falsas e de aparência suspeita.

Alguns desses golpes aparentemente se originam no exterior, mas usam materiais em português para atingir especificamente potenciais investidores brasileiros.

A ESET acrescentou que os operadores do golpe estão usando ferramentas de engenharia social em uma tentativa de convencer as vítimas em potencial a clicar em links, entregar seus dados e até comprar o que eles acham que são pacotes de “moedas”.

O meio de comunicação publicou capturas de tela de mensagens do WhatsApp de supostos golpistas e acrescentou que os fraudadores que visavam brasileiros também estavam ativos em outras redes de mídia social, como o Twitter.

Um especialista da ESET foi citado explicando que os domínios usados ​​por esses sites eram “desconhecidos” e que os certificados digitais mostravam que as páginas incluídas nos links enviados aos usuários do aplicativo de bate-papo brasileiro haviam sido “criadas no dia anterior ao envio da mensagem no WhatsApp”.

“Isso”, disse o especialista, “é um dos primeiros sinais de uma fraude [cripto].

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