Mentor de fraude cripto de US$ 24 milhões na Índia foge do país

O cérebro por trás do esquema de fraude de US$ 24 milhões no mercado de criptomoedas da Índia conseguiu escapar das agências de segurança e fugir do país. O autor da fraude, identificado como Subhash Sharma, saiu da Índia no momento em que as autoridades se aproximavam dele, conforme informações prestadas pelas autoridades à mídia local.

Uma Equipe de Investigação Especial (SIT) conduziu uma complexa investigação que apontou Subhash Sharma como o arquiteto por trás desta enorme fraude cripto. Hoshyar Singh, um membro independente da assembleia legislativa do estado de Himachal Pradesh, trouxe à luz a escala da fraude aplicada contra investidores em Himachal Pradesh. Em resumo, estima-se o valor em mais de US$ 24 milhões.

Nos últimos tempos, a Índia vem testemunhando um aumento maciço nas fraudes envolvendo criptomoedas, o que deixa as vítimas sem amparo legal, uma vez que inexistem regulamentos ou procedimentos em vigor para investigar os crimes desta natureza.

Discussões sobre o envolvimento da Interpol na busca pelo mentor do esquema fraudulento com criptomoedas


Segundo informações da Equipe de Investigação Especial (SIT), Subhash Sharma fugiu para Dubai. As agências responsáveis pela aplicação da lei estão agora intensificando os esforços para localizá-lo e, com o aumento das buscas, iniciaram-se as discussões sobre a possibilidade de haver um envolvimento da Interpol e de outras agências internacionais para emitir um alerta vermelho, pedindo pela sua extradição para a Índia.

Assim, esse ambicioso esquema fraudulento envolvendo criptomoedas veio à tona quando os investidores começaram a relatar perdas substanciais. Isso aconteceu após eles serem atraídos por promessas de altos retornos e declarações exageradas acerca de uma criptomoeda falsa chamada “Korvio Coin”. Com isso, Sharma e os outros membros do esquema foram acusados de manipular os preços das criptomoedas em seu benefício. Com isso, causaram danos financeiros significativos a investidores desavisados.

O esquema fraudulento da “Korvio Coin” durou pelo menos cinco anos


Quando as suspeitas em torno da “Korvio Coin” começaram a aumentar, os integrantes do esquema decidiram aumentar o portfólio falso. Para isso, adicionaram ao golpe a “DGT Coin” e o “BTPP Token”, outras duas criptomoedas falsas, bem como alteraram os termos e valores em detrimento dos investidores que não conseguiram perceber a fraude a tempo.

Após isso, investidores que buscaram reembolso ou expressaram insatisfação enfrentaram ameaças e intimidações. Para evitar a exposição pública do golpe, a quadrilha excluiu registros online e os sites ligados às criptomoedas fraudulentas, apagando evidências essenciais para a investigação.

Até o momento, as autoridades suspeitam que os investigados tenham cometido trapaça, fraude, conspiração criminosa e lavagem de dinheiro, todos crimes que recebem severas punições na Índia. O que se sabe é que o esquema fraudulento iniciou entre 2018 e 2019 e perdurou por aproximadamente três anos. O SIT está conduzindo investigações em cerca de dez casos, além de mais de 50 queixas em andamento.

Recentemente, pelo menos dois integrantes do esquema de fraude cripto foram detidos pela SIT: Hemraj e Sukhdev. Eles tiveram suas prisões preventivas decretadas para garantir que a polícia conclua a investigação dos fatos.

Casos de fraude envolvendo criptomoedas no Brasil


As fraudes no mercado digital já se tornaram recorrentes no mundo todo. Não por acaso, os investidores investem cada vez mais em segurança, privacidade e criptografia. Além das fraudes aplicadas a uma ou poucas pessoas, nos últimos anos ocorreram quatro grandes operações policiais do tipo.

O primeiro caso emblemático envolvendo investidores brasileiros ocorreu no estado do Rio Grande do Norte e teve como protagonista a empresa chamada Bitcompras Serviços Digitais. Aconteceu em 2018 e as autoridades começaram a investigar a empresa depois de ela prometer, de forma indevida, que seus clientes teriam seus investimentos em Bitcoin dobrados mediante o pagamento de um determinado valor.

Neste caso, as autoridades não prenderam ninguém, pois os responsáveis pela empresa assinaram um acordo se comprometendo a pagar R$ 1,4 milhões que serão utilizados para ressarcir os clientes que sofreram algum prejuízo.

Operação Kryptos

Em 2021, a Polícia Federal desencadeou a Operação Kryptos para apurar um esquema de pirâmide com criptomoedas que funcionou no Rio de Janeiro e em São Paulo. Foram apreendidos R$ 150 milhões em criptomoedas, R$ 19 milhões em dinheiro, 21 carros de luxo, joias e outros itens.

O maior caso de fraude cripto envolvendo um esquema bilionário envolvendo criptomoedas foi descoberto no Brasil. Francisley Valdevino da Silva, conhecido também como “Sheik das Criptomoedas” foi preso em 2022 após movimentar ilegalmente cerca de R$ 4 bilhões em criptomoedas. As informações são de que ele começou a movimentar um esquema no final de 2016.

A atuação ocorria através da abertura de diversas empresas de fachada, que usavam para aplicar o golpe e atrair as vítimas. As empresas atraíam os investidores com a promessa de rendimento acima da média praticada no mercado, oferecendo rendimentos superiores a 13,5% ao mês. Após inúmeras denúncias, as autoridades prenderam preventivamente Francisney em Curitiba e o soltaram em 2023. O processo ainda não o julgou, portanto, ele aguarda em liberdade.

Em 2023, a Polícia Federal desencadeou outra operação, dessa vez contra a Braiscompany, empresa sediada em Campina Grande/PB. A empresa prometia alugar criptomoedas e pagar 9% de lucros mensais e, com isso, movimentou R$ 1,5 bilhão ao longo de 4 anos.

Como evitar golpes envolvendo criptomoedas


Para evitar problemas na hora de investir em criptomoedas, é imprescindível seguir algumas dicas de segurança. Primeiramente, antes de investir, faça suas próprias pesquisas em sites confiáveis sobre as criptomoedas que pretende comprar, considerando a opinião de especialistas no mercado cripto. Se você decidir fazer transações com ativos digitais, utilize sempre alguma corretora com boa reputação e com bom histórico de negócios no mercado cripto.

Além disso, tome muito cuidado com promessas de resultados muito rápidos e vantajosos ou de rendimentos muito superiores àqueles frequentemente encontrados no mercado. Fuja de sites ou portais de investimento que pedem valores altos como primeiro depósito ou como caução. Por fim, tenha sempre em mente que o mercado de ativos digitais é muito volátil e bastante instável, por isso, evite investir mais do que você pode efetivamente perder.

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