Primeiros ETFs de Bitcoin chegam ao mercado brasileiro após sucesso do lançamento nos EUA 

Killian A.
| 4 min read

O ano começou com novas possibilidades de lucros para os investidores. A aprovação dos ETFs de Bitcoin pela SEC em janeiro mudou tudo. Com isso, esse novo tipo de investimento foi amplamente adotado pelos investidores. Aos poucos, o ativo ganhou popularidade também em outros países, e não só nos Estados Unidos, sua origem.

Agora os primeiros ETFs estão chegando ao Brasil. Os ativos da BlackRock passaram a ser comercializados no Brasil pela Bolsa de Valores B3. Neste artigo, vamos falar um pouco mais sobre a chegada dos ETFs Bitcoin ao Brasil e novas possibilidades para investimento.

O que são ETFs de Bitcoin?


Os ETFs são cestas de investimentos que combinam vários ativos. Já os ETFs de ativos digitais são cestas de investimentos com ativos que incluem pelo menos uma criptomoeda. Esses investimentos acompanham um índice de mercado. Os ETFs não são uma novidade. Existem ETFs de diversos tipos e com inúmeros investimentos incorporados. São ações, fundos privados, investimentos bancários e afins.

Já os ETFs de Bitcoin e outras criptomoedas são um desejo antigo do mercado. Foram quase 10 anos tentando a aprovação da SEC para comercialização. As negativas sempre ficaram centradas na possibilidade de manipulação do mercado e fraudes envolvendo os ativos digitais. No entanto, no ano passado, a BlackRock entrou na briga e fez uma forte pressão para que a SEC liberasse a comercialização. Depois de muita controvérsia, a SEC autorizou a comercialização em janeiro deste ano.

Rapidamente os ETFs foram incorporados nos investimentos rotineiros. Agora a novidade está chegando ao Brasil e está começando a movimentar o mercado aqui também.

Como serão os investimentos no Brasil?


No Brasil os ETFs ficam a cargo da bolsa de valores B3. Os fundos vão existir no formato de BDRs, os quais são recibos de ativos estrangeiros negociados em bolsa de valores. Assim, os BDRs de ETFs terão lastros de cotas de ETFs do exterior. Eles estarão disponíveis com o código IBIT39 e devem acompanhar os preços do BTC. Além disso, o investimento estará disponível para investidores de todos os níveis. Inclusive iniciantes com pequenos valores alocados.

Quem quiser investir deve estar ciente que uma taxa de administração entra em jogo. O percentual das corretoras será de 0,25% e terá a isenção de pelo menos um ano. A taxa inicial vai cair para 12% enquanto os investimentos nos ETFs ficarem abaixo de US$ 5 bilhões. Além disso, os BDRs de ETFs de renda variável são tributados, com alíquota de 15% sobre o ganho de capital.

Vale dizer que a Black Rock já lançou 140 BDRs de ETFs de outras áreas na bolsa brasileira. Esses ativos ainda não deslancharam como o esperado. Isso é impacto da taxa de juros alta e da competição com investimentos isentos de imposto de renda. Com relação aos ETFs de Bitcoin, esse é o primeiro da BlackRock comercializado na bolsa brasileira.

Por que os ETFs fizeram tanto sucesso?


Os ETFs são ativos de fácil negociação. Isso porque as negociações ocorrem em bolsa e seus valores ficam indexados por índices. Por isso, o histórico é de fácil acompanhamento. Nesse sentido, devido à facilidade de investimento, atraem muitos investidores iniciantes e avançados, sendo perfeitos para diversificar a carteira.

Com relação aos ETFs de Bitcoin, grande parte do sucesso se deve à demora para aprovação. Por ser um ativo muito esperado, a FOMO aumentou com o aumento das negociações em torno do ativo. Por esse e outros motivos, os ETFs obtiveram sucesso quase que instantaneamente. Ao todo, mais de US$ 5 bilhões em BTC se movimentaram só no primeiro mês de comercialização.

Como os ETFs impactam o preço do BTC?


O Bitcoin está passando por um período de alta considerável. No último mês, o token teve um aumento de preço de quase 50%. Com isso, o preço do ativo está próximo da sua alta histórica, agitando os investidores mais antenados. Parte do impacto positivo no preço foi fruto da comercialização dos ETFs de Bitcoin.

Preço do Bitcoin no último mês. Fonte: CoinMarketCap

Outro fator é a proximidade do halving do Bitcoin. O halving das criptomoedas ocorre geralmente a cada quatro anos, e pode impulsionar o preço dos ativos. O BTC é o grande exemplo disso. Devido ao potencial de valorização, o halving do BTC é um dos eventos mais aguardados do mercado digital.

Isso porque, durante o halving, até metade dos tokens cunhados na blockchain passam por queima. Por isso, a tendência é que a oferta de tokens se reduza. Com a redução da oferta e a manutenção ou aumento da demanda, o preço do token tende a aumentar. Além disso, a proximidade do halving aumenta a FOMO em torno do token, fazendo com que mais investidores busquem o ativo.

Com a comercialização dos ETFs em outros países, o preço do BTC deve aumentar ainda mais. Isso porque mais investidores estarão atentos às movimentações do BTC e também impulsionando o aumento do ativo. Com isso, tanto o BTC quanto os ETFs devem se tornar ainda mais atrativos como investimentos.

Leia mais: