SeSocio para de operar, vítimas, julgamento e novos horizontes no Blockchain.com

| 4 min read

Os usuários do SeSocio têm algumas horas antes que a bolsa caia. Em 31 de julho, a meia noite, aqueles que não transferiram seus ativos para Blockchain.com ou outra plataforma em que confiam perderão seu investimento.
 


O fechamento começou a operar no ano passado, quando Guido Quaranta e Gastón Krasny, fundadores de SeSocio.com e Investoland, venderam a plataforma para Blockchain.com por US$ 120 milhões; mas o usuário novato ou desinformado dificilmente poderia detectar que algo estava errado com a tão badalada troca.

Surgido em 2018 como “o primeiro marketplace de investimentos” na Argentina, o SeSocio permitiu investir em startups, imóveis locais e internacionais, acessar carteiras de empréstimos e negociar criptomoedas/fiat entre outras opções.

Durante 2019 o SeSocio continuou a promover a sua atividade com inúmeros webinars do CEO Guido Quaranta. A bolsa atingiu então seu melhor desempenho, embora fosse comum a alta rotatividade de pessoal, notada pelos usuários na taxa de mudança dos consultores financeiros designados para cada cliente. Já então, alguns usuários reclamaram das altas comissões e também que os preços nem sempre eram transparentes.

Invecoin e Investoland, fabricados na Argentina
A SeSocio tinha seu próprio token, Invecoin, e seu próprio blockchain de lançamento: Investoland, mas não demorou muito para que algumas irregularidades fossem detectadas.

Aliás, uma das queixas apresentadas no tribunal alega que a empresa “comercializou o Invecoin juntamente com outras criptomoedas conhecidas, sem avisar claramente que não opera livremente através de plataformas de negociação, mas apenas através da modalidade P2P [entre duas pessoas] “.

Sem contar que para acessar todos os investimentos era preciso “passar” sim ou sim pela Invecoin, que tinha um longo período de vending (bloqueio de ativos) e depois aceitar o preço “imposto arbitrariamente pelo SeSocio S.A. PFC.”

Por volta de 2020, quando a pandemia começou a atingir os muitos projetos que poderiam ser financiados por meio da plataforma, o SeSocio não se responsabilizou e reivindicou sua natureza única como intermediário digital.

Durante 2021 o SeSocio, sem prévio aviso, modificou as regras do jogo e imobilizou seus tokens novamente; agora está claro o porquê: a venda para Blockchain.com estava em andamento.

Guido Quaranta, exCEO de SeSocio.

Em dezembro do ano passado, as denúncias já haviam tomado forma. Onze vítimas do SeSocio apresentaram sua ação por meio dos advogados da ONG Usuários e Consumidores Unidos (UCU), liderada por Adrián Bengole. Outras 26 pessoas processaram mais tarde e continuam sendo adicionadas. Usuários indignados com a manipulação da empresa têm um grupo no Telegram, chamado “SeSocio class action” onde já conta com 472 participantes.

No Telegram, as vítimas formaram o grupo: “Ação coletiva SeSocio”

Uma lousa limpa?
De qualquer forma, e para aqueles que controlavam seus investimentos diariamente, por alguns dias o site SeSocio comunicou que a partir de 1º de agosto, Blockchain.com ficará a cargo do portfólio restante.

O Blockchain.com está ativo desde 2011 (começou como um explorador de blocos Bitcoin) e hoje também atua como uma carteira e troca de criptomoedas que suporta Bitcoin, Bitcoin Cash e Ethereum. Sua sede fica em Londres e hoje é uma das exchanges mais seguras, com “dezenas de milhões de clientes em quase 200 países”, segundo seu próprio site.

Os usuários do SeSocio que desejam mudar para Blockchain.com devem concluir o processo de integração e transferir seus ativos digitais para a nova conta.

Uma lousa limpa?

De qualquer forma, e para aqueles que controlavam seus investimentos diariamente, por alguns dias o site SeSocio comunicou que a partir de 1º de agosto, Blockchain.com ficará a cargo do portfólio restante.

O Blockchain.com está ativo desde 2011 (começou como um explorador de blocos Bitcoin) e hoje também atua como uma carteira e troca de criptomoedas que suporta Bitcoin, Bitcoin Cash e Ethereum. Sua sede fica em Londres e hoje é uma das exchanges mais seguras, com “dezenas de milhões de clientes em quase 200 países”, segundo seu próprio site.

Os usuários do SeSocio que desejam mudar para Blockchain.com devem concluir o processo de integração e transferir seus ativos digitais para a nova conta.

Na rede Linkedin, a nova “visão” do SeSocio, agora pela Blockchain.com.
 

Por fim, do SeSocio, eles esclareceram o que acontecerá com os criptoativos que forem depositados.

“As stablecoins, ou seja: Celo Dollar (CUSD), Tether (USDT), USD Coin (USDC), Binance Coin (BUSD) e todas as iStables serão consolidadas em Dai Stablecoin (DAI), com base no preço de 00:00 sou. (Cidade de Buenos Aires (GMT-3:00)) em 1º de agosto de 2022”. Para o restante dos ativos criptográficos: “eles estarão disponíveis para serem transferidos para Blockchain.com ou outra plataforma” à escolha do cliente.

E, finalmente, eles alertam: “a partir de 1º de agosto de 2022, todas as transferências estarão sujeitas a comissões, pelas quais sugerimos que você consolide todos os seus ativos criptográficos e os retire durante o mês de julho de 2022”.

—–

Leia mais:

Proposta da FTX é uma ‘oferta de baixo custo vestida como um resgate de cavaleiro branco’ – Voyager

Binance lançará cartão MasterCard na Argentina

---------------------