CEO da Amcham acredita que o potencial da energia limpa pode aproximar o Brasil dos EUA
Há um interesse crescente dos EUA nas relações econômicas e comerciais com o Brasil. Podemos relacionar isso com o potencial da economia verde. Ainda, com o acesso a tecnologias mais sustentáveis. O CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham) explicou sobre isso em uma entrevista à CNN. Abrão Árabe Neto disse que existe hoje um movimento de diversificação das cadeias produtivas. Isso porque é importante a redução dos riscos sociais, políticos, climáticos e sanitários.
Os Estados Unidos têm liderado este movimento. O Brasil oferece, assim, uma grande variedade de condições. As condições brasileiras são incomparáveis com as encontradas em outros países, disse o CEO da Amcham Brasil.
Em resumo, Abrão acredita que um dos principais motivos para isso é que o Brasil é um país que tem uma matriz energética considerada muito limpa. Além de possuir um histórico de parceria com os EUA. O assunto esteve em pauta o no Fórum de Altos Executivos Brasil-Estados Unidos. O Fórum de CEOs ocorreu no último dia 15 de janeiro. Foi realizado na cidade de Brasília, na sede do Ministério das Relações Exteriores.
A reunião foi realizada com 24 CEOs. São de empresas americanas e brasileiras. A secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, também esteve presente. Assim como o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Além disso, eles debateram na reunião sobre os principais caminhos para aprofundar a relação comercial entre o Brasil e os EUA. Isso indica que os países podem se aproximar ainda mais. Também é possível ver um novo ciclo de investimentos americanos no Brasil.
O que é a Amcham Brasil
A Amcham Brasil reúne cerca de 4 mil empresas. São de muitas nacionalidades, portes e segmentos. Juntas, essas empresas representam 33% do PIB brasileiro. De acordo com o Monitor do Comércio entre Brasil e EUA, a Amcham Brasil tem diversos propósitos. Incluem-se nos propósitos fomentar o comércio e os investimentos entre Brasil e EUA. A Amcham Brasil tem também o intuito de informar sobre estratégias e tendências de mercado. Ainda, de conectar os negócios com o governo e a sociedade.
Monitor do Comércio entre Brasil e EUA – Recorde de exportações de bens industriais em 2023
O relatório Monitor do Comércio entre Brasil e EUA apontou um novo recorde de exportações de bens industriais. As informações são referentes ao ano passado e entre os meses de janeiro a dezembro de 2023. Globalmente, as exportações do Brasil subiram 3,4%.
Nesse sentido, em 2023, vimos que as exportações brasileiras de bens industriais para os EUA subiram cerca de 1,2%. Alcançaram o valor sem precedentes de US$ 29,9 bilhões. A participação desses bens na pauta exportadora do Brasil para os EUA avançou de 78,8% para 81,0%.
Os EUA seguem como o maior destino para as vendas globais da indústria de transformação do Brasil, representando 16,9%. Ao contrário do observado para o mercado norte-americano, as exportações industriais do Brasil para o mundo caíram cerca de 2,3% em 2023.
No que se refere aos produtos em destaque, vemos que houve um aumento em:
- produtos semi-acabados de ferro ou aço;
- equipamentos de engenharia civil;
- aeronaves;
- óleos combustíveis de petróleo;
- celulose;
- sucos de frutas ou de vegetais;
- ferro-gusa;
- café não torrado;
- madeira parcialmente trabalhada.
Por fim, conforme mencionamos, o recorde de US$ 29,9 bilhões nas exportações industriais brasileiras para os EUA traz destaque para alguns setores. São os setores siderúrgico, aeronáutico, máquinas e equipamentos, e madeira e celulose.
Sudeste domina exportações
Sobre os estados brasileiros, vimos que o campeão de exportação foi São Paulo. O estado bateu, por exemplo, o recorde de exportação de aeronaves, equipamentos de engenharia civil e óleos brutos de petróleo.
Em seguida, temos o Rio de Janeiro. O RJ exportou óleos brutos de petróleo, produtos semi-acabados de ferro e aço e óleos combustíveis de petróleo. Depois temos Minas Gerais, com ferro-gusa, café e elementos químicos inorgânicos. Por outro lado, podemos perceber que o total das importações brasileiras de bens originados dos EUA caiu 26%, ou US$ 13,3 bilhões. Principalmente no setor de petróleo e derivados.
Podemos notar que apenas 3 produtos responderam, juntos, pela redução de US$ 12,3 bilhões nas compras brasileiras dos EUA. São eles o óleo combustível, petróleo bruto e gás natural. O relatório traz também as projeções para 2024. Vemos que há uma possibilidade de que o comércio bilateral apresente um ligeiro aumento. Uma das razões que pudemos notar que corroboram essa expectativa são as previsões de crescimento de ambas as economias. As previsões de crescimento são: Brasil de +1,8% e os EUA de +1,5%, OCDE.
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