COP28 convoca setor financeiro a investir em soluções que reduzam impacto da crise climática à saúde
A COP28 está convocando as instituições financeiras a investirem em soluções que ajudem a reduzir o impacto negativo das mudanças climáticas sobre a saúde. Neste ano, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climática instituiu, pela primeira vez, um dia dedicado especialmente à saúde.
A emergência climática é uma das maiores ameaças à saúde da população atualmente. Por isso, é preciso, mais do que nunca, financiar a pesquisa e o desenvolvimento de soluções nessa área.
A fim de orientar as instituições financeiras nesse sentido, a COP28 lançou uma série de diretrizes para essas organizações. O documento, chamado The Guiding Principles, é resultado de discussões sobre o tema com países parceiros, instituições financeiras, empresas privadas e organizações da sociedade civil.
O trabalho foi realizado pela presidência da COP28, em parceria com o Fundo Global para Combater AIDS, Turberculose e Malária, o fundo Green Climate, a Fundação Rockfeller e a Organização Mundial de Saúde.
Para as instituições financeiras, há oportunidades de investimento nos mais diversos setores, de energia e saúde a agricultura e gênero. É uma forma de desenvolver negócios lucrativos, e, ao mesmo tempo, assumir um papel decisivo na proteção da saúde diante da emergência climática.
1. Acelerar ações transformadoras que ajudem a melhorar condições de vida.
Uma das prioridades é a rápida redução da emissão de gases de efeito estufa, a fim de melhorar as condições de saúde. Isso prevê, entre outros fatores:
- Acelerar a transição de combustíveis fósseis para o uso de fontes renováveis de energia;
- Diminuir a poluição do ar;
- Migrar para dietas sustentáveis;
- Limitar a mudança climática.
Os órgãos públicos precisam implementar medidas proativas a fim de construir comunidades saudáveis e resilientes. Dessa maneira, ajudam a proteger as pessoas das ameaças das mudanças climáticas à saúde.
Com isso em mente, é necessário desenvolver sistemas de saúde mais resilientes e sustentáveis, que garantam serviços de qualidade a todas as populações.
Além disso, o setor de saúde precisa alinhar suas práticas aos esforços mundiais contra o aquecimento global, reduzindo o impacto negativo de sua atuação.
2. Dar suporte às demandas prioritárias dos países e comunidades mais impactados pela crise climática.
A meta é colaborar com esses países (via sociedade civil, comunidades, instituições científicas e governos locais) para atrair investimentos nacionais e internacionais, com foco em clima e saúde. Nesse contexto, é preciso considerar os diferentes perfis, necessidades e culturas de cada região.
3. Promover uma abordagem inclusiva ao financiar soluções voltadas para o clima e para a saúde.
O objetivo é destinar recursos para comunidades mais vulneráveis e afetadas pelas mudanças climáticas, investindo diretamente em projetos que beneficiem esses grupos. Para atingir esse objetivo, é importante engajar comunidades e sociedade civil em torno da cocriação, desenvolvimento, implementação e monitoramento desses investimentos.
4. Mobilizar um conjunto de financiamentos entre os parceiros.
O documento recomenda um trabalho em parceria entre países e instituições financeiras, para entender os tipos de investimento mais necessários. A partir daí, é hora de identificar e aprimorar estratégias que atendam a essas demandas, considerando os diferenciais e pontos fortes de cada fonte de investimento. De modo integrado.
5. Elaborar políticas e desenvolver práticas que ajudem a explorar as capacidades de cada país, comunidade e instituição financeira.
Por um lado, procura-se assegurar o desenvolvimento de sistemas sustentáveis, resilientes e adaptáveis. Por outro, garantir recursos humanos, tecnológicos e sociais que viabilizem investimentos com impacto de longo prazo, nos setores de saúde e meio ambiente.
6. Incorporar às estratégias financeiras metas com foco em clima e saúde.
Dessa maneira, priorizam-se soluções que resultam em impacto positivo na vida das pessoas e no meio ambiente. Ao mesmo tempo, reduz-se o impacto negativo sobre a saúde e o clima.
7. Promover mais equidade no acesso a financiamentos.
A meta é simplificar processos e aumentar a transparência nessa área. Dessa forma, busca-se aumentar o acesso, a eficácia e a agilidade de financiamentos no campo da saúde e do meio ambiente. Sem, no entanto, perder de vista medidas de proteção fiduciárias, ecológicas e sociais.
8. Apoiar abordagens holísticas.
Nesse sentido, os desafios relacionados ao clima, à saúde e ao desenvolvimento precisam ser tratados integradamente. É necessário promover diálogo e parcerias entre os diversos stakeholders associados a esses setores. Desse modo, busca-se otimizar os recursos a fim de obter impacto em larga escala.
9. Impulsionar pesquisa e desenvolvimento no campo da inovação.
A recomendação, aqui, é associar diversos em torno da aceleração e implantação de ações transformadoras e escaláveis, com eficácia comprovada no campo do clima e da saúde.
10. Alinhar financiamento em clima e saúde a esforços para mudar o sistema de financiamento internacional.
Para tanto, é preciso viabilizar reformas fiscais e eliminar subsídios que são prejudiciais ao setor de saúde e ao meio ambiente.
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